Tópico: Água ferve com metade da energia graças à nanotecnologia

[uiliníli]

Água ferve com metade da energia graças à nanotecnologia
Redação do Site Inovação Tecnológica
04/07/2008


Camada de nanobastões de cobre vistos por microscópio eletrônico.[Imagem: Rensselaer/Koratkar]

Caldeiras para aquecer líquidos estão entre os equipamentos mais comuns na indústria, sendo essenciais para fabricação dos mais variados produtos e bens intermediários. E, justamente por sua utilidade, elas estão entre os maiores responsáveis pelas altas contas de energia que a indústria tem que pagar todos os meses.

Cortar pela metade essa conta de energia agora é uma possibilidade concreta, graças a uma camada invisível de nanomateriais, criada por pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaser, dos Estados Unidos.

Fervura mais rápida

Aplicada na forma de um revestimento na parte inferior da caldeira, essa nanocamada reduz pela metade a energia necessária para fazer a água ferver.

E não será essa a única aplicação do novo nanomaterial: ao permitir maior eficiência na transferência de energia térmica, a solução poderá ser igualmente útil para o resfriamento de chips de computador, para o aumento da eficiência de sistemas de ar-condicionado e de qualquer outra aplicação onde a transferência de calor é importante.

Notícia completa

[Nyx]

  Ótima notícia, em quantos anos poderá ser implementada de fato nas grandes indústrias?

[uiliníli]

Não há nenhuma menção a isso, mas não acho que deva demorar muito, afinal revestimentos de nanocristais não são nada tão complicado de conseguir.

[SnowRaptor]

Deixa eu entender: esses nanobastões aumentam a área de contato da caldeira com a água, reduzindo as perdas?

Porque eu não consigo pensar em outro jeito pra isso funcionar, já que não tem omo mudar o calor específico ou o calor latente de evaporação da água assim.

[Caio Gomes]

Acho que é, Elton. Fiquei pensando outros modos disso funcionar e também não achei!

Mas você que é o especialista no assunto! =P

[SnowRaptor]

Se os nanorods tão só na superfície, certamente é isso que eles fazem. Agora, se estivessem boiando na água, até poderiam mudar as características termodinâmicas do bagulho, sei lá.

[Caio Gomes]

Mas com eles boiando não sei como ficaria a retirada deles do liquido. Seria meio complicado. Eu aposto mesmo só no aumento brutal da superficie de contato.

[SnowRaptor]

Mas com eles boiando não sei como ficaria a retirada deles do liquido. Seria meio complicado. Eu aposto mesmo só no aumento brutal da superficie de contato.

Concordo.

[Caio Gomes]

Mas que legal. Nunca tinha parado pra pensar nisso! =)

[Dr. Manhattan]

Acho que se eles estivessem boiando, o calor específico ia aumentar. Realmente deve ser o aumento da superfície de contato.

(Curiosamente, acabei de vir de um seminário em que o apresentador falou de supercapacitores à base de carbono amorfo).

[uiliníli]

Vocês estão encarando o problema somente pelo ponto de vista termodinâmico, o que é errôneo. É claro que a entalpia de vaporização do líquido não vai mudar por causa dos nanobastões. Acontece que o problema não é só de termodinâmica, mas também e principalmente de transporte de massa. A água passa para o estado vapor mesmo a temperaturas abaixo da de saturação, o que termodinamicamente não deveria acontecer. Por quê? Por causa da evaporação que é um fenômeno de transporte e que depende da área de contato (o que evapora primeiro, água em uma poça rasa ou o mesmo volume em uma garrafa aberta?). O que os nanobastões fazem é aumentar a interface líquido vapor e com isso aumentar o componente evaporativo do processo de mudança de estado (pois é, a ebulição da água não é pura, há evaporação atuando simultaneamente) e com isso aumentar a eficiência da fervura.

[SnowRaptor]

Boa. Valeu!