Há nove meses que não ando, consequentemente, grande parte de minha comunicação com o mundo, desde então, se dá através da internet. Há alguns anos atrás, navegando a esmo, encontrei, através de um link do google, um artigo sobre o governo Lula que não poupava palavras duras sobre o mesmo, inclusive usando como adjetivos as palavras terrorista e traficante.
Foi meu primeiro contato com o Olavo de Carvalho, logo depois encontrei outros como ele e reparei que, gradativamente, mesmo com toda a choradeira generalizada de que eles eram sufocados pelo esquerdismo reinante no planeta, suas idéias chegaram ao conhecimento do brasileiro de classe média. A maneira como isso se deu foi um tanto abrupta, de uma hora para outra, dois articulistas da revista Veja, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, começaram a defender as teses do Olavão.
Com o recrudescimento das críticas, obviamente que os defensores do governo Lula ou da social democracia iriam também partir para o ataque através de seus espaços na web. Sendo assim, acompanhei com certa regularidade todos os escritos de Olavo de Carvalho e seus asseclas, ao mesmo tempo em que li tudo o que dizia Almir Sader e Cia. A defesa da social democracia, muitas vezes, era mais importante do que a defesa de apenas um indivíduo, assim o governo Lula não foi poupado pelos seus ex-companheiros mais radicais e foi colocado no mesmo patamas do governo FHC.
Pois bem, depois desta breve introdução, chego ao cerne da questão: mantras.
É isso que me parece o debate político na internet, uma sequência de mantras repetidas ad nauseam por ambos os lados. Se do lado da direita temos a repetição de frases como: cem milhões de mortos pelo comunismo, cinquenta mil assassinatos por ano (Brasil), o Foro de São Paulo e sua influência no continete sul-americano; na esquerda lemos coisas como: imperialismo, moral burguesa, resgate da cidadania, etc.
Nas poucas vezes em que tentei verificar a veracidade das afirmações alegadas por ambos os lados, entrei numa espiral sem fim, ou achava sites que se alinhavam com as idéias defendidas por um deles, ou então encontrava lugares onde as mesmas idéias eram desancadas como sendo apenas mais uma peça de propaganda ideológica.
Daí vem a minha pergunta:
Em respeito aos articulistas da internet, quantos deles realmente sabem do que estão falando? De onde vem tanta certeza de que suas teses são validas? As pessoas usam o raciocínio cético nestes casos, ou aceitam tudo que esta escrito apenas por que concordam com o artigo?