Tópico: O Absurdo da vida sem Deus-William Lane Craig

[Lordakner]

 O Absurdo da vida sem Deus

William Lane Craig


...Se não há Deus, o ser humano e o universo estão condenados. Como prisioneiros condenados à morte, esperamos nossa execução inevitável. Não há Deus, e não há imortalidade. E qual a conseqüência disso? Significa que a própria vida é um absurdo. Significa que a vida que temos não tem sentido fundamental, valor ou propósito. Vejamos esses três conceitos mais de perto.

... Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história. Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Sua vida pode ter importância relativa a certos acontecimentos, mas qual é o sentido fundamental desses acontecimentos? Se todos os acontecimentos não têm sentido, então que sentido fundamental pode haver em influenciá-los? No final das contas, não faz diferença.

Olhe para isso de outro ponto de vista: os cientistas dizem que o universo se originou de uma explosão que chamam de “Big Bang”, há mais ou menos 15 bilhões de anos. Imagine que o “Big Bang” nunca tenha ocorrido. Imagine que o universo nunca tenha existido. Que diferença fundamental isso faria? O universo está mesmo fadado a morrer. No fim, não faz diferença se ele realmente existiu ou não. Por isso ele não tem sentido fundamental.

O mesmo vale para a raça humana. A humanidade está condenada em um universo moribundo. Uma vez que um dia deixará de existir, não faz diferença fundamental se ela alguma vez existiu. A humanidade, assim, não tem mais importância do que um enxame de mosquitos ou uma vara de porcos, pois seu fim é idêntico. O mesmo processo cósmico cego que a vomitou no início um dia acabará por engoli-la.

O mesmo se aplica a cada pessoa. As contribuições dos cientistas para o avanço do conhecimento humano, as pesquisas dos médicos para aliviar dor e sofrimento, os esforços dos diplomatas para promover a paz no mundo, os sacrifícios de pessoas boas para melhorar a sorte da raça humana – tudo isso não dá em nada. No fim, não farão nenhuma diferença, nem um pouquinho. A vida de cada pessoa, portanto, não tem sentido fundamental. E se, no final das contas, nossa vida não tem sentido, as atividades com que a preenchemos também não têm sentido. As longas horas gastas em estudo na universidade, os empregos, os interesses, as amizades – tudo isso é, em última análise, totalmente sem sentido. É isto que apavora o homem moderno: já que ele acaba em nada, ele é nada. ...


Portanto, se Deus não existe, a própria vida se torna sem sentido. O ser humano e o universo não têm sentido fundamental.

Se a vida termina no túmulo, não faz diferença se nossa vida foi como a de Stalin ou a de um santo. Se nosso destino, no fim das contas, não tem relação com nossa conduta, cada um pode viver como quiser. ...

...O problema, porém, torna-se ainda pior. Porque, apesar da imortalidade, se não há Deus, não pode haver padrões objetivos do que é certo e errado. Tudo o que está diante de nós, nas palavras de Jean-Paul Sartre, é o fato nu e sem valor da existência. Os valores morais são simples expressões de gosto pessoal ou subprodutos da evolução e do condicionamento sócio-biológico....

Essas e outras "pérolas" podem ser encontradas no site abaixo:

É uma dica de humor!


http://www.apologia.com.br/?p=12

[Fernando Silva]

Qual o problema se a vida não tem sentido?
Onde estão as estatísticas que provam que ateus não têm moral?
Qual o problema em se ter uma moral sensata, que nos convenha e não dependa de imposições divinas incompreensíveis?

A mesma besteira velha e cansada dos crentelhos.

[Lordakner]

Eu Fui "expulso" do site Apologia pois me divertia polemizando com o webmaster.
Ele criou a condição de se filiar ao site (3X), e quando tentei não recebi O E-MAIL DE CONFIRMAÇÃO. Pode conferir no tópico " Poderia um Deus amoroso enviar as pessoas para o inferno".
Abraços!

[Jeanioz]

...Se não há Deus, o ser humano e o universo estão condenados. Como prisioneiros condenados à morte, esperamos nossa execução inevitável. Não há Deus, e não há imortalidade. E qual a conseqüência disso? Significa que a própria vida é um absurdo. Significa que a vida que temos não tem sentido fundamental, valor ou propósito.

Besteira. A gente cria sentidos fundamentais, valores, propósitos e deuses na mão mesmo. Fim do problema...

[Bill]

Acabei de responder num blog sobre este texto:
http://apologiadocristianismo.blogspot.com/2010/02/o-absurdo-da-vida-sem-deus-e-sem.html

Segue a resposta:

Nunca havia lido nada do Craig, mas esse texto já me mostra o quê ele é: Um sofista de carteirinha. Ele realmente é bom de retórica, e convence os crentes de suas verdades, mas sua constatação final é ridícula, e o desenvolvimento de seu raciocínio faz-se em cima de falácias e pura retórica.

Ora, a vida é um absurdo, e estamos aqui por mero acaso. Isto não torna Deus necessário, de modo algum.

Moral é relativa, com ou sem religião, ao seu tempo. E ela não é algo trivial, pois influi na manutenção da espécie, é algo que está em nossos genes. Não há sociedade sem moral e ética, pois estes são pilares para a vida em conjunto, e se desenvolvem independente da religião que esteja em vigor. Os países com mais ateus do mundo são organizados, pacíficos, geralmente de primeiro mundo, com o melhor sistema de educação, que mais respeitam os direitos humanos etc (estou pensando na suíça, japão ...).

Quera o Craig ou não, nós como espécie estamos fadados à extinção, e este planeta não sobreviverá muito tempo (certamente que será destruído daqui a uns bilhões de anos, por causa do Sol).

E daí? Assim como viemos ao mundo sem pedirmos, sem merecermos, sem propósito e sem destino, tal qual iremos, e tudo se findará. Quem sabe um dia recomece tudo novamente?

[Bill]

Dei uma lida rápida em outros textos do Craig, e a coisa é pior do quê eu pensava. Alguém, além dos cristãos, leva esse cara à sério? Alguém que usa um argumento destes merece respeito?:

"Não existe moral absoluta sem Deus
Existe moral absoluta
Logo, existe Deus"

Agora entendo uma fala do Dawkins, que disse não debater com gente cuja única fama é ser bom de retórica. Realmente, um cara que diz que "a tuma vazia é evidência da ressurreição de Cristo", e que acha que só os cristãos são felizes, ou que por a vida não ter sentido (para ele) sem deus/es/as significa que o Deus da bíblia existe, não merece a honra do debate.

E olha que esse é considerado o "bam bam bam" dos argumentadores teístas.

[Fernando Silva]

"Não existe moral absoluta sem Deus
Existe moral absoluta
Logo, existe Deus"

Uma moral absoluta não requer a existência de um deus, o que significa que há algo externo a Deus que, então, não seria tudo.

Por outro lado, se essa moral absoluta depende de Deus, então ela não é absoluta. Vai depender da definição de Deus.

[West]

A retórica consiste na arte do convencimento. Para ela não importa a veracidade dos fatos ou a validade dos argumentos empregados. Para ser bom em retórica é preciso ser um bom ator, saber fingir e mentir bem, ser capaz de convencer, de fazer crer que uma menteria é de fato uma verdade. E em um debate, o objetivo é justamente esse - convencer o público de que se está com a razão - o que é muito diferente de se demonstrar a verdade dos fatos e a validade dos argumentos empregados. Não por menos a retórica é tão apreciada e cultivado pelos advogados criminalistas, verdadeiros atores atuando no palco dos tribunais do juri, onde o que importa é o convercer o jurados e não necessariamente provar a verdade.

O senhor Craig é um ótimo debatedor, domina bem a retórica, dissimula fantasticamente bem e não sente o menor remorço em lançar mão da sua principal arma - uma desonestidade intelectual refinadíssima.

Contudo, seus argumentos são péssimos. Qualquer um que tenha um pouquinho de conhecimento pode refutá-los com facilidade. Daí porque entendo a recusa de Dawkings em debater com tal figura. De início, não se teria sequer o que refutar e o debate se resumiria, como sempre acontece com os debates do Craig, a um mero "jogo de cena", a um teatro onde o que menos importa é a argumentação racional.