Autor Tópico: Juros e inflação  (Lida 523 vezes)

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Offline -Huxley-

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Juros e inflação
« Online: 14 de Agosto de 2008, 19:57:05 »
São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008
Juros e inflação - PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.   
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Os juros mais altos aumentam o custo da dívida pública, concentram renda e agravam a exagerada valorização do real

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PEÇO AO leitor licença para voltar ao tema dos juros e publicar hoje umartigo um pouco mais técnico. Há uma razão para mudar o registro. É que osdefensores dos juros altos costumam se refugiar no argumento de que é deles o monopólio do saber técnico. Os críticos da política monetáriaseriam economistas desencaminhados ou pessoas politicamente motivadas-"populistas", em suma, que não conhecem a importância do combate à inflação e o papel dos juros.Vamos reconhecer, primeiramente, a parte de verdade que existe nesse argumento. Qualquer banco central que se preze deve se preocupar com ainflação, especialmente em países com passado monetário tenebroso, como o Brasil. E a taxa básica de juro é o principal instrumento de que dispõe o banco central para controlar a inflação. Com um regime de câmbio flutuante, o aumento dos juros reduz a inflação basicamente por doiscanais: a) via desaceleração da demanda interna; e b) via apreciação cambial. Há uma terceira via de influência, mais incerta ou especulativa,que é o efeito sobre expectativas. Ao desacelerar a demanda interna, o aumento dos juros reduz a pressão sobre os preços dos "non-tradeables", isto é, dos bens e serviços que são determinados domesticamente pela interação entre oferta e demanda. Ao provocar apreciação cambial, juros mais altos diminuem os preços dos"tradeables", isto é, dos bens e serviços importados ou exportáveis, cujos preços em reais refletem essencialmente os preços internacionais e a taxa de câmbio.Além disso, se o banco central dispõe de boas credenciais antiinflacionárias, o aumento do juros levaria os agentes econômicos a adaptar rapidamente a sua política de preços a uma menor inflação esperada. A rápida reversão das expectativas tornaria o remédio praticamente indolor -os preços e a taxa de inflação se ajustariam à taxa de juro com pouco efeito sobre as quantidades, isto é, sobre o produto real e o emprego. Isso num mundo ideal. A experiência sugere que a política monetária indolor é uma quimera acadêmica.Em outras palavras, juros mais elevados costumam cobrar o seu preço em termos de crescimento da economia e desemprego. Normalmente, o efeito antiinflacionário se faz sentir quando ocorre a redução da demandainterna, deprimindo as vendas e a produção. Ou seja: as quantidades se ajustam antes dos preços. Enquanto isso, o efeito antiinflacionário daapreciação cambial induzida pelos juros mais altos se traduz em perda decompetitividade dos setores que exportam e dos que competem comimportações no mercado interno. O produto e o emprego acabam prejudicados pela contração da demanda, pela perda de dinamismo das exportações e pela substituição de produção doméstica por importações.A subida dos juros atinge não só o consumo mas também o investimento privado, componente da demanda que cria capacidade produtiva e, portanto,oferta no futuro. Ao diminuir a oferta, a política monetária apertadasolapa a sustentabilidade da expansão econômica e o produto potencial,isto é, reduz a taxa de crescimento compatível com controle da inflação e uma posição sustentável de balanço de pagamentos. Infelizmente, osproblemas não param por aí. Os juros mais altos elevam o custo da dívida interna e desajustam as contas governamentais.Concentram a renda, pois beneficiam a minoria de privilegiados (brasileiros e estrangeiros) que são credores diretos e indiretos do governo. E, como se isso tudo não bastasse, contribuem para agravar a valorização do real, ameaçando recriar o problema da vulnerabilidade externa no médio prazo.   
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PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. , 53, escreve às quintas-feiras nesta coluna.Diretor-executivo no FMI, representa um grupo de nove países (Brasil,Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname eTrinidad e Tobago).
« Última modificação: 14 de Agosto de 2008, 20:02:12 por -Huxley- »

Offline yahveh

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Re: Juros e inflação
« Resposta #1 Online: 01 de Setembro de 2008, 01:19:21 »
Bom, tem um grupo de evangélicos nos Estados Unidos que vem orando pela redução dos preços da gasolina, desde abril e dizem ser os responsáveis pela diminuição do preço da gasolina no país. Quem sabe eles podem fazer uma "joint venture" com igrejas evangélicas ou terreiros de candonblé, aqui no brasil pra resolver esse problema de juros.
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra expirará.

 

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