Quando a coisa beira o racional, debata racionalmente.
Quando beira a bizarrice, tudo que podemos fazer é zoar pesadamente.
Vou responder racionalmente só porque estou no CC. Se eu tivesse discutindo
tête-a-tête com o cara, o mais provável é que eu tacasse umas analogias cínicas e cáusticas.
Este ex-ateísta enfatiza que a ciência mostra três dimensões da natureza que apontam para Deus. A primeira é o fato de que a natureza obedece a leis. A segunda é a dimensão da vida, de seres movidos por propósitos e organizados que surgirão da matéria. A terceira dimensão de Antony é a própria existência da natureza.
1ª - Falácia dos quatro termos; confusão dos sentidos legal e científico de "lei". Lei científica é apenas uma teoria útil com embasamento matemático que descreve um fenômeno. O Universo não tem "leis", tem fenômenos que
a gente descreve usando leis.
2ª- Falácia do
non seqvitvr; há explicações bastante plausíveis para a origem da vida. Tacar um deus como
ad hoc sobre a origem da vida é como tacar um Saci para explicar a origem do cachimbo.
3ª- NS de novo. Da mesma forma, posso dizer que a existência de cachimbos prova a existência do Saci.
Quem começar a duvidar ou a criticar, volte-se, imediatamente, para um estudo, mesmo amador, dos argumentos filosóficos clássicos. Aí você pode começar a viver sem medo do futuro. No livro "Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse", Alejandro Bullón aborda providencialmente que Deus existe e que há um futuro feliz para todos.
Assim como quem estudar os contos dos irmãos Grimm. Não sei se existe alguma falácia do tipo "acredito que é verdade, portanto é verdade", mas seria a descrição mais correta. Interessantemente, ele não passa os argumentos do Bullón (se é que existem), apenas cita o cara.
Bullón pergunta: "Paz ou destruição cósmica?" Paz é quando você acredita que a luz existe, mesmo que estejamos sombreados pelo medo, pela tristeza e pela frustração, comuns hoje em nossas vidas. Mas se tivermos fé, viveremos, mas se você, sem fé, deixar que a ansiedade, a curiosidade e o medo do futuro tomem conta da sua alma , a vida mesmo deixará de protegê-lo. E sabe por quê? Porque, hoje, muitos deixam Deus de lado e passam a valorizar o esoterismo, a superstição e o charlatanismo.
Tenho fé no Saci, logo, ele existe. Cai no mesmo caso da acima.
Pesquisas atuais mostram que 95% dos norte-americanos sem fé ( vamos falar só dos EUA) acreditam em astrologia, discos voadores, fantasmas, cristais e outras superstições. Só neste País existem mais de dez mil adivinhos e cartomantes em atividade e com clientes famosíssimos, que "cultuam o medo e a descrença".
Se pressiona o cara quanto ao que ele define "sem fé", tenho o palpite que ele vai cair na falácia do "um escocês de verdade", e vai definir como "sem fé" todo e qualquer não-cristão.
Agora, se considerarmos as estatísticas do Brasil, iremos longe. É impressionante como a curiosidade sobre um futuro incerto desperta medo e angústia. Só o filme "Independence Day" faturou mais de R$ 3 bilhões encenando a invasão de extraterrestres, sutilmente pintando um futuro sombrio pela ação desses seres.
Assisti o filme e gostei dele. Nem por isso tenho medo de ETs vindo destruir a Terra, NS de novo. Assim como adorei o 300, e nem por isso estou com medo da invasão dos persas.
"Não se deixem enganar pelos profetas que existem no meio de vocês, não escutem os adivinhos e nem os sonhos que eles dizem que têm, porque eles profetizam mentiras em meu nome. Eu não enviei nenhum deles" (Deus em Jeremias 29, 8-9).
Substitua a fonte "deus" por "meia dúzia de humanos medianos" e a citação mostra sua verdadeira cara.
E como? Ele cita Independende Day como provocador de medo nos incrédulos, ansiosos e incoerentes (sic)?
Eu não teria um contra-argumento pra isso. Alguém saberia como dialogar com uma pessoa bitolada assim?
Dani, ainda que nossos argumentos fossem o máximo racionais, embasados e sensatos o possível, o cara não está interessado em argumentos. A ligação dele com a religião dele não é racional, mas sim, puramente emotiva. Acho que ninguém aí acredita racionalmente que virgem engravida, jumenta fala e que um maluco da Eurásia andava por cima da água ou multiplicava pães.
Neste caso, não se culpe por não ter contra-argumentos, pois ele não tem argumentos