Papa divulga polêmico sumário do catecismo cristão
Shasta Darlington
O papa Bento XVI apresentou nesta terça-feira um novo sumário do catecismo católico, com um formato de perguntas e respostas para tornar a doutrina "acessível a todos."
Com 205 páginas, o "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica" apresenta os ensinamentos da Igreja em temas tão amplos como a criação do homem e a proteção de embriões. O livro já provocou polêmica na Itália.
"Por que a sociedade deve proteger os embriões?", diz a pergunta 472 do livro. "O direto inalienável de cada indivíduo humano, desde a concepção, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação", é a resposta.
"Vem crescendo a exigência por um catecismo resumido, breve, que contenha todos e apenas os elementos essenciais e fundamentais da fé e moralidade católicas", disse o papa numa cerimônia na Sala Clementina, no Vaticano.
O livro, que tem uma versão de bolso e uma edição ligeiramente maior, foi preparado "de forma simples, acessível a todos", de acordo com o pontífice. Não se trata de um novo catecismo, e sim de uma síntese que "espelha fielmente" o que foi publicado em 1992.
O compêndio será publicado semanas antes do Dia Mundial da Juventude da Igreja, que será celebrado em agosto na Alemanha. Essa será a primeira viagem de Bento XVI para fora da Itália desde sua eleição, em abril.
Um dos maiores desafios do novo papa é manter os jovens tão interessados na Igreja quanto eram na época de seu antecessor, João Paulo II.
Ao usar o formato de perguntas e respostas, há muito tempo adotado nas escolas primárias norte-americanas, o Vaticano espera tornar as questões mais acessíveis e interessar a católicos de todas as idades.
A maioria dos tópicos revê os Dez Mandamentos e os ensinamentos tradicionais, como "O que é o céu?", além de questões mais contemporâneas, como casamento, sempre sob o prisma conservador do Vaticano.
O compêndio diz que "a verdadeira natureza do casamento", que o texto define como sendo a união de um homem e uma mulher, "deve ser protegida e favorecida."
João Paulo II criou em 2003 uma comissão encarregada de redigir o compêndio. Essa comissão era supervisionada pelo cardeal Joseph Ratzinger, eleito papa Bento XVI.
O compêndio inclui ainda um apêndice com orações comuns em latim, na tentativa de encorajar seu uso como uma espécie de "língua franca" religiosa, compartilhada por todos os fiéis.
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