0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
Corte Eleitoral rejeita referendo de Morales A Corte Nacional Eleitoral (CNE) da Bolívia rejeitou, nesta segunda-feira, o decreto do presidente Evo Morales que convoca para o dia 7 de dezembro um referendo sobre a nova Constituição do país.O anúncio de Morales foi feito na semana passada em meio a crescente disputa com a oposição e após ter sido ratificado no cargo, no referendo do dia 10 de agosto, com 67,4% dos votos.Nesta segunda-feira, o presidente da CNE, José Luis Exeni, comunicou a decisão por carta ao presidente interino do país, Álvaro García Linera. Ele ocupa o cargo enquanto Morales visita o Irã.Mais tarde numa entrevista à imprensa, em La Paz, Exeni disse: "Mandamos uma carta ao senhor presidente da República, explicando que não podemos administrar o processo (eleitoral) enquanto não forem solucionadas questões legais ainda pendentes."Ele afirmou que o decreto presidencial foi um dos principais impedimentos para a realização do referendo. Segundo o presidente da Corte, o correto teria sido que o Congresso Nacional tivesse definido sobre este plebiscito, através de uma lei.O decreto de Morales – chamado de "Decreto Supremo 29691" – marcou a data do referendo sobre a nova Carta aprovada no ano passado, na Assembléia Constituinte. Aprovação que contou com os votos dos integrantes do seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), mas com a rejeição da oposição.O mesmo texto do decreto presidencial convoca eleições para prefeitos (governadores) de La Paz e Cochabamba – dois dos nove departamentos (Estados) do país cujos prefeitos perderam os cargos no referendo do mês passado.A CNE argumentou que nestes dois casos não seriam cumpridos os prazos de 120 dias entre a convocação da eleição e o pleito. A nova Constituição é uma das principais bandeiras da gestão de Morales. Mas para que o novo texto entre em vigor precisa da ratificação eleitoral, num referendo."Refundação"Quando assumiu o poder, em janeiro de 2006, ele disse que a Carta Magna representaria a "refundação" do país. Os artigos da nova Constituição tratam de questões como reforma agrária, direitos dos indígenas e recursos naturais.O texto constitucional tem o apoio, principalmente, dos políticos e eleitores da região andina – também chamada de Ocidente (La Paz, Oruro, terra de Morales, e Potosí). Mas este projeto da Carta é rejeitado pela oposição (concentrada, principalmente, na região conhecida como "meia lua" (Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando).Nos últimos dias, após o anúncio do decreto de Morales, foram registrados novos casos de violência entre opositores do governo e seus seguidores. Essa disputa política envolve pelo menos três braços: o texto da nova Constituição; a determinação de Morales de cortar o repasse de verbas do setor petroleiro aos departamentos; e os processos de autonomia das regiões governadas pela oposição, que querem se distanciar política e administrativamente do governo central.Na semana passada, Morales foi obrigado a entrar, por breve período, no território brasileiro diante dos fortes protestos contra ele em Beni. O governo boliviano alegou "questões de segurança".PetrobrasNesta segunda-feira, um grupo de opositores bloqueou o acesso ao campo San Alberto, no departamento de Tarija, administrado pela Petrobras.A notícia, publicada na Red Erbol, dizia que a manifestação era contra o corte no repasse de verbas do setor petroleiro – medida adotada por Morales para pagar benefício a aposentados.Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI, que é oficial), Santa Cruz e Tarija registram escassez de combustíveis devido aos efeitos destas manifestações. http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080902_boliviareferendo.shtml