Fenrir, eu não considero o Olavo de Carvalho nem um pouco inteligente. Ele é articulado e leu o suficiente para fazer uma salada russa de idéias. E só!
Lembra da estórinha do Sócrates ser o homem mais sábio de Atenas porque era consciente do quanto não sabia, e assim não tirava conclusões falsas. Isso o OC nunca teve em todas as décadas de estudo.
Na Desciclopédia tem uma piada que resume perfeitamente o perfil do OC.
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Olavo_de_Carvalho#Inf.C3.A2ncia
Eis um relato de quando Olavo tinha 9 anos :
* Menina: Olavo, vamos brincar de médico. Você me examina tá?
* Olavo: Certo. (examina a menina)
* Menina: Então o que eu tenho doutor?
* Olavo: Veja bem, eu analisei você e conclui que você tem cancêr, gota e celulite!
* Menina: Quê?! A gente só tá brincando! Como você é chato!
* Olavo: Ora, cala a boca sua burra! Eu sei o que eu tô falando, eu estudo esse negócio já faz 7 anos! Quer discutir comigo é?! Você que só conhece as asneiras que sua mãe e o farmaceutico te falam! Eu já li mais de 80 bulas de remédio!
Ja percebi que OC usa muito argumentos de autoridade e adHominens ao menos no material que ja li (no site dele). Se ele se considera um filosofo e quer ser conhecido e respeitado como tal, nao deveria fazer uso destes "recursos" no seu discurso!
Ja vi, noas cronicas dele, coisa com teor parecido com este dialogo que voce postou da desciclopedia.
Fiquei sabendo da existencia de OC atraves da Wikipedia quando procurava alguma coisa sobre filosofia no Brasil e vi o nome dele ao lado do nome da Marilena Chaui e de uma meia duzia de gatos pingados.
Procurei alguma coisa e acabei me deparando com o site dele.
Apos ler um pouco do que havia ali, confesso ter ficado desapontado porque constatei que OC recorria a argumentos falaciosos de quando em quando, ao mesmo tempo em que apontava os mesmos erros nos seus adversarios e nao obstante se dizia filosofo...
Meu contato inicial com o material dele nao foi motivado, portanto, por nenhum vies ideologico esquerdista ou direitista: queria saber quem era e quais eram suas ideias.
Desapontei-me pela segunda vez quando reparei ele tambem misturava ideologia e polemica com filosofia nao raro encontrando sabe-se-la como fios de cabelo esquerdistas em ovos filosoficos.
Ou seja, um cara que acha que pode falar de qualquer coisa. Que não tem a menor humildade intelectual. Sequer passa pela cabeça dele que ele pode estar errado. Por exemplo, Olavo critica Cantor, em Jardim das Aflições nos seguintes termos:
1º) É um princípio elementar da razão, desde a antigüidade, que o todo é maior que a parte.
2º) Cantor rejeita este princípio de forma falaciosa, pois quando ele compara Naturais {0, 1, 2, 3...} com os pares {0x2, 1x2, 2x2, 3x2...} ele não está fazendo nada mais do que contar a mesma série duas vezes, a primeira sem um índice e a segunda com.
Por um século os mais notáveis matemáticos como Hilbert aceitam a demonstração de Cantor. Aí chega um cara que se considera um filósofo (sendo que só fez três anos de graduação de filosofia na PUCCAMP) e se acha um gênio capaz de encontrar um erro que ninguém viu antes...
Não estou aqui usando argumentos de autoridade, números ou ad hominen para defender Cantor. Estou apenas ilustrando a demência esquizofrênica dele. Qualquer pessoa com a mínima noção das coisas sabe que outras pessoas tem mais domínio sobre certos assuntos que ela. Já Olavo se acha o maior gênio desde Aristóteles.
Putz! Nem Cantor escapa dele heim?
E Humildade passou longe mesmo!
Se eu suspeitasse que um Newton ou um Cantor estivessem errados, tentaria tecer uma argumentacao da forma mais cuidadosa e clara possivel, porque nao estou tentando refutar ou contradizer um ze-mane, um perdidao qualquer.
Outro motivo para se proceder assim é o fato de que, se outras pessoas de inteligencia e conhecimentos respeitaveis e provavelmente maiores que o meu (no exemplo, um Hilbert) nao perceberam o erro que proponho corrigir, entao mais do que nunca preciso ser persuasivo quanto a convencer a comunidade cientifico-filosofica do erro, como tambem exercer minha humildade e honestidade intelectuais e admitir um erro de minha parte, rever minhas ideias e procedimentos antes de atacar o problema novamente!
Desta forma nao corro o risco de perder tempo me iludindo com ideias inuteis e fazer papel de idiota perante meus pares.
Finalmente, é claro que pessoas do calibre de Newton tambem erram, mas quanto maiores forem a inteligencia e aceitacao das ideias de quem errou, mais difícil é apontar e demonstrar o erro, pois que não é suposto estas pessoas errarem de forma trivial, e mesmo se fosse este o caso, o erro já deveria ter sido apontado antes por outros.
Ou seja, que Crantor possa ter errado de forma trivial e que um século depois disto nenhum outro matemático tenha percebido o erro, me parece algo espantoso.
Não foi atoa que David Hume disse o que esta na minha assinatura...
Agora, se o estudioso que critica Newton e Crantor não faz isto e vemos falacias nos seus argumentos, o que pensar de suas ideias, de sua atitude???
Neste caso do Cantor, Olavo só não está errado em afirmar que esta demonstração matemática está errada (e nem vou aqui mostrar que a demonstração matemática está correta a despeito da retórica megalomaniaca de OC), mas ele nem sabe atribuir quem fez o que nesta história toda. Que podemos estabelecer uma relação um-para-um entre os Naturais e seus subconjuntos infinitos é algo que Galileu já sabia! Ele usou isto justamente para mostrar que, ao se tratar de infinitos, os termos "maior" e "menor" não se aplicam. O que Cantor fez foi mostrar que qualquer intervalo dos Reais é maior que o conjunto dos Naturais.
Até um reles entusiasta da História da Matemática como eu sabe que Olavo não sabe do que está falando.
E eu, que nem História da Matemática conheco!
OC deveria reler e treler os dialogos da fase socratica de Platao, principalmente aqueles onde Socrates dialogo com sofistas nao la muito humildes (Hipias, Protagoras).
Se OC nao enxergasse ao menos um pouco de si mesmo nas atitudes daqueles sofistas, entao seria caso perdido.