A idéia é que, quanto mais fatores tiver a base de um sistema, mais simples será a expressão de frações interessantes. Por exemplo, o 60 tem os seguintes fatores: {30, 20, 15, 12, 10, 6, 5, 4, 3, 2}. Assim, quando expressamos frações de horas nós temos:
1/2 h = 30 min
1/3 h = 20 min
1/4 h = 15 min
1/5 h = 12 min
1/6 h = 10 min
...
Agora, se as horas fossem divididas em 100 centésimos, cujos fatores são {50, 25, 20, 10, 5, 4, 2}, ter-se-ia:
1/2 h = 50 cen
1/3 h = 33,333... cen
1/4 h = 25 cen
1/5 h = 20 cen
1/6 h = 16,666... cen
...
O mérito do sistema duodecimal se deve ao fato do doze ter quatro fatores, {2, 3, 4, 6}, enquanto o dez tem apenas dois, {2, 5}.
Assim,
1/2 dúzia = 6
1/3 dúzia = 4
1/4 dúzia = 3
1/5 dúzia = (2,4)10 = 2,4972...12
1/6 dúzia = 2
enquanto
1/2 dezena = 5
1/3 dezena = 3,3333...10=3,412
1/4 dezena = 2,510=2,612
1/5 dezena= 2
1/6 dezena= 1,666...10=1,812
O maior impencilho à adoção do sistema duocecimal, assim como qualquer outro sistema não decimal, é o nosso vocabulário. "Vinte e um" significa "duas dezenas e uma unidade", ou seja, 2x101+1x100. "Quatrocentos e sessenta e três" significa "quatro centenas, seis dezenas e três unidades", ou seja, 4x102+6x101+3x100.
A única coisa no nosso vocabulário condizente com o sistema duodecimal é a palavra "dúzia". Poderíamos dizer "duas dúzias e oito" para 2812 = 3210. Só que faltam palavras para expressar dúzia ao quadrado, ao cubo, à quarta... enquanto na contagem decimal já temos as palavras "dezena", "centena", "milhar", "milhão", "bilhão" etc. para expressar potências de dez.
Seria algo que desenvolvedores de linguas artificiais poderia explorar.