Tópico: Programa nuclear brasileiro prevê 50 novas usinas em 50 anos, diz Lobão

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Programa nuclear brasileiro prevê 50 novas usinas em 50 anos, diz Lobão

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) afirmou nesta sexta-feira que o governo pretende ampliar o programa nuclear brasileiro. Segundo ele, além da construção da Usina de Angra 3, o governo planeja fazer pelo menos 50 novas usinas nos próximos 50 anos, que devem totalizar 60 mil megawatts a mais de energia nuclear na matriz energética.

"A idéia é que seja instalada uma nova usina a cada ano. Para se ter uma idéia, o total da matriz brasileira chega hoje em dia a 100 mil megawatts instalada", disse Lobão, após visita à Central Nuclear de Angra, no Rio de Janeiro.

O ministro visitou as futuras instalações da Usina de Angra 3, cujas obras estão previstas para serem iniciadas em abril de 2009. Os trabalhos de preparação do local para a futura usina já foram iniciados, no entanto. A estimativa é que Angra 3 comece a operar cinco anos após o início da construção.

Lobão negou que a Eletronuclear [estatal responsável pela obra e pela operação da usina] pretenda pedir mudanças relativas às exigências ambientais apresentadas para que a obra saia do papel.

Uma das condições feitas pelo Ministério do Meio Ambiente é a criação de um local específico para colocação dos rejeitos nucleares. Por enquanto, admitiu Lobão, não há previsão sobre o cumprimento dessa exigência. Mas o ministro garantiu que o início das obras não será prejudicado.

"Não há hipótese de a construção ser embaraçada por exigências ambientais. Ao todo, são 60 condições. A última exigência será atendida depois. As que não foram feitas serão sanadas posteriormente", disse Lobão.

A política nuclear é prioritária para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. Lobão afirmou que vários Estados do Nordeste estão pleiteando a instalação de novas usinas nucleares. O governo já definiu que até 2020 serão feitas mais quatro usinas, além de Angra 3, sendo que duas serão construídas no Nordeste e outras duas no Sudeste.

Pré-sal

Edison Lobão informou que o governo pretende fazer uma nova avaliação na próxima semana sobre possíveis mudanças no marco regulatório do petróleo. O prazo final para a apresentação das propostas foi adiado do dia 19 para o dia 30 deste mês.

Está previsto para o dia 25 de setembro uma reunião final da comissão interministerial criada para estudar modificações nas regras do petróleo em função das descobertas da camada pré-sal.

Perguntado se empresas seriam atraídas para a 10ª rodada de licitações, Lobão disse que "os chamados atrativos são do pré-sal. "Lá temos apenas três blocos que acabam de ser mais ou menos definidos, que são Tupi, Iara e Júpiter, o resto [outros blocos] é tudo em terra ou em mar." A Petrobras estima que o campo de Júpiter seja de tamanho semelhante a Tupi.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u444354.shtml

[Felius]

Estou consideravelmente cetico quanto a um projeto em escala tao larga. E fora que nao sei se confio em tanta usina nuclear na mao do governo brasileiro. Espero que realmente cuidem direito dos riscos de acidente...

[Herf]

diz Lobão

[Dodo]

Não sei se vocês lembram do primeiro projeto de PC popular. Ele demorou tanto tempo para sair do papel que a proposta final foi modificada, acabando por ser um pacote com isenção de impostos para os "fabricantes" de computadores e as lojas que os revenderiam, desde que respeitadas algumas regras, como a configuração mínima, por exemplo.

O projeto original, que estava sendo pesquisado por um grupo dentro das universidades federais era um computador com a seguinte configuração:

Processador K6 -500
64 MB de RAM
Monitor de 15"
Placa-mãe, padrão AT, com todos os componentes onboard (som, video, rede e modem), na época a placa M598, fabricada pela PC-Chips, atendia aos requisitos
Um flash card com 64 Mb de Ram
Uma distribuição Linux otimizada para este hardware.

Até onde eu sei, este micro ficou apenas no protótipo.

Como eu disse, a burocracia e a demora em implantar o projeto foram tantas, que o projeto original sofreu diversas mudanças, que acabaram resultando nos computadores vendidos em supermercados e lojas, por preços e formas de pagamento acessíveis a maioria da população.

ANTES que alguém ache que estou criticando o governo ou a forma dos computadores serem vendidos, afirmo que não é essa a minha intenção.

Afinal, o que uma coisa tem a ver com a outra? Computadores e usinas?

Simples.

Será que o Brasil esta preparado para manter um projeto de longo prazo, como esse das usinas nucleares?

Na minha cidade, a comissão criada para pensar no futuro da região nos próximos 20 anos, não durou nem seis meses.

Será que os futuros governos irão cumprir tal meta, a de instalar 50 usinas nucleares em 50 anos?

Eu acredito que um dia o Brasil vai encontrar o seu rumo mas, no momento, tenho certeza de que algo assim tão grandioso dificilmente irá sair do papel, igualzinho ao PC popular.

[FxF]

Dodo, você pegou bem no ponto. No Brasil os projetos nunca possuem "dedicação" dos parte dos governos, o qual também mudam completamente de eleição para eleição.