REVISTA DA SEMANA, 08-09-2008
A FÉ NÃO CURA DOENÇAS
Corey Fincher, da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, tem
uma tese inusitada para a diversidade religiosa. Ele acredita que o
crescimento das religiões é resposta para a proliferação das doenças.
Fincher confirma a teoria com números. A média de crenças por país é
de 31, mas a variação é ampla – de três a 643. A Noruega tem 13; o
Canadá, 15; a Costa do Marfim, 76; o Brasil, 159. Ou seja: onde há
mais religiões a saúde sanitária é pior.
Mas a explicação não é tão simples. As doenças também influenciam em
aspectos do comportamento social humano. Em locais onde os males se
alastram a sociedade tende a não se misturar para reduzir o risco de
contágio. Com isso as crenças ficam restritas a pequenos grupos.
O estudo sugere que a xenofobia nada mais é que um medo das doenças (a
idéia do estrangeiro sujo). Talvez as hostilidades entre grupos
étnicos tenham menos relação com as raças em si do que se imagina.
The Economist
http://revistadasemana.abril.com.br/edicoes/51/ideias/materia_ideias_297027.shtml