Autor Tópico: Jovens são presas em Israel por rejeitar serviço militar  (Lida 354 vezes)

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Jovens são presas em Israel por rejeitar serviço militar
« Online: 24 de Setembro de 2008, 17:34:13 »
Jovens são presas em Israel por rejeitar serviço militar
 
Três mulheres israelenses de 19 anos se recusaram a servir o Exército e foram presas.

Omer Goldman, Miya Tamarin e Tamar Katz deviam se alistar nesta terça-feira para prestar o serviço militar obrigatório.

Ao se apresentar, na data do alistamento, na base militar de Tel Hashomer, as jovens anunciaram que não pretendem servir pois são contra a ocupação dos territórios palestinos.

Em Israel, a lei obriga todos os israelenses a prestar serviço militar - as mulheres por dois anos e os homens por três.

As jovens chegaram à base militar acompanhadas por cerca de cem manifestantes que levantaram cartazes contra a ocupação em frente à base militar.

“Não queremos participar da ocupação”, “Basta de ocupação”, diziam os cartazes.

“Não pretendo ir para o Exército em hipótese alguma”, disse Omer Goldman à BBC Brasil, “eu me sinto obrigada, moralmente, a recusar”.

“Viajei muitas vezes aos territórios ocupados, e vi, com meus próprios olhos, o que o Exército israelense faz lá, são coisas com as quais eu não posso colaborar”, afirmou.

Liberação

Gabriel Castellan, porta-voz do Exército israelense, disse à BBC Brasil que o número de jovens que se recusam a prestar o serviço militar obrigatório por razões políticas é pequeno, mas tem aumentado nos últimos dois anos.

Em 2005 foram registrados 57 casos, e em 2007 o número chegou a 72.

O número de jovens que foram liberados do serviço militar também vem aumentando.

De acordo com Gabriel Castellan, porta-voz do Exército israelense, no ano de 2003 a porcentagem de homens israelenses que não prestaram o serviço era de 22%, e entre as mulheres 35.6%.

Em 2008, a porcentagem chegou a 27,7% entre os homens e 43,7% das mulheres.

O porta-voz disse à BBC Brasil que a principal razão para a liberação, tanto de homens, como de mulheres, do serviço militar é ligada a motivos de religião.

Os homens que comprovam estudar em um seminário rabínico são liberados e as mulheres que declaram ser religiosas também obtêm a isenção do serviço militar.

Outras razões para a liberação do serviço militar são problemas de saúde, antecedentes criminais e residência no exterior.

Além dos jovens que se negaram a prestar o serviço militar obrigatório, desde o inicio da segunda Intifada (levante palestino que começou em 2000), mais de 500 soldados e oficiais da reserva se recusaram a servir no Exército por razões políticas.

'Medo'

Omer Goldman não sabe quanto tempo ficará presa e admite que tem medo.

“Sim, tenho medo. Outros jovens que recusaram já ficaram dois anos na prisão, espero que não fiquemos tanto tempo”.

“Por enquanto todos os meus planos para o futuro ficaram congelados, e não sei por quanto tempo”.

Miya Tamarin é pacifista e tentou ser liberada do serviço militar por “razões de consciência”. O Exército libera automaticamente jovens mulheres religiosas - normalmente ortodoxas ou ultra-ortodoxas - por razões de consciência, porém, rejeitou o pedido de Tamarin.

“Há uma semana recebi a resposta negativa do Exército e decidi que minhas convicções pacifistas não me permitem participar de uma instituição que é toda baseada na violência”, disse Tamarin.

Segundo Tamar Katz, “as ações do Exército só vão gerar mais hostilidade e mais violência e não quero participar de uma organização que aponta armas contra civis de maneira indiscriminada”.

'Traição'

As três jovens, como outros que se recusaram a prestar serviço militar, são acusadas de “traição” e “covardia”, por muitos em Israel.

Grande parte da população fica indignada com jovens que tentam “se esquivar” de prestar o serviço militar, considerado quase que sagrado em Israel.

Porém, elas afirmam que a razão da recusa não é covardia e que não têm a intenção de se esquivar de suas responsabilidades como cidadãs israelenses.

“Acho que nosso ato de recusar é um ato de responsabilidade social”, disse Omer Goldman, “espero que esse ato leve mais pessoas a questionarem a ocupação”.

“Desde pequena estive envolvida em ações voluntárias de responsabilidade social e minhas colegas também”.

“Durante o último ano todas nós participamos de projetos voluntários, eu trabalhei na cidade de Yavne, em um projeto de educação de crianças etíopes”.

“Essas acusações contra nós, de que ‘queremos tirar o corpo fora’ de nossas responsabilidades para com a sociedade israelense são absurdas”, afirmou Goldman.

“Para o bem da sociedade israelense, devemos nos recusar a participar da ocupação”, concluiu.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080923_guilaexercito.shtml

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Offline Luis Dantas

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Re: Jovens são presas em Israel por rejeitar serviço militar
« Resposta #1 Online: 24 de Setembro de 2008, 18:36:24 »
(...) Miya Tamarin é pacifista e tentou ser liberada do serviço militar por “razões de consciência”. O Exército libera automaticamente jovens mulheres religiosas - normalmente ortodoxas ou ultra-ortodoxas - por razões de consciência, porém, rejeitou o pedido de Tamarin.

“Há uma semana recebi a resposta negativa do Exército e decidi que minhas convicções pacifistas não me permitem participar de uma instituição que é toda baseada na violência”, disse Tamarin.

Segundo Tamar Katz, “as ações do Exército só vão gerar mais hostilidade e mais violência e não quero participar de uma organização que aponta armas contra civis de maneira indiscriminada”.

(...)

As três jovens, como outros que se recusaram a prestar serviço militar, são acusadas de “traição” e “covardia”, por muitos em Israel.

Grande parte da população fica indignada com jovens que tentam “se esquivar” de prestar o serviço militar, considerado quase que sagrado em Israel.

Porém, elas afirmam que a razão da recusa não é covardia e que não têm a intenção de se esquivar de suas responsabilidades como cidadãs israelenses.

“Acho que nosso ato de recusar é um ato de responsabilidade social”, disse Omer Goldman, “espero que esse ato leve mais pessoas a questionarem a ocupação”.

“Desde pequena estive envolvida em ações voluntárias de responsabilidade social e minhas colegas também”.

“Durante o último ano todas nós participamos de projetos voluntários, eu trabalhei na cidade de Yavne, em um projeto de educação de crianças etíopes”.

“Essas acusações contra nós, de que ‘queremos tirar o corpo fora’ de nossas responsabilidades para com a sociedade israelense são absurdas”, afirmou Goldman.

“Para o bem da sociedade israelense, devemos nos recusar a participar da ocupação”, concluiu.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080923_guilaexercito.shtml

Way to be! :)

Queria ter uma filha assim.  :hihi:
« Última modificação: 24 de Setembro de 2008, 22:41:38 por Luis Dantas »
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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