A minha pergunta é a seguinte.
Testes genéticos em populações judaicas revelam o quê? Algum grau de parentesco com egípcios (o que sugere que eles tiveram no Egito e saíram)? Muito parentesco (o que quer dizer que nunca saíram da esfera egípcia)? Ou apenas o esperado de dois povos afro-asiáticos?
De preferência, seria bom fazer testes com iraquianos, pra comparar. Pra mim, a população local é apenas uma dissidência de Ur (exceto os que vieram da Península Européia - meu palpite é que DNA diria que eles são na verdade alemães, franceses e eslavos com complexo de identidade étnica).
Outro detalhe: o hebraico tem algum empréstimo do demócrito, ou de outro idioma característico do Nilo? Se tiver, dá pra saber quando +- os hebreus estiveram lá (isso, se estiveram).
Eremita, os estudos mais recentes e consistentes mostram que
os antigos hebreus (não os judeus modernos, muito menos os israelenses) são na verdade autóctones da Palestina, não são povos vindos de outra parte em um passado histórico definido.
Essas evidências arqueológicas mostram que sempre houve períodos cíclicos em que pastores nômades se fixavam nas montanhas centrais da Palestina e passavam a se dedicar à agricultura e, após um período médio de 1000 a 2000 anos, essas comunidades sedentárias se dissolviam e voltavam à vida nômade. Houve 3 ondas de sedentarização como essa desde o ano 3000 a.C, sendo a última onda (iniciada por volta do ano 1400 a.C) a que corresponde à formação dos antigos hebreus ou israelitas.
Toda a história dos hebreus antes do período macabeu é bastante obscura, o proprio Flávio Josefo (historiador judeu do século II a.C) parece admitir isso. As reconstruções mais precisas, baseadas na arqueologia, em documentos paralelos da época e em análises textuais da Bíblia apontam com um grau surpreendente de consistência que os textos bíblicos do antigo testamento, como conhecemos hoje, foram pela primeira vez escritos e compilados por volta do século VII a.C, baseados provavelmente em tradições orais. Porém, essa compilação foi oriunda de uma "revolução" de caráter religioso-nacionalista promovida durante o reinado de Josias, na qual o deus Iavé foi sistematicamente imposto como o único que deve ser adorado, no templo de Jerusalém, tentando acabar com todas as outras divindades que coexistiam entre o povo hebreu desde sua origem (havia na verdade um sincretismo entre diversas divindades. Em vários objetos de cerãmica da época, é comum encontrar coisas como Astarot sendo a esposa de Iavé, etc).
Esse movimento, postula-se, tinha também um objetivo pan-israelita: anexar todos os territórios do antigo Reino de Israel (cuja evidências mostram que sempre foi separado do Reino de Judá) ao Reino de Judá, aproveitando um vácuo deixado pela queda dos assírios. (daí histórias como a conquista de Canaã por Josué (Josias?) e o grande e próspero reino unificado de Davi e Salomão, que realmente existiram, mas não há evidência NENHUMA de obras grandiosas em suas épocas).
Todos os textos bíblicos, sejam ou não de história, foram escritos e moldados tendo essas duas ideologias em mente: a supremacia absoluta do deus Iavé sobre todos os demais, e o pan-israelismo. Nessa recosntrução, tudo o que fosse contrário ao moneteísmo foi insultado e demonizado ao extremo. Os reis que trouxeram mais prosperidade ao Reino de Israel (Onri, Acab e Jeroboão II) são satanizados e/ou tiveram suas realizações ignoradas, o o próprio Reino de Israel (muito mais próspero e rico do que Judá jamais foi) é colocado em segundo plano e minimizado.
O Egito e principalmente a Babilônia frustraram esses planos pan-israelitas. Data da época do exílio várias inserções no pentateuco e um acréscimo aos livros dos reis, de uma fonte literária completamente diferente das anteriores, na qual colocam os hebreus como tendo origem na Caldéia (provavelmente para atribuir uma origem "nobre" e "elevada" aos mesmos, visto que Ur era uma das cidades mais ricas e famosas da Cadéia na época) e na qual inserem uma "explicação" do porquê do exílio para a Babilônia (desobediênciaa Iavé, obviamente) e colocam um epílogo de esperança no final do livro dos reis (a reabilitação do rei Joaquim, ou seja, uma promessa de continuidade futura do reino de Judá).