Autor Tópico: Espanha quis invadir Portugal em 1975?  (Lida 535 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline André Luiz

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.657
  • Sexo: Masculino
    • Forum base militar
Espanha quis invadir Portugal em 1975?
« Online: 04 de Novembro de 2008, 14:40:27 »


Espanha quis invadir Portugal em 1975?  :o

Apoio norte-americano foi solicitado por Madrid
03.11.2008


O jornal iberista espanhol «El Pais» controlado pelo grupo PRISA [1] afirmou neste fim de semana que durante o Verão-quente de 1975 a Espanha tinha planos para ocupar Portugal e que pediu a colaboração passiva dos Estados Unidos na invasão.

Segundo a mesma fonte o então chefe do governo, o dirigente espanhol Carlos Árias Navarro, amigo pessoal do ditador Francisco Franco [2] terá contactado o governo de Washington após o falhado golpe de estado de 11 de Março de 1975 em Portugal, levado a cabo por António de Spínola.

António de Spínola, um general conservador que tinha sido empossado Presidente da República, na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974, demitiu-se do cargo por discordar radicalmente da evolução da situação política portuguesa nomeadamente da entrega apressada e descontrolada das colónias a movimentos apoiados pela União Soviética.

A influência do Partido Comunista Português em várias das estruturas do exército,. Levou Spínola a acreditar que se preparava um golpe comunista apoiado pela União Soviética, o qual passaria pelo assassínio de várias personalidades contrárias a Moscovo, entre as quais estava ele próprio.
Essa operação ficou conhecida como «Matança da Páscoa», e é por ter acreditado nela, que Spínola tenta um golpe mal preparado e mal organizado em 11 de Março de 1975.
A tentativa de golpe, resultou numa radicalização da situação e no controlo do poder em Lisboa por grupos de pessoas ligados ao Partido Comunista Português e à União Soviética, interessada especialmente em imobilizar o exército português em África, de forma a que as suas tropas [3] tomassem posições em Angola.

Spínola foge para Espanha no próprio dia 11 de Março de 1975 e segundo documentos já publicados há alguns anos, numa investigação do semanário Expresso, solicitou a intervenção do exército espanhol, invadindo Portugal para evitar que o Partido Comunista instalasse em Lisboa um regime de inspiração soviética.

Árias Navarro, terá discutido a situação portuguesa com o subsecretário de estado norte-americano Robert Ingersol, poucos dias depois de Spínola ter contactado o governo espanhol, ainda nesse mês de Março, logo após ter fugido de Portugal e ter pedido a intervenção espanhola.
O dirigente espanhol, terá sondado o diplomata norte-americano sobre que posição os Estados Unidos tomariam no caso de a Espanha invadir Portugal.

O argumento do governo espanhol, era o de que Portugal era uma potencial ameaça para Espanha, perante a possibilidade de um governo pró soviético se instalar em Lisboa e deliberadamente começar a desestabilizar Espanha.

Árias Navarro afirmou que temia que Portugal pudesse obter apoio exterior para desestabilizar Espanha, apoio que só poderia ser apoio soviético [4].

O governo espanhol voltou a contactar políticos norte-americanos de visita à capital espanhola alguns dias depois, a 7 de Abril de 1975 continuou a insistir junto de Washington, explicando a posição espanhola e os argumentos justificativos da invasão.

O embaixador norte-americano em Madrid Wells Stabler, enviou em 28 de Maio de 1974 um relatório para Washington afirmando que os militares consideravam que Espanha teria dificuldades em proteger-se de alegadas acções subversivas portuguesas.

Segundo o embaixador norte-americano em Madrid, o dirigente espanhol parecia transmitir aos seus pares europeus que a situação em Portugal não podia continuar como estava e que a Espanha tinha que invadir Portugal para regularizar a situação. O embaixador achava no entanto que Madrid não sabia como Washington reagiria à intervenção espanhola em Portugal.

Já em Outubro, o dirigente Espanhol terá voltado a mostrar preocupação com o evoluir da situação portuguesa e com o facto de o Partido Comunista estar a controlar completamente o país.

A relação entre os dois países atingiu um nível crítico quando em Setembro de 1975 a embaixada espanhola em Lisboa foi assaltado por elementos de extrema esquerda. A acção é vista por vários sectores como uma tentativa de provocar uma reacção espanhola, conseguindo assim o apoio popular para a esquerda portuguesa que depois das eleições de 25 de Abril de 1975 tinha obtido uma representação inferior a 20% dos votos e precisava de apoio popular para garantir a continuação do processo revolucionário.

A acção de 25 de Novembro de 1975, removeu os elementos radicais e o Partido Comunista do poder em Portugal. A União Soviética não estava interessada em tomar posições no país e naquela altura já estava assegurado o seu objectivo principal: a instalação de regimes comunistas nas antigas colónias portuguesas.

A morte de Franco, a transição para a democracia em Espanha, e a consolidação da democracia em Portugal, terão arquivado aquele que terá sido o terceiro plano em um século para invasão de Portugal por parte da Espanha.

[1] – Normalmente associado ao movimento republicano federalista, que defende o desaparecimento de Portugal e a sua inclusão numa república federal ibérica de cariz e cultura castelhana.

[2] – Franco tinha ascendido ao poder em Espanha em 1936 com o apoio directo das tropas de Adolf Hitler e tinha o regime Nazista alemão como modelo a seguir em Espanha. A derrota Nazi na guerra forçou o ditador espanhol a iniciar um processo de metamorfose, onde manteve internamente um sistema de repressão brutal, cópia fiel da Alemanha Nazi tentando criar uma imagem externa de conservador católico, tendo para o efeito contado com a colaboração e apoio activo da Igreja Católica de Espanha.

[3] – A intervenção soviética em Angola foi feita através do «aluguer» de soldados cubanos, pelos quais Fidel Castro recebia uma quantia por peça.
A título de curiosidade há que referir que o sistema de aluguer de cidadãos continua até hoje. Cuba aluga presentemente médicos e enfermeiros que são colocados no estrangeiro contra o pagamento de quantias ao governo cubano. Os médicos e enfermeiros não recebem qualquer bónus adicional.

[4] - O argumento do «medo», invadindo Portugal para evitar a «contaminação» era curiosamente o mesmo que tinha sido utilizado por Afonso XIII depois da implantação da República Portuguesa em 1910. Também o ditador hitleriano Francisco Franco tinha considerado a possibilidade de invasão em 1940-1941, considerando exactamente o mesmo argumento: Atacar Portugal para evitar eventuais ataques portugueses contra Espanha.

http://www.areamili tar.net/noticias /noticias. aspx?NrNot= 683

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Espanha quis invadir Portugal em 1975?
« Resposta #1 Online: 04 de Novembro de 2008, 15:15:02 »
Terceiro plano em um século? Ixi, os espanhóis só estão atrás de uma desculpa, parecem loucos para conquistar Portugal...

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!