Autor Tópico: A síndrome de Bueno Aires  (Lida 1925 vezes)

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Offline uiliníli

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A síndrome de Bueno Aires
« Online: 06 de Novembro de 2008, 15:06:27 »
A síndrome de Buenos Aires

Falou em livro no Brasil, lá vem a história de Buenos Aires ter mais livrarias do que o Brasil todo, acompanhada pela majestática besteira “o brasileiro não lê”. Esse confortável álibi para justificar a exclusão social – e distorcer o mercado de livros - é repetido sem provas, há décadas, tendo se transformado numa espécie de idiotice oficial da ignorância bem fornida. Esquece-se que a economia da Argentina inteira é menor do que a do estado de São Paulo e que desde a revolução de Monteiro Lobato os pontos de vendas de livros multiplicam-se no Brasil. Até estação de metrô vende livro, sem falar nas papelarias, bazares, lanchonetes, super e hipermercados. E quando chega uma Bienal do Livro, explodindo de fartura, as asneiras voltam a se repetir, como se fosse importante mantermos uma auto-estima baixa, a serviço dos espertinhos de sempre.

O BRASILEIRO LÊ! – Claro que em relação à gigantesca população deste país-continente, com péssima distribuição de renda, escolas insuficientes, livrarias idem, há muito o que andar. Mas o pouco que temos é MAIOR do que existe em vários lugares conceituados. Nossa classe média é o triplo da classe média da Suíça, o dobro da que existe na França e bate, em números, em todos os países da América do Sul. Além disso, lê-se em todas as classes sociais, e muito. Multiplicam-se as bibliotecas populares, cada cidadezinha começa ter seu ponto de venda desse produto e muito comerciante sabe que, estando hoje na vanguarda, o livro está começando a vender mais do que as revistas, que estagnaram no tempo com seus falsos conteúdos cheios de “dicas” de como dar na esquina, entre outras preciosidades didáticas. Há uma fome de conhecimento, buscado com paixão por uma população que foi abandonada às própria sorte e que mantém o país de pé, funcionando, e que é saqueado diariamente por uma política econômica ditada com crueldade e apresentada sempre com sorrisinhos anódinos de superioridade. As editoras estão acordando para a essência da sua atividade, que é focada no autor e sua criação e não no marketing equivocado ou na oferta gigantesca de porcarias para um público que pretensamente “não lê”. O que é preciso mudar é dar uma chance ao livro bom, investir nele e não em porcarias. A Folha de hoje traz um artigo dizendo que o leitor da Bienal é um envergonhado que prefere a impessoalidade do evento a ser humilhado nas livrarias. É impressionante a capacidade de se dizer coisas como essas.

GORKI A PREÇO DE BANANA - Tenho ido na Bienal diariamente e não vi ninguém envergonhado. As pessoas são desenvoltas e procuram os melhores títulos e ofertas. Existe Maximo Gorki a dois reais (como descobriu a graduando em Letras na USP, Tabata Marques, e colaboradora fixa da W11 Editores), chovem promoções como descontos de até 50% por uma hora etc. Claro que existe muita chatice de marketing sacana, mas o grosso da Bienal é focada na diversidade dos autores e livros – portanto não se justifica dizer que essa é uma Bienal da mesmice por destacar os mesmos autores de sempre (o que vale não é a programação oficial apenas, mas o que realmente as editoras estão oferecendo, e o que está se oferecendo é trabalho duro, suado, feito com ânimo - ou seja, o que vale é a percepção desse movimento) . Outra impropriedade do referido artigo é cair na tentação de dizer que "a literatura sempre foi mantida numa aura de sacralidade”. Não é verdade. Shakespeare fazia teatro popular (seria patético falar na sua qualidade, mas é o que ele oferecia: alta cultura para a população), Garcia Marques (o maior escritor do mundo) vende milhões de exemplares. A literatura vem da cultura oral, aquela dita em voz alta para a massa. Uma parte dela passou pelo processo de erudição, mas mesmo autores considerados difíceis costumam se impor e vender muito. A Bienal atrai gente não porque é estuário de leitores envergonhados, que fogem da pretensa sacralidade livresca, mas porque lê-se como nunca no Brasil e um evento desses é a oportunidade de os leitores terem uma visão completa do que as livrarias e outros pontos de venda estão oferecendo. O que estraga é mentalidade de que somos uma nação de idiotas iletrados e por isso mereceríamos o excesso de oferta de porcarias (produzidas em função desse equívoco), já que “esse povinho gosta mesmo é disso”. Esse elitismo de galinheiro atrapalha, mas não vence a irresistível tendência de um povo que lê, e lê muito, e fica a par da criação intelectual brasileira e internacional e vai incomodar cada vez mais, porque essa informação rompe barreiras, muda políticas e transforma o mundo. Falar o contrário é apostar no conservadorismo, no narizinho empinado, na exclusão permanente.

UM DIA E TANTO – Ontem, sexta-feira, dei uma entrevista ao vivo pelo telefone para a radio Cultura de Porto Alegre e outra gravada para o jornalista Mauricio Melo Junior, da TV Senado, que irá ao ar nos próximos dias, ainda não tem data certa. Admiro Mauricio porque, além de manter há três anos talvez o único programa especializado em livros da TV brasileira (o que diz tudo do preconceito que existe contra os leitores brasileiros, pois deveríamos ter um programa desses em cada rede) ele é um exímio entrevistador, profundo, que não se entrega a nenhuma pergunta fácil. À noite, o estande da W11 foi honrada com a visita de dois excelentes jornalistas, Cassiano Elek Machado e Marcelo Pen, da Folha. Pessoas finíssimas que foram visitar nosso diretor Wagner Carelli e conversaram conosco sobre a Bienal e o mercado, num ambiente maravilhoso que a maior exposição da cultura de livros do Brasil proporciona, que é o convívio entre profissionais do ramo, autores, jornalistas, leitores em geral. Foi um dia e tanto para quem está lançando seu primeiro romance – Universo Baldio - e prepara-se para lançar seu quarto livro de poemas daqui a algum tempo. Vamos em frente.

RETORNO - 1. O que realmente atrapalha na Bienal são os preços de acesso ao evento: oito reais para entrar, doze reais para estacionar. O que não atrapalha é a organização: talvez essa seja a mais bem organizada Bienal que já visitei.
2. Você conhece alguém que não tenha uma estante de livros na sua casa? E quantos você conhece que tem uma biblioteca? Poderão dizer: mas isso é uma minoria. Não é, cara. Somos milhões. Más notícias para os idéias-fixas: não somos uma elitezinha letrada, somos uma massa impressionante de leitores neste gigante das letras que é o Brasil. Ou seja: não estamos numa fazenda colonial, estamos no meio de uma revolução industrial, um ambiente onde a Internet funciona como fomentadora de mais leitura.

http://outubro.blogspot.com/2004/04/dirio-da-fonte-sndrome-de-buenos-aires.html

Offline uiliníli

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #1 Online: 06 de Novembro de 2008, 15:13:25 »
E mais:

Mitos e verdades do mercado editorial
O Globo | 13.2.2006 | 15h35

A frase geralmente vem com veneno, definitiva, pronta para ferir os brios: os argentinos teriam, em sua capital, mais livrarias que todo o gigante em berço esplêndido. Resta lamentar o destino e invejar em silêncio a grama literária do vizinho. Contra um argumento desses não há o que dizer — exceto que está errado. Calcula-se (talvez seja mais exato escrever “estima-se”, já que as estatísticas são precárias) que o Brasil tenha 1.800 livrarias. Buenos Aires, 400. 
 
O problema, contudo, é que se o mito está derrubado, pelo menos como enunciado, esses números absolutos estão longe de fazer jus à questão: ainda é muito mais fácil um argentino tropeçar numa livraria que um brasileiro. Na reportagem sobre os mitos e verdades do mercado editorial, especialistas falam dos entraves da área e de possíveis soluções (algumas polêmicas) para o problema. Que, aliás, não é privilégio nacional: em Londres também se discute a sobrevivência das livrarias independentes.
 
 
 
Buenos Aires tem mais livrarias que o Brasil
O Globo - Douglas McMillan
 
O número que realmente dá conta do problema da comercialização de livros no país é o que mede quantas pessoas uma livraria serve em média. E aí, perdemos feio da terra de Borges: há uma livraria para cada 50 mil argentinos, enquanto no Brasil a vastidão de 84.500 pessoas se espreme na matemática das estatísticas em um único estabelecimento onde se vende livro. 
 
O brasileiro gosta de ler, ao contrário do que muitos pensam. Quando estimulada do jeito certo — primeiro, claro, aprendendo a ler bem, o que ainda é raro — muita gente está disposta a buscar a companhia de um livro. Mas o que os números sobre a distribuição insinuam, contudo, é que essa demanda por leitura ainda não é sólida o bastante para plantar por todo o país livrarias capazes de se sustentar. 
 
Uma das razões disso, apontam ao GLOBO diversas pessoas ligadas à distribuição, é que o mercado livreiro está privado de um segmento de grande importância econômica, responsável pela criação de novos leitores: os livros didáticos. Enquanto as livrarias ficam sem parte importante de seu faturamento, o público perde um grande incentivo para se habituar a um ambiente onde se respira livro. Não é impossível, é antes bem provável, que uma pessoa que tenha começado a ser alfabetizada na década de 90 não precise entrar numa livraria até o fim da vida. 
 
Nosso personagem hipotético faria o ensino fundamental numa escola pública. Todas recebem diretamente do governo os livros de cada ano letivo, incluindo-se aí não-didáticos, como por exemplo clássicos da literatura e infanto-juvenis. No ensino médio, se transferiria para um colégio particular. Hoje em dia, é cada vez mais comum comprar os livros necessários na própria escola. É uma opção muito mais econômica, já que as editoras negociam diretamente com as instituições de ensino preços mais baratos para grandes remessas. Depois, preparando-se para o vestibular, o aluno-modelo ingressaria num cursinho que já oferece apostilas de português, física, literatura ou qualquer outra matéria com o preço das mensalidades. Vem a faculdade, e depois a pós-graduação, onde nosso amigo se alimenta de capítulos fotocopiados de livros e apostilas customizadas . Ao concluir os estudos, esse aluno terá passando um terço de sua vida sem precisar entrar numa livraria. 
 
— O didático é fundamental para a abertura de novas livrarias. Foi como eu comecei, anos atrás: indo a escolas em começo de ano letivo e oferecendo descontos para os pais — afirma Marcos Gasparian, um dos donos da livraria Argumento, no Leblon, e presidente da seção estadual da Associação Nacional de Livrarias (ANL). — É importante por duas razões: primeiro, nos dá um fluxo de capital no início de ano, o que é fundamental, e segundo, faz com que as pessoas comecem a se cercar desde cedo de livros. Livrarias não são só intermediários que se pode cortar, são também lugares de cultura.
 
 
 
As livrarias como centros culturais
Felipe Lindoso
 
Não. Buenos Aires não tem mais livrarias que o Brasil inteiro. Afirmar o contrário, hoje, é apenas uma boutade que não vale há uns cinqüenta anos. Mas pode ter sido verdadeira na primeira metade do século XX, quando a indústria editorial argentina viveu seu período áureo, graças a um esforço pela educação que já durava décadas. A reforma universitária de 1919 já transformava radicalmente o ensino superior ali quando nós não tínhamos sequer uma universidade. 
 
Essa superioridade, no entanto, é passado. Segundo informações do Cerlalc (Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe), a Argentina tem cerca de 800 livrarias instaladas, das quais 400 estão em Buenos Aires. 
 
E no Brasil? 
 
Os dados são precários. Só agora, por iniciativa do próprio Cerlalc, as entidades do livro brasileiras estão fazendo um cadastro das livrarias, cujo resultado ainda não foi publicado de forma consolidada. 
 
Entretanto, a partir dos dados de distribuidoras, o número de “pontos de venda” no país ultrapassa os 2.200. Dentro do conceito de livraria — espaço comercial que dedica ao livro uma atenção prioritária, ou pelo menos muito significativa — temos pelo menos umas 1.800. A metade disso no estado de São Paulo, cuja capital tem aproximadamente 200 livrarias. Rio de Janeiro está na faixa das 150 livrarias e o sudeste, em geral, está mais bem servido. O Acre e o Amapá são os que menos livrarias têm (3 cada um). É possível que esses números estejam subestimados, até porque alguns segmentos do mercado editorial (como o religioso e o escolar) usam pontos de vendas mais especializados. 
 
É o suficiente para satisfazer o ego nacional? 
 
Em termos absolutos, sim. Mas a grande questão não é essa. A pergunta real é: temos livrarias em número suficiente? 
 
Temos aproximadamente uma livraria para 84.500 habitantes (os argentinos têm uma para 50 mil. Os EUA, uma livraria para cerca de 15 mil habitantes). Cidades com quase cem mil habitantes não têm nenhuma livraria — e tampouco bibliotecas decentes. 
 
As causas dessa tragédia são várias, e só listá-las superaria o espaço disponível. Mas algumas são cruciais. 
 
O governo federal tira das livrarias a venda de cerca de 25% de toda a produção de livros, pois os adquire diretamente das editoras. Essa prática, tomada em nome da racionalidade de custos, esquece o papel social da livraria e arranca do segmento um oxigênio indispensável para sua sobrevivência e saúde econômica. A prática governamental é agravada pela venda direta dos livros às escolas, feita pelas editoras. Tudo feito em nome da liberdade comercial e da racionalidade. Some-se ainda a compra direta nas editoras dos livros para as bibliotecas. 
 
A concentração do mercado é outro fator preocupante. As grandes cadeias conseguem das editoras vantagens muito superiores às das livrarias independentes. Embora eu estime que cerca de 97% dos títulos sejam vendidos sem desconto, os 3% restantes são precisamente o que proporcionam o maior retorno para os livreiros e editores: são os best-sellers. Com mais vantagens, as cadeias conseguem dar descontos ao consumidor final, gerando tráfego nessas lojas e diminuindo o retorno das livrarias menores. E, ao contrário do que possa parecer, esses descontos produzem preços médios maiores para o conjunto dos livros ofertados, além de reduzir os estoques e a variedade de títulos em cada livraria. As editoras têm que buscar um retorno médio, um certo equilíbrio entre os best-sellers e os de venda mais lenta. Isso deveria ocorrer também nas livrarias, mas nas cadeias impera o best-seller de giro rápido. 
 
As livrarias sempre foram financiadas pelas editoras. O modelo de negócio do mercado editorial brasileiro funciona com base no prazo e nos descontos dados pelos editores aos livreiros. Estes, por sua vez, não contam com outras fontes de financiamento. Mesmo o programa de financiamentos instituído pelo BNDES ano passado, para o mercado editorial, só beneficia as livrarias com o “cartão BNDES”, crédito rotativo limitado a R$ 50 mil. 
 
É fundamental, portanto, recolocar as livrarias no circuito das compras governamentais para escolas e bibliotecas, estabelecer incentivos fiscais e creditícios para as pequenas e médias livrarias para que essas possam, de fato, se transformarem nos centros culturais que poderiam ser. 
 
FELIPE LINDOSO é antropólogo, pesquisador de políticas públicas de cultura e autor de “O Brasil pode ser um país de leitores?”



Buenos Aires tem mais livrarias do que o Brasil.

Este mito está detonado!

Offline Südenbauer

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #2 Online: 10 de Novembro de 2008, 17:38:40 »
Quando se diz que o brasileiro não lê penso que se fala com relação a outros países. A média do brasileiro é 1.8 livro por ano. Passo Fundo, a cidade que mais lê, tem média de 6.5, o que não é grande coisa também tendo em vista que isso é menor do que a média geral de inúmeros países desenvolvidos. E o Brasil perde no quesito de leitura per capita para países que stão em pé de igualdade com nós, como Colômbia, Argentina e Chile.

Falando só em livros.

Offline Diego

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #3 Online: 12 de Novembro de 2008, 12:40:34 »
Realmente 1,8 livros por ano é pouco, mas se contarmos que isso é uma média nacional ta muito maior que eu imaginei.

Offline Pregador

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #4 Online: 12 de Novembro de 2008, 13:23:23 »
É que isso é relativo. Agora em épocas complicadas, eu devo ler centenas de livros, mas sempre aprtes de livros profissionais de direito... Toda esta leitura não entra na conta, mas deveria sim entrar...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Diego

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #5 Online: 12 de Novembro de 2008, 13:48:19 »
E depende também o tamanho do livro... um livro de 1000 paginas é bem mais demorado que um de 200.

Acho que deveria ser por páginas lidas... seria mais justo.

Offline Renato T

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #6 Online: 12 de Novembro de 2008, 14:59:26 »
É verdade mas acho que acabaria caindo na mesma...um livro de 1000 páginas com letras grandes pode ser igual a um de 200 com letras miúdas..

Offline Herf

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #7 Online: 12 de Novembro de 2008, 15:01:29 »
É verdade mas acho que acabaria caindo na mesma...um livro de 1000 páginas com letras grandes pode ser igual a um de 200 com letras miúdas..
Então deveria ser por letras lidas?

:hehe:

Offline Renato T

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #8 Online: 12 de Novembro de 2008, 15:17:32 »
É só deixe como está   :|

Offline Diego

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #9 Online: 12 de Novembro de 2008, 16:43:19 »
É verdade mas acho que acabaria caindo na mesma...um livro de 1000 páginas com letras grandes pode ser igual a um de 200 com letras miúdas..

No meu caso estou lendo um de 1000 paginas de letras miúdas :P
Faz 1 mês e meio que estou lendo e ainda estou na metade.

Offline Renato T

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #10 Online: 12 de Novembro de 2008, 17:13:27 »
Tem que ter ânimo pra fazer uma coisa dessas.. Comprei "Guerra e Paz" do Tolstoi a algum tempo em 2 volumes, abrangindo 4 livros.. da até desespero olhar pra um livro tão grande..chega a ser tão tenebroso quanto ler o volume único do Senhor dos Aneis de uma vez só!!

Offline Lordakner

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #11 Online: 12 de Novembro de 2008, 17:23:41 »
A síndrome de Bueno Aires
Fórum Clube Cético > Diversão > Papo Furado > A síndrome de Bueno Aires


Onde fica?
é perto de BOINOSAIRES?
« Última modificação: 12 de Novembro de 2008, 17:27:11 por Lordakner »
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline uiliníli

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #12 Online: 12 de Novembro de 2008, 23:14:53 »
A síndrome de Bueno Aires
Fórum Clube Cético > Diversão > Papo Furado > A síndrome de Bueno Aires


Onde fica?
é perto de BOINOSAIRES?




É a cidade do Galvão Bueno.

Offline Lordakner

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #13 Online: 13 de Novembro de 2008, 10:26:38 »
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline Eremita

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #14 Online: 17 de Novembro de 2008, 01:57:39 »
É verdade mas acho que acabaria caindo na mesma...um livro de 1000 páginas com letras grandes pode ser igual a um de 200 com letras miúdas..
Então deveria ser por letras lidas?

:hehe:
Táááá, eu sei que você falou na palhaçada :P mas a idéia não é tão ruim assim...
Ou, algo mais prático... padronizar, p.ex. ao invés de "páginas", falar-se em "páginas do tamanho A4, na fonte XYZ". A comparação seria mais justa.
Latebra optima insania est.

Offline FZapp

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #15 Online: 17 de Novembro de 2008, 08:42:55 »
Citar
Entretanto, a partir dos dados de distribuidoras, o número de “pontos de venda” no país ultrapassa os 2.200. Dentro do conceito de livraria — espaço comercial que dedica ao livro uma atenção prioritária, ou pelo menos muito significativa — temos pelo menos umas 1.800. A metade disso no estado de São Paulo, cuja capital tem aproximadamente 200 livrarias. Rio de Janeiro está na faixa das 150 livrarias e o sudeste, em geral, está mais bem servido. O Acre e o Amapá são os que menos livrarias têm (3 cada um). É possível que esses números estejam subestimados, até porque alguns segmentos do mercado editorial (como o religioso e o escolar) usam pontos de vendas mais especializados.

Bom, mas se houver mesmo 1800, considerando que a população argentina é 1/5 da brasileira, proporcionalmente há mais livrarias na Argentina...

Eu concordo com que aquilo de que argentino é culto é um mito, concordo com que talvez o sistema educativo foi melhor no passado mas enquanto o Brasil melhorou muito seu sistema educativo, e a Argentina só piorou.

Mas me espanta ainda que uma cidade como Rio de Janeiro, cosmopolita, de 15 milhões de pessoas, praticamente o dobro do que Bs As, tenha só 150 livrarias... mas enfim, mesmo assim a educação no Brasil melhorou sim.
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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #16 Online: 17 de Novembro de 2008, 08:44:50 »
Ah! Outra coisa, Buenos Aires também é um centro cultural para América Latina; enquanto Rio de Janeiro tem praias e lazer, um dos pontos altos do turismo em Bs As é ser centro de simpósios da América Latina e por isso a procura por livrarias. E por isso há tantas livrarias lá proporcionalmente haja menos livrarias no resto do país.
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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #17 Online: 17 de Novembro de 2008, 10:59:34 »
Ah! Outra coisa, Buenos Aires também é um centro cultural para América Latina; enquanto Rio de Janeiro tem praias e lazer, um dos pontos altos do turismo em Bs As é ser centro de simpósios da América Latina e por isso a procura por livrarias. E por isso há tantas livrarias lá proporcionalmente haja menos livrarias no resto do país.

Curitiba está cada vez mais celebrando eventos assim... Os hotéis sempre estão lotados por que sempre tem algum simpósio ou convenção de sei lá o quê...
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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #18 Online: 17 de Novembro de 2008, 20:28:30 »
Uai, isso é bom !
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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #19 Online: 17 de Novembro de 2008, 20:36:26 »
Proporcionalmente tudo bem, não é surpreendente nesse aspecto Buenos Aires ter mais livrarias que as maiores capitais brasileiras. Acontece que existe um mito muito repetido por aqui de que a capital portenha, sozinha, tem mais livrarias do que o Brasil inteiro. Em números absolutos. Foi para derrubar essa bobagem que criei o tópico.

Offline FZapp

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #20 Online: 18 de Novembro de 2008, 08:01:33 »
E você está certo. E diria mais: existe o outro mito de que qualquer argentino é mais culto.

Eu já me servi dele, hihihi ... por exemplo: na Arg (até quando fiz escola) o Primeiro Grau eram 7 anos, e o Segundo Grau eram 5.

Eu fiz 7 + 3 e me candidatei aqui, por equivalência, para prestar vestibular ... e fui autorizado ! Com certeza se fosse boliviano não ia conseguir.
« Última modificação: 18 de Novembro de 2008, 08:05:08 por JCatino »
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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #21 Online: 18 de Novembro de 2008, 08:40:51 »
E você está certo. E diria mais: existe o outro mito de que qualquer argentino é mais culto.

Eu já me servi dele, hihihi ... por exemplo: na Arg (até quando fiz escola) o Primeiro Grau eram 7 anos, e o Segundo Grau eram 5.

Eu fiz 7 + 3 e me candidatei aqui, por equivalência, para prestar vestibular ... e fui autorizado ! Com certeza se fosse boliviano não ia conseguir.

   Se voce fosse Boliviano seria candidato a um Interrogatório na Polícia federal! :|
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Offline Renato T

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #22 Online: 18 de Novembro de 2008, 08:53:18 »
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Entretanto, a partir dos dados de distribuidoras, o número de “pontos de venda” no país ultrapassa os 2.200. Dentro do conceito de livraria — espaço comercial que dedica ao livro uma atenção prioritária, ou pelo menos muito significativa — temos pelo menos umas 1.800. A metade disso no estado de São Paulo, cuja capital tem aproximadamente 200 livrarias. Rio de Janeiro está na faixa das 150 livrarias e o sudeste, em geral, está mais bem servido. O Acre e o Amapá são os que menos livrarias têm (3 cada um). É possível que esses números estejam subestimados, até porque alguns segmentos do mercado editorial (como o religioso e o escolar) usam pontos de vendas mais especializados.

Bom, mas se houver mesmo 1800, considerando que a população argentina é 1/5 da brasileira, proporcionalmente há mais livrarias na Argentina...

Eu concordo com que aquilo de que argentino é culto é um mito, concordo com que talvez o sistema educativo foi melhor no passado mas enquanto o Brasil melhorou muito seu sistema educativo, e a Argentina só piorou.

Mas me espanta ainda que uma cidade como Rio de Janeiro, cosmopolita, de 15 milhões de pessoas, praticamente o dobro do que Bs As, tenha só 150 livrarias... mas enfim, mesmo assim a educação no Brasil melhorou sim.

Não sei não.. esses números que você passou podem até ter alguma verdade mas pelo o que eu conheço é muito mais que 200 livrarias na cidade de são paulo. Pra ter uma idéia.. nas redondezas da praça João Mendes, próximo a praça da sé, no centro da cidade, num raio de menos de 1km devem ter umas 30. Tem livraria que é parede com parede com outra livraria.. livrárias uma de frente pra outra.. Até livraria em porão eu já achei (!!).. A grande maioria são sebos, mas chega a ter uma Saraiva e mais uma livraria de uma outra grande editora que no momento não me lembro. Levando em consideração já o fato de que saraiva e nobel tem em todo lugar e que existem livrarias fora do centro da cidade não vejo como algo possível existirem só cerca de 200 livrarias em são paulo.. E muito menos 3 no Amapá e no Acre.
« Última modificação: 18 de Novembro de 2008, 08:57:45 por Renato T »

Offline Lordakner

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #23 Online: 18 de Novembro de 2008, 09:01:07 »
Bem, mas honra seja feita, Borges é um dos melhores escritores que já li...
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“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline FZapp

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Re: A síndrome de Bueno Aires
« Resposta #24 Online: 20 de Novembro de 2008, 08:50:24 »
Não sei não.. esses números que você passou podem até ter alguma verdade mas pelo o que eu conheço é muito mais que 200 livrarias na cidade de são paulo. (...)

Renato, não fui eu que inventei esses números, estão na reportagem que abriu o tópico. Aliás, tenho essa mesma desconfiança ! :)
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