O problema do funcionalismo público é que a avaliação do servidor é subjetiva e feita pela chefia (o que na prática é nota 9 pra todo mundo).
Minha posição (de muito antes de ser funcionário público e a mantenho) é de que, dependendo da atividade, as avaliações devessem ser objetivas (quando se pudesse avaliar produtividade com muita clareza) e/ou feitas pelo usuário (como através de questionários preenchidos após a prestação do serviço, pelos quais o paciente, o aluno, a vítima, o sei-lá-mais-quem pudesse julgar como foi atendido).
Todo e qualquer abono ao salário viria daí... É claro, cada cargo exigiria uma regra diferente para avaliação (que anulasse o risco de distorções, fraudes e injustiças), seria muito trabalhoso instalar algo do tipo, iria contra os malditos interesses corporativistas... mas não vejo outra solução melhor.
O problema quintessencial do serviço público é que todo funcionário sabe que tanto faz se ele é um filho da puta mal educado ou um poço de gentileza com o usuário, se ele executa o melhor dos serviços ou o mais porco trabalho... o salário dele no final do mês é o mesmo, cai no mesmo dia, ele tem a mesma garantia de emprego vitalício... mudar pra CLT não melhora em nada porque na prática servidor público celetista também tem estabilidade (e definitivamente eu não acho que a estabilidade seja um problema); terceirizar piora muito o caso, em todos os aspectos; privatizar nunca se demonstrou a melhor opção, em muito casos não é sequer uma opção.
Se houver mecanismos confiáveis que façam com que os mais aplicados, gentís, produtivos ganhem o dobro... a postura padrão do servidor muda em um estalar de dedos.
Exemplo: estudei em escola pública desde a 3ª série; tive professores fodas, super interessados, aplicados, que se atualizavam... tive professores que entravam em sala de aula 25 minutos depois do sinal bater, com uma latinha de refrigerante na mão e um sanduba na outra, que terminavam o ano entrando no terceiro ou quarto tópico de 15 ou 20 que deveriam ser dados de acordo com o programa.
Mas se os alunos fizessem provas padronizadas, semestralmente, que averiguassem como tinha sido o andamento médio do aprendizado das turmas com relação a outras turmas da mesma escola... e se do resultado desta prova dependesse o professor receber ou não + 500 reais sobre o salário base...
Aliás, quanto a isto eu me lembro que o Garotinho (sim, ele) tentou implantar um sistema desses no RJ. O Sindicato caiu de porrada em cima dele... deve ter sido o única medida da família, em 8 anos de desgoverno, que eu apoiei .
Esse negócio de cobrar propina... bom, não sei se os dados estão certos... talvez seja até mais que isso. Mas na quarta-feira um senhor com forte sotaque português apareceu lá no posto querendo ser atendido imediatamente, num posto de saúde do Rio as coisas não funcionam bem assim. Mas como o sujeito era muito velhinho mesmo a gente deu um jeito (acho que um colega convenceu o médico a atender um a mais do que a cota diária).
Engraçado é que, depois de atendido, o cara jogou 10 reais no balcão
Mas a gente devolveu. 10 reais...

Que micharia
