Tópico: Ateus e/ou céticos tem expectativas diferentes na interação com os outros?

[Luis Dantas]

Essa pergunta me ocorreu ao ler os tópicos do Erivelton.

Mesmo descontando os exageros do caso em estudo, pode ser que haja alguma coisa útil para se aprender com eles.  Especificamente, que tipo de diferenças de expectativa há quando se tenta ensinar certos assuntos para ateus e céticos em relação ao que aconteceria com crentes?

Uma coisa que tenho percebido é que em linhas muito gerais os mais crentes tendem a aceitar respostas prontas mais rapidamente... e também a esperar que essas respostas venham prontas e rapidamente, sem necessariamente testá-las ou refletir a respeito da forma devida.

Será que há alguma predisposição de pessoas impacientes ou sedentes por respostas prontas e rápidas para procurar explicações religiosas (ou vice-versa)?  Ou, quem sabe, um certo tipo de serenidade diante da constatação da dúvida e da incerteza é necessário para poder adotar o agnosticismo ou o ateísmo?

Penso que sim.  Ajudaria a explicar certos tipos de impasses no diálogo com alguns perfis específicos de religiosos.

[Renato T]

Creio que não Luiz. Acho que cai muito mais pro lado do "eu considero essa resposta completa" ou "eu considero essa resposta vaga e incompleta". Quem tende a acreditar em Deus,penso eu, não tem problema com impaciência, mas sim com o fato de não precisar ter certeza de que aquilo em que acredita é concreto ou não.

[LIAN]

Vejo a questão das respostas prontas sim.

Não falo exatamente como cética ou atéia, mas como cientista. O que percebo é que muitos querem respostas imediatas, sem sequer terem um conhecimento básico sobre o assunto debatido. Mesmo que a resposta seja dada, não será entendida, e poderá ser mal interpretada.

[Eremita]

Como a Raven citou... insatisfação com respostas prontas é meio que uma coisa natural, no meio científico; e se os ateus herdam isso, pode ser apenas porque a gente vê no método científico o modo mais eficiente de obter respostas.

[Renato T]

Mas nem todos os ateus são pacientes e nem todos os teistas são impacientes (teólogos, por exemplo, ou até mesmo cientistas teistas). Não estou dizendo que a falta de paciência não influencia em nada mas isso, julgar como uma das causas principais, é reduzir uma coisa complexa à uma coisa muito simples. Vejo a aceitação ou falta de metodologia como algo mais importante, ou melhor, mais relevante.

[FZapp]

Acho que há uma tendência natural a buscar explicação que satisfaça nossas crenças e não uma explicação que esteja de acordo com as evidências. Mas é derivada do mesma necessidade de entender como as coias funcionam, que se misturou de forma promíscua com a necessidade de manter a horda humana unida, sob a mesma crença, que fazia parte da noção tribal do grupo.

[Correio]

O que percebo é que muitos querem respostas imediatas, sem sequer terem um conhecimento básico sobre o assunto debatido. Mesmo que a resposta seja dada, não será entendida, e poderá ser mal interpretada.

Um problema no seu raciocínio: Não é possível um conhecimento profundo acerca de tudo e um conhecimento básico apenas, fica insuficiente para respostas mais complexas! Muitas vezes acabamos por aceitar respostas justamente por não haver como refuta-las ou fazer uma boa reflexão nos fatos apresentados. Claro, a crença cega não entra neste aspecto, afinal, há pessoas que simplesmente preferem uma resposta pronta e, claro, bem confortável às suas verdades!
E quanto à má interpretação? Mesmo sabendo muito sobre um assunto não se isenta deste erro!

Abraço fraternal