http://www.interney.net/blogs/blogdoisaias/2008/10/17/como_cozinhar_garotas_em_banho_maria/Não, não é um texto de culinária. Você e eu sabemos muito bem do que se trata. Lá pelas tantas da relação a garota vem com o tal papinho do namoro, do relacionamento sério, dos pingos nos is e, bom, precisamos sair pela tangente. É por essas e outras que estou aqui.
Sei que algumas dessas táticas são manjadas e confio no bom-senso de cada um para usá-las de acordo com a capacidade da incauta. A enrolação é uma arte, a procrastinação é um dom, o lero-lero é uma ciência. E assim por diante. Vamos às táticas mais usuais:
"Minha Relação Está em Crise"O camarada namora ou é casado, mas gosta de dar seus pulos. Ok... Até aí, não há muita novidade. O problema é que ele enche a 'amante' de esperança, fazendo com que ela permaneça consigo um tempão, sonhando com o dia em que a relação (que não está em crise coisa nenhuma) acabe. Manjadíssimo, isso.
"Minha Relação Acabou, Só Falta Oficializar"É uma versão arrojada do exemplo anterior. Pode ser usado de uma vez, o que se recomenda em casos mais drásticos, mas em geral é uma evolução da outra desculpa. Depois de dizer por meses que o relacionamento está em crise (mas ao mesmo tempo ele continua), o jeito é falar que 'acabou', sim. Mas não foi 'oficializado'. E isso garante outros meses de banho-maria.
"Não Quero Namorar, Mas Também Não Fecho Portas"É uma mistura de covarde com malandro. Covarde, pois não tem coragem de assumir a própria safadeza. E malandro porque essa tática faz com que a garota acredite num relacionamento (ainda que, em princípio, ele diga que não queira). Uma garota mais prepotente logo se imagina como 'a especial', aquela que 'abrirá as portas'. E é esse o clima psicológico que mantém o banho-maria por muito tempo.
"Você é Meu Verdadeiro Amor, as Outras é Que São Casinhos"Isso acontece quando a embromação já dura anos. O caboclo namorou meia dúzia, mas nunca chegou a vez da 'cozinhada'. Ela, claro, não acha nada legal essa situação. E então ele se sai com essa de que ela seria o "verdadeiro amor", e usa como 'prova' o fato de que tantas outras já vieram e se foram, mas ela continua. Parece piada, mas isso nunca falha.
"Eu Tenho Medo de Você"Mulheres gostam de se sentir especiais. E isso é possível até mesmo na hora de justificar um banho-maria. Uma das táticas mais recorrentes é a do "medo". Ela diz que quer algo de verdade, ele diz que não consegue, pois teria 'medo' dela. Qual a origem desse temor? Ah, pode ser de tudo. Da beleza física à persoanalidade, ou ainda o 'medo de amar e perder o controle'. Vale qualquer conversa-mole quando se trata de manter o cozimento eterno. E ela acredita (ou finge que acredita, ou conta para as amigas a desculpa, para não passar vergonha). Raramente falha.
O Falso "Só Quero Me Divertir, Estou Sendo Honesto"Os homens de verdade, claro, falam a verdade. Mas é possível enganar e mentir, mesmo sendo 'sincero'. É quando o cara se aproveita de um contexto sentimental, tratando de ignorá-lo, e dá uma de 'sou assim mesmo, estou falando a verdade', mais como uma 'garantia contratual'. É o seguinte: a garota é apaixonada e ele sabe disso. Em vez de pular fora (em respeito ao sentimento dela), ele mantém o discurso do 'não quero namorar, fique comigo por sua conta e risco'. Ela, apaixonada, obviamente ficará. E ele, por ter 'dito a verdade', lava as próprias mãos. Coisa de salafra.
Bônus Track: O Desespero PraianoMeus amigos, minhas amigas, inimigos em geral e pichulas deste Brasil varonil: o que falarei agora é de extrema importância. É uma das situações mais desesperadoras da vida de um cafajeste, um homem, um ser humano, um sacripanta etc etc etc. Porque, vocês sabem, não é fácil.
Este drama, o da praia, é dos piores. A gente promete e depois não quer cumprir. O pior de tudo é que na hora da promessa parece que realmente vai ser legal. Mas o jogo vira, e tudo fica bem chato.
A enrascada começa com aquela conversa das mais fiadas: convidamos a moça para um final de semana no litoral, ela topa e tudo parece perfeito. Estamos realmente empolgados e, de fato, acreditamos que será um final de semana repleto do mais acentuado forrobodó, alternado com boa dose de romantismo.
A 'ida' é uma maravilha. Pegação daqui e dali, uns gracejos já no carro... O casal chega soltando fogo pelas ventas e vai correndo para o quarto - ou ficam até mesmo na sala. Parece que o final de semana vai ser mesmo pura luxúria.
Uh...
Logo depois da primeirinhazinha, ainda na sexta-feira à noite, bate aqueeeeeeeeeeele arrependimento. Mas, cacetada!, ainda é SEXTA-FEIRA À NOITE! Foi feita toda uma programação calculando sábado, domingo, tal e coisa! E agora? O que fazer? Como resolver o enrosco? Como dar um jeito de encurdar o final de semana?
É esse, enfim, o
DESESPERO PRAIANO.
Começam a surgir desculpas esfarrapadas, acidentes, infortúnios, todo tipo de desgraça repentina. Vale qualquer negócio para sair logo da praia. É a avó que sofre um acidente no meio de um torneio de "Vale Tudo", o bisavô que precisa de carona para voltar de um show do "Ratos de Porão", e assim por diante.
O retorno da praia, que originalmente seria no domingo, é primeiro antecipado para sábado à noite. Depois, para sábado à tarde e, em alguns casos, como sabemos, rola no sábado pela manhã. Ou até mesmo na própria sexta feira.
Claro que também dá zica. E fica impossível voltar antes. E aí tudo se torna bem desesperador. O tesão dá vez ao desprezo, aquele fogo todo se transforma em pura animosidade. A pegação é transubstanciada em guerrinha de nervos e alfinetadas gratuitas e assim por diante. Fica evidente que o casal deixou toda sintonia de lado (na verdade, nunca teve, né?).
Esse desespero é dos maiores. É uma sensação inexplicável, uma força muito intensa, impossível de ser controlada, empurrando o camarada para longe da garota.
Depois dessa experiência trágica, o certo seria aprender a lição e JAMAIS convidar outra garota para um final de semana, já que a 'graça' acaba logo na sexta. Mas somos criaturas sem lógica e repetimos o mesmo erro infinitamente.
Daí, a garota que por acaso lê um texto desses, diz "que absurdo, duvido que seja assim com todo homem". Mas você, prezado companheiro e irmão camarada, sabe EXATAMENTE do que estou falando, não é?