Autor Tópico: Che, socialismo e Cuba - ENTREVISTA - CARLOS TABLADA  (Lida 421 vezes)

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Offline Renato T

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Che, socialismo e Cuba - ENTREVISTA - CARLOS TABLADA
« Online: 22 de Novembro de 2008, 16:15:43 »
Entrevista feita com Carlos Tablada, sociólogo, filósofo e doutor em ciências econômicas cubano.

A entrevista na íntegra se encontra neste site:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15386

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“Repensar o nosso socialismo é a melhor forma de celebrar a Revolução Cubana”

Em entrevista à Carta Maior, Carlos Tablada, professor da Universidade de Havana e autor de livros sobre o pensamento político e econômico de Che Guevara, fala sobre os 50 anos da Revolução Cubana, sobre o marxismo de Che e o socialismo do século XXI.

(...)

CM – Foi desta obra que surgiu o livro traduzido para o português...
CT – Este livro que eu tive o privilégio de vocês traduzirem para o português, "O marxismo de Che e o socialismo no século XXI", é formado por algumas idéias que não pude expressar no primeiro livro e das minhas reflexões entre 1987 e 2007. O livro tinha algo como 300 e tantas páginas, mas eu disse a mim mesmo que tinha que ser capaz de transformar isso em um livro pequeno. Consegui reduzi-lo a menos de 100 páginas. Eu o coloquei gratuitamente no site Rebelión e para a minha alegria e surpresa vocês aqui no Brasil me escreveram, pediram se poderiam realizar a tradução e eu lhes disse sim, com muito gosto. O livro foi impresso em Cuba e na Bélgica, e atualmente é traduzido em inglês e francês.

Aí está a essência da essência e aí se explica porque é tão importante o pensamento de Che. O Che foi um dos poucos homens do século XX que conseguiu que forças aparentemente contraditórias o atacassem. Foi perseguido por toda máquina cultural do império norte americano e atacado por toda a burocracia do bloco soviético. Todos os pensamentos novos e audazes em essência são perseguidos. Enfim, o pensamento filosófico de Che é muito profundo e inovador, o pensamento econômico é transgressor, o pensamento sociológico é novo. Quando desapareceu o bloco soviético, lembro que diziam que Cuba não resistiria, que éramos um satélite da União Soviética. Não acreditavam que Cuba possuía uma economia própria que poderia levá-la adiante.

E mais, era bom para nós que desaparecesse a União Soviética, porque assim nos estávamos num momento de deixar a certeza na qual estávamos vivendo e alcançar nossa soberania econômica, nossa independência econômica total. O Che é a máxima expressão disso e por isso a importância que ele tem para a América Latina e para os povos africanos até hoje. O socialismo futuro não pode ser um só socialismo. Tem que haver tantos socialismos como experiências de participação real das populações, dos trabalhadores, dos sindicatos.

CM – Em janeiro de 2009, comemora-se meio século da Revolução Cubana. Como o país pretende celebrar esta data?
CT – Essa comemoração já está acontecendo, agora, enquanto conversamos. E está acontecendo precisamente do melhor modo. Pensando e repensando o nosso socialismo. A maioria da população cubana não quer voltar ao capitalismo, mas não quer ficar com o socialismo que temos hoje. Há uma insatisfação incrível, gigantesca, em todos os setores da sociedade cubana. A insatisfação é tão grande que inclusive foi manifestada pela máxima direção do nosso país, o companheiro Raúl Castro. Raúl Castro disse:

“Eu não entendo porque o leite deve ser somente para as crianças até os sete anos. Por que um velho não pode ter acesso ao leite? Por que nos conformarmos com a garantia do leite para todas as crianças até os sete anos?”

E olha que no Terceiro Mundo isso é algo muito grande. Porque tu sabes que agora mesmo, desde que começamos essa entrevista, a cada segundo morrem dez crianças. E dessas crianças que morrem, nenhuma tomou leite na vida. Então, o que o povo cubano conseguiu, apesar deste bloqueio criminoso dos Estados Unidos, de que todas as crianças tenham leite gratuitamente é incrível. Mas Raúl Castro quer dizer que não pode ser apenas isso. “Temos que resolver já, de imediato, que todos tenhamos acesso ao leite”, ele disse.

Estou expressando com um exemplo concreto uma grande inconformidade com o que temos, com o nosso sistema econômico e com o nosso sistema político. Então, a melhor forma de celebrar o 50º aniversário do triunfo da Revolução Cubana de 1959 é precisamente tomar esse caráter autocrítico, esse caráter criativo que nos levou ao poder em 1959, no país em que menos se podia pensar isso. Ninguém podia pensar que se poderia tomar o poder a 150 km da costa americana, com uma base militar norte-americana em nosso território. Isso é muito importante. E é assim que o nosso povo recebe o 50º aniversário, mais que com atos grandes, mas com discussões.

Neste momento, há milhões de cubanos que estão discutindo em seus sindicatos uma nova lei salarial. Porque nós caímos em um falso igualitarismo. A gente recebia o mesmo, se trabalhasse ou não. E neste momento estamos fazendo uma reforma salarial profunda e não a estamos fazendo por decreto. Estamos discutindo com todos os trabalhadores, com os estudantes, em assembléia. Essa é a melhor forma de festejar o 50º aniversário da Revolução Cubana.


Offline Moro

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Re: Che, socialismo e Cuba - ENTREVISTA - CARLOS TABLADA
« Resposta #1 Online: 22 de Novembro de 2008, 23:39:06 »
Citação de: Raul Castro
“Eu não entendo porque o leite deve ser somente para as crianças até os sete anos. Por que um velho não pode ter acesso ao leite? Por que nos conformarmos com a garantia do leite para todas as crianças até os sete anos?”

Isso é o legado de che e fidel.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Che, socialismo e Cuba - ENTREVISTA - CARLOS TABLADA
« Resposta #2 Online: 23 de Novembro de 2008, 00:11:52 »
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Enfim, o pensamento filosófico de Che é muito profundo e inovador, o pensamento econômico é transgressor, o pensamento sociológico é novo. Quando desapareceu o bloco soviético, lembro que diziam que Cuba não resistiria, que éramos um satélite da União Soviética. Não acreditavam que Cuba possuía uma economia própria que poderia levá-la adiante.
:stunned:

O único pensamento daquele vagabundo maldito  era matar gente.

E esse idiota do "tabuada" não sabe que depois de sobreviver graças ao dinheiro dos russos, Cuba só sobreviveu da esmola dada pelo Chapolim Colorado.

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E mais, era bom para nós que desaparecesse a União Soviética, porque assim nos estávamos num momento de deixar a certeza na qual estávamos vivendo e alcançar nossa soberania econômica, nossa independência econômica total. O Che é a máxima expressão disso e por isso a importância que ele tem para a América Latina e para os povos africanos até hoje.

Caraio...não é justamente por causa desse psicopata que Cuba sobrevive de esmola até hoje?

 

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