Autor Tópico: Psicologia - A PSICOLOGIA DO MATAR  (Lida 753 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Psicologia - A PSICOLOGIA DO MATAR
« Online: 23 de Novembro de 2008, 12:52:10 »
A PSICOLOGIA DO MATAR E O CONDICIONAMENTO DE CRIANÇAS

Coronel David Grossman

http://www.aliancapelainfancia.org.br/biblioteca/textos/detalhe.asp?nt=6   

 ou

http://www.humanizar.com.br/paginas/psicologia.htm 


Eu sou de Jonesboro, Arkansas. Eu viajo pelo mundo treinando pessoal médico, jurídico e militares norte americanos sobre as realidades da guerra (beligerância). Eu tento alertar ao máximo aqueles que lidam com forças mortíferas da magnitude do matar. Demasiados policiais e militares atuam como cowboys, nunca parando para pensar sobre quem são e o que são chamados a fazer. Eu espero poder dar-lhes uma checagem de realidade.

Pois aqui estou eu, um viajante do mundo e um especialista no campo da "matarlogia", e o maior massacre na história dos EUA aconteceu na minha cidade, em Jonesboro, Arkansas. Foi o tiroteio no campus escolar do dia 24 de março e que causou a morte de quatro meninas e de uma professora. Dez outros ficaram feridos e dois meninos, de 11 e 13 anos de idade, estão na prisão, acusados de assassinato.

Vírus da violência

Para tentar entender o porque por trás do que aconteceu em Jonesboro, em Springfield, em Pearl e em Paducah, e de todas as outras erupções desse "Vírus da Violência", nós necessitamos compreender primeiramente a magnitude do problema. O índice per capita de assassinatos dobrou nos EUA entre 1957 (quando o FBI começou a registrar os dados) e 1992. Um quadro mais amplo do problema surge do índice relativo às tentativas de uma pessoa matar a outra - o agravamento do índice de assaltos. Este índice nos EUA aumentou de aproximadamente 60 tentativas por 100.000 habitantes em 1957, para 440 por 100.000 habitantes em meados desta década. Contudo a taxa de crimes ainda se encontra num nível fenomenalmente alto, e isto é valido para o mundo inteiro.

Este vírus da violência esta ocorrendo mundialmente. A explicação para isto precisa estar vinculada a algum fator novo que ocorre em todos estes países. Existem vários fatores envolvidos e nenhum deve ser descartado: por exemplo a prevalência de armas em nossa sociedade. Mas a violência está crescendo em muitos países com leis draconianas no que se refere à posse de armas. E, apesar de nunca podermos minimizar as conseqüências do abuso infantil, da pobreza, do racismo, só há uma variável nova presente em cada uma destas nações, gerando exatamente o mesmo fruto: a violência na mídia apresentada como entretenimento para crianças.

Matar não é natural

Antes de me retirar do exército, eu passei quase um quarto de século como oficial de infantaria e psicólogo, aprendendo e estudando como capacitar as pessoas a matar. Acreditem-me, nós somos muito bons nisso. Mas a coisa não vem naturalmente; você precisa ser ensinado a matar. E da mesma forma como o exército está condicionando as pessoas a matar, nós estamos fazendo indiscriminadamente a mesma coisa com as crianças, mas sem as devidas medidas de proteção.

Trata-se de uma habilidade adquirida por aprendizado; você precisa ser ensinado a matar. E elas aprendem do abuso e da violência no lar, mais enfaticamente, da violência como entretenimento na televisão, no cinema e nos jogos interativos dos vídeo-games.

Matar requer treinamento pois existe uma aversão embutida em matar o nosso próximo. Eu posso ilustrar isto mais facilmente com base no meu próprio trabalho sobre a questão do matar no âmbito militar.

Todos sabemos que não podemos discutir ou argumentar com uma pessoa amedrontada ou irada. Uma vasoconstrição - o estreitamento dos vasos sangüíneos - literalmente provoca o fechamento da parte frontal do cérebro - aquela grande protuberância da massa cinzenta que nos torna seres humanos e que nos distingue de um cão. Quando estes neurônios se fecham o cérebro médio assume o comando e os nossos processos de pensamento e os nossos reflexos não se diferenciam mais daqueles do nosso cão. Se você trabalhou com animais, você passa a ter alguma compreensão do que acontece com seres humanos amedrontados num campo de batalha. O campo de batalha e o crime violento encontram-se no âmbito de respostas do cérebro médio. Dentro do cérebro médio existe uma poderosa e divina dádiva, a de resistência em matar os da mesma espécie. Cada espécie, com poucas exceções, tem uma alta resistência a matar o seu próximo em lutas por território ou por acasalamento. Quando animais de galhadas ou chifres lutam entre si, eles dão cabeçadas, geralmente sem maiores conseqüências ou ferimento. Mas quando lutam com qualquer outra espécie eles vão às últimas conseqüências. Piranhas voltam suas mandíbulas para qualquer coisa, mas lutam entre si com oscilações das caudas. Cascavéis morderão qualquer coisa mas apenas lutarão entre si. Quase todas as espécies possuem esta forte resistência a matar os de sua própria espécie.

Quando nós, seres humanos, somos assolados pela ira ou pelo medo, nós batemos de cara com aquela resistência, embutida no cérebro médio, que geralmente nos previne de matar. Somente o sociapatas - que, por definição, não possuem a tal resistência - carecem deste sistema inato de imunidade à violência.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o general de brigada do exército norte-americano, S.L.A. Marshal, tinha uma equipe de pesquisadores para estudar o que os soldados faziam durante a batalha. Descobriram que somente 15 a 20% dos soldados conseguia decidir-se a atirar num soldado inimigo exposto.

Esta é a realidade no campo de batalha. Só uma pequena porcentagem de soldados é capaz e está disposta a participar. Homens estão dispostos a morrer, estão dispostos a sacrificarem-se por seu país, mas não estão dispostos a matar. Trata-se de uma tremenda percepção (insight) para dentro do fenômeno da natureza humana; mas quando os militares notaram isto eles passaram a proceder sistematicamente para tentar resolver o "problema". Do ponto de vista militar, 15% de índice de disparos eqüivale a algo como 15% de analfabetismo entre bibliotecários. E resolver o "problema" os militares conseguiram. Durante a Guerra da Coréia por volta de 55% dos soldados estavam dispostos a atirar para matar. E na Guerra do Vietnã o índice subiu para mais de 90%.

Os métodos nesta loucura: dessensibilização

A maneira como os militares aumentaram o índice de disposição para matar dos soldados em combate é instrutivo porque a cultura de hoje está fazendo a mesma coisa com as nossas crianças. Os métodos de treinamento usados pelos militares são: brutalização, condicionamento clássico, condicionamento operante e modelamento de arquétipos (role modeling). Eu vou explicá-los no contexto militar e mostrar como estes mesmos fatores estão contribuindo para o fenomenal aumento da violência em nossa cultura.

Brutalização e dessensibilização é o que acontece nos centros de treinamento de recrutas do exército. A partir do momento em que você desce do ônibus você passa a ser abusado física e verbalmente: incontáveis empurrões, infindáveis horas de alerta e de corridas com bagagens pesadas, enquanto profissionais cuidadosamente treinados se revezam em turnos, lançando impropérios e berros contra você. Sua cabeça é raspada, você é despido e amontoado com outros e recebe uma roupa uniforme, perdendo toda a individualidade. Esta brutalização é desenhada para quebrar suas normas e seus princípios de vida e aceitar um novo conjunto de valores que abraçam a destruição, a violência e a morte como uma forma de viver. No final, você está dessensibilizado para a violência e a aceita como uma habilidade normal e essencial para a sua sobrevivência no seu brutal novo mundo.

Algo muito parecido com esta dessensibilização para a violência está acontecendo com as nossas crianças através da violência na mídia - mas, ao invés de estar acontecendo aos 18 anos, já começa aos 18 meses de idade quando a criança começa a ser capaz de discernir o que está acontecendo na TV. Nesta idade uma criança pode ver algo acontecendo na TV e imitar aquela ação. Mas não é até que as crianças cheguem aos 6 ou 7 anos de idade que o cérebro permite que a criança passe a compreender de onde vem a informação. Mesmo que crianças pequenas tenham algum entendimento do que é imitar ou do que seja fazer de conta, elas ainda são incapazes de distinguir claramente entre fantasia e realidade.

Quando crianças pequenas vêem morto a tiro, esfaqueado, estuprado, brutalizado degradado, ou assassinado na TV, para elas é como se de fato estivesse acontecendo. Expor uma criança de 3, 4 ou 5 anos de idade a um filme de violência no qual pelos primeiros 90 minutos ela foi induzida a estabelecer uma relação afetiva com o personagem para nos próximos 30 minutos acompanhar indefesa como o novo amigo é perseguido e brutalmente assassinado, é um equivalente moral e psicológico a introduzir seu filho a um amigo, deixando brincar com ele e depois trucidar aquele amigo em frente da vista da criança. E isto acontece às nossa crianças centenas e centenas de vezes.

É certo que lhes é dito: "Olhe, isto é só de brincadeirinha. Veja, isto não é real, é só a TV". E elas balançam suas cabecinhas aquiescendo. Mas elas não conseguem ver a diferença.

O jornal da Associação Médica Americana publicou um estudo definitivo do impacto da violência na TV. A pesquisa demonstra o que aconteceu em inúmeras nações após o surgimento da TV, comparando a nações e regiões sem TV. As duas nações ou regiões comparadas são étnica e demograficamente idênticas: somente uma variável é diferente: a presença da televisão. Em cada nação, região ou cidade com televisão ocorre uma imediata explosão de violência nos parquinhos nos pátios, e dentro de 15 anos o número de assassinatos dobra. Por que 15 anos? Este é o tempo que leva para a brutalização de uma criança de 3 a 5 anos de idade alcançar a "idade do crime primário". Este é o tempo que leva para amadurecer aquilo que você semeou quando brutalizou e dessensibilizou uma criança de 3 a 5 anos de idade.

Condicionamento clássico

O condicionamento clássico é como o famoso caso dos cães de Pavlov ensinados na psicologia 101: os cães aprenderam a associar o toque de uma campainha com a comida, e uma vez condicionados, os cães eram incapazes de ouvir uma campainha sem salivar.

Os japoneses eram mestres no emprego do condicionamento clássico em seus soldados. No início da Segunda Guerra Mundial prisioneiros chineses eram colocados de joelhos numa vala com as mãos atadas às costas. Um a um, um selecionado punhado de soldados japoneses ia até a vala e matava o seu "inimigo" a estocadas de baionetas. Trata-se de uma maneira horrível de matar um outro ser humano. Na parte de cima um incontável número de jovens soldados incentivava com aplausos a violência dos colegas. Comparativamente poucos soldados matavam nestas condições, por obrigar o resto a ver e aplaudir, os japoneses eram capazes de usar este tipo de atrocidades para classicamente condicionar uma grande audiência a associar prazer com sofrimento e morte humanas. Imediatamente após os soldados que haviam sido espectadores eram convidados a tomar saquê, receber a melhor das refeições em meses e ter contato com as assim chamadas "garotas de conforto". O resultado? Eles aprenderam a associar atos violentos com prazer.

Nós estamos fazendo exatamente o oposto: nossas crianças assistem a imagens vivas de sofrimento humano e morte, e elas aprendem a associá-lo com seu refrigerante ou doce favorito, ou com o perfume da namorada.

Após o massacre de Jonesboro, uma das professoras do colegial me contou como seus alunos reagiram quando ela lhes contou do tiroteio ocorrido no ginásio. "Eles riram", me disse ela desolada. Uma reação semelhante acontece constantemente nos cinemas quando há violência sangrenta. Os jovens riem e aplaudem e continuam comendo sua pipoca e bebendo seu refrigerante. Nós criamos uma geração de bárbaros que aprenderam a associar violência com prazer, como romanos aplaudindo e se alimentando enquanto os cristãos eram abatidos no Coliseu.

O resultado é um fenômeno que se assemelha muito à AIDS, que chamo de AVIDS - Síndrome de Imuno Deficiência à Violência Adquirida. A AVIDS nunca matou ninguém. Ela destrói seu sistema imunológico e então outras doenças, que não deveriam matar, se tornam fatais. A violência na TV, por si só, não mata. Mas ela destrói o seu sistema de imunidade à violência e o condiciona a derivar prazer da violência. E quando você esta próximo a uma outra pessoa e é hora de você puxar aquele gatilho, a Síndrome de Imuno Deficiência à Violência Adquirida pode destruir a resistência da parte média do seu cérebro.

Condicionamento operante

O terceiro método usado pelos militares é o condicionamento operante, um processo muito poderoso de estímulo e resposta, estímulo e resposta.

Os militares e a polícia transformaram o matar numa resposta condicionada. Isto elevou substancialmente o índice de disparos certeiros nos campos de batalha modernos. Enquanto que o treinamento da infantaria na segunda guerra mundial era feito em alvos circulares, agora os soldados treinam em silhuetas humanas realistas que surgem no seu campo de visão. Este é o estímulo. Os soldados em treinamento só dispões de uma fração de segundo para visualizar o alvo. A resposta condicionada é atirar no alvo e aí ele cai. Estímulo e resposta, estímulo e resposta estímulo e resposta - o soldado ou o policial vivenciam centenas de repetições. Mais tarde, quando um soldado se encontra num campo de batalha ou o policial está fazendo a sua ronda e alguém portando uma arma aparece repentinamente, eles atirarão por reflexo e o farão para matar. Nós sabemos que 75 a 80% dos disparos nos campos de batalha modernos acontecem devido a este tipo de treinamento de estímulo e resposta. Agora, se você está um pouco preocupado com isto, quando mais preocupado não deveria estar pelo fato de que toda vez que uma criança brinca com um vídeo-game interativo do tipo mira-e-atira, ela está aprendendo exatamente as mesmas habilidades: a motora e a de reflexo condicionado.

No mundo militar e na polícia, a opção acertada freqüentemente é não atirar. Mas você nunca, nunca insere uma moeda naquela máquina de vídeo com a intenção de não atirar. Sempre existe um estímulo que dá o início. E quando ele estava excitado e suas batidas cardíacas aumentavam e a vaso constrição fechava a parte frontal do seu cérebro, aquele jovem fez exatamente o que estava condicionado a fazer: reflexivamente ele puxou o gatilho, atirando com precisão como sempre o fizera nas tantas vezes que jogou os vídeo-games.

Figuras modelo ou modelos arquétipos

No âmbitos militar você é imediatamente confrontado com uma "figuras modelo": o seu sargento de instrução. Junto com heróis militares, estas "figuras modelos" ou "métodos arquétipos" violentos sempre foram usados para influenciar mente jovens e impressionáveis. Hoje em dia a mídia está suprindo nossas crianças com esses modelos.

Assim obtemos os "assassinatos por imitação em cadeia" que se alastram-se pelos EUA como um vírus, espalhados pelos noticiários televisivos. Independente do que alguém tenha feito, se você puser sua imagem na TV, você o tornou uma celebridade e alguém, em algum lugar, vai emulá-lo.

Na média um pré-escolar nos EUA assiste a 27 horas de TV por semana. A criança média recebe mais comunicação direta da TV do que de seus pais e professores combinados. O maior feito para nossas crianças é ter sua imagem apresentada na TV. A solução é simples e provém diretamente da literatura da "suicidologia". A mídia tem todo o direito e a responsabilidade de contar a história, mas não tem o direito de glorificar os assassinos ao apresentar suas imagens na TV.

Desaprendendo a violência

Qual o caminho de retorno do lugar escuro e solitário para o qual viajamos? Uma rota infringe as liberdades civis. A cidade de Nova Iorque fez significativos progressos nos últimos anos em reduzir o índice de crimes mas eles o conseguiram às custas de algumas liberdades civis. Pessoas que estão amedrontadas dizem que este é o preço que estão dispostos a pagar.

Uma outra rota seria de "simplesmente desligue-a", se você não gosta do que está passando na TV use o botão "desligar". Uma outra rota para reduzir a violência é o controle de armas.

Lista dos 10 v ídeo-games não violentos mais preferidos

Nota do tradutor: Por se tratar de uma lista desatualizada, publicada em 1999, passamos a somente dar o endereço do site indicado, onde a lista atualizada poderá ser encontrada; trata-se do "The Games Project Web" - endereço eletrônico: www.gamesproject.org/.

Reagindo

Trabalho necessário em todas estas áreas, mas surgiu uma nova frente - a de produtores e provedores de mídia de violência. Dito diretamente, nós devemos trabalhar por uma legislação que torna ilegal os vídeo-games violentos para crianças. Não existe direito constitucional para uma criança fazer uso de vídeo-game interativo que a ensine habilidades no uso de armas ou que simulam a destruição de criaturas criadas por Deus.

Um executivo da CBS me contou sobre seu plano. Ele conhece tudo concernente ao elo entre a mídia e a violência. Seu próprio pessoal o alertou para proteger sua filha do veneno que sua indústria está trazendo para as crianças norte-americanas. Ela não irá expor sua filha à TV enquanto ela não tiver atingido a idade de aprender a ler. Então ele selecionará cuidadosamente o que ela poderá assistir. Ele e sua esposa estão planejando mandar sua filha a uma creche que não tenha TV e ele planeja mostrar-lhe somente vídeos condizentes com sua idade.

Este deveria ser o mínimo dos mínimos com as criança: mostrar somente vídeos condizentes com a idade e refletir bastante sobre o que significa "condizente a idade".

O que a mídia nos ensina não é natural, e se confrontado com amor e incentivo, faz com que a casa que eles ergueram sobre areia venha abaixo. Mas nossa casa repousa sobre a rocha. Se nós não apresentarmos ativamente os nossos valores, então é mais que seguro que a mídia infligirá os seu valores sobre nossas crianças, e as crianças tal como aquelas da classe aguardando Gettysburg, simplesmente não saberão como se conduzir melhor.

Há muitas outras coisas que a comunidade pode fazer para ajudar a mudar a nossa cultura. Atividades para jovens podem providenciar alternativas para a televisão, e grupos socialmente conscientes podem liderar o caminho providenciando locais alternativos para criança infratoras, como também proporcionar orientação e ajuda a pais novos que estão tentando criar seus filhos sem as influências destrutivas da mídia. Programas de monitoramento podem estabelecer parcerias entre adultos maduros e educados com pais jovens para ajudá-los a atravessar o período pré escolar sem que a TV se torne a babá de seus filhos. E, acima de tudo, cada indivíduo precisa assumir o chamado gritante pela decência, pelo amor e pela paz, como alternativa para a morte e a destruição, para a transformação da nossa cultura. E a mídia seguirá.

David Grossman é um psicólogo militar que cunhou o termo "killology" (matarlogia) para um novo campo interdisciplinar: o estudo dos métodos e dos efeitos psicológicos do treinamento de recrutas militares para driblar sua natural inibição para matar outros seres humanos. Aqui ele evidencia que as mesmas técnicas usadas no treinamento de soldados estão atuando na mídia e no entretenimento.

O Lt. Cel. Dave Grossman (aposentado) é um especialista na psicologia do matar. Ele agora leciona psicologia na Universidade Estadual de Arkansas, dirige o Grupo de Pesquisa em Matalogia (Killology) em Jonesboro, Arkansas, escreveu o livro "On Kiliing: The Psychological Cost of Learning to Kill in War and Society (Little, Brown and Co., 1996). Este artigo é adaptado de uma palestra que ele deu no Bethel College, North Newton, Kansas


---------------------


Texto interessante,  a mídia, filmes e jogos  não são tão inocentes como muitos alegam.  :|


.

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Psicologia - A PSICOLOGIA DO MATAR
« Resposta #1 Online: 23 de Novembro de 2008, 13:37:06 »
Citar
As duas nações ou regiões comparadas são étnica e demograficamente idênticas: somente uma variável é diferente: a presença da televisão.
Isso não soa fazendo muito sentido. Com certeza com a televisão vem muita tecnologia, e a cultura já muda bastante em outros aspectos...
Citar
Após o massacre de Jonesboro, uma das professoras do colegial me contou como seus alunos reagiram quando ela lhes contou do tiroteio ocorrido no ginásio. "Eles riram", me disse ela desolada. Uma reação semelhante acontece constantemente nos cinemas quando há violência sangrenta. Os jovens riem e aplaudem e continuam comendo sua pipoca e bebendo seu refrigerante. Nós criamos uma geração de bárbaros que aprenderam a associar violência com prazer, como romanos aplaudindo e se alimentando enquanto os cristãos eram abatidos no Coliseu.
Ou talvez as crianças simplesmente não gostem de escola...

O sujeito fala muito sobre condicionamento da mídia, mas esquece do bullying nas escolas, o que parece ser um motivo real e direito para esses massacres.

Além do mais os exemplos sobre reflexos não valem de muita coisa, já que foram crimes premeditados. Além do mais, na recontrução do Discovery deu pra entender que os caras não saíram atirando em todas as suas vítimas, encontravam pessoas escondidas, e depois de olhar para ela e falar um pouco com elas matavam.

Apesar do texto tentar trabalhar com estatísticas, ele não abrange certas coisas bem importante, como a taxa de homens na prisão é de 10/1 sobre a de mulheres...

(Isso até me deu uma idéia que serviria para um tópico novo, eu me pergunto se assim como a idade da menstruação caiu nas meninas, não estaria subindo a testosterona nos meninos...)
« Última modificação: 23 de Novembro de 2008, 13:39:45 por Ilovefoxes »

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!