Gente existe um outro tópico aberto na seção ceticismo falando sobre o mesmo tema,que é a medicina baseada em evidências (MBE). Naquela seção existem textos introdutórios sobre o tema.
Não entendi o que está se propondo exatamente. Continuando com o exemplo do câncer de mama e auto-exame, o que seria o ideal então? Contra-recomendar o auto-exame e deixar as pessoas desenvolverem o câncer até além dos estágios iniciais/dúbios apenas para evitar os falsos-positivos? Será mesmo que ninguém morre a mais com isso? Quais são os dados que suportam essa afirmação?
Qual seria a explicação? É um câncer muito letal, que não adianta se tratar mesmo se detectado bem no início, ou os falso-positivos são tantos que as pessoas com câncer de verdade acabam não sento tratadas porque o sistema está abarrotado examinando mais cuidadosamente uma maioria esmagadora de falsos-positivos?
Se for a segunda, o problema não é o teste em si, mas a capacidade do sistema de saúde de cuidar de todos esses casos. Seria possivelmente diferente para a saúde privada e na pública, imagino que na privada o auto-exame possivelmente implique numa redução significativa de mortalidade, se for mesmo verdade isso de que nos estágios iniciais ele tem boa chance do tratamento ser bem sucedido.
O ideal seria estabelecer, outros parametros para o rastreamento que não o auto exame de mama. Uma das ferramentas usadas para ver se os testes/exames que são usados para rastrear seriam eficazes é binomio sensibilidade/especificidade, calculados apartir de uma exame "padrão ouro", que gera respostas inequivocas tipo biopsias/estudo
post mortem. Não digo contra recomendar, mas não investir mais esforços numa coisa que gera resultados dubios, podendo até causar mais danos que benefícios. Existem estudo sim que testam o auto exame de mama, feitos no canada,Russia, e mais um paises da europa que eu não me lembro, que demonstrão que não houve redução da mortalidade com esta pratica, em outros estudos existe um pequena redução mas insiquinificante. Vôce que eu post eles aqui, mas isso vai fica massante dai. O próprio INCA não recomenda mais o auto exame.
O problema do falso positivo , são varios: ansiedade(que não deixa de ser um sofrimento para muita gente), procedimos invasivos que podem gerar sequelas(uma biopsia pode deixar um cicatriz, uma dor residual, efim), custos e aumento da demanda desnecessariamente.
A explicação seria que o que ele detecta tem uma margem de segurança pequena(sensibilidade) para conseguir detectar todos os casos de cancer, ou seja, um auto exame negativo não exclui doença. E o que é positivo poucos tem realmente a doença(especificidade). Um bom exame de rastreamento tem que ser barato, de fácil execução e com sensibilidade alta(praticamente 100%) e alguma especificidade. Este principio vale tanto para saúde publica quanto para privada. Possivelmente a saúde publica se beneficiaria muito mais se o auto exame fosse valido, por ser um teste relativamente barato. A saúde privada, podemos olhar por 2 primas, aqui todas mulheres tem acesso a uma consulta ginecológica, onde é feito um exame clínico das mamas(feito por um médico treinado),só este fato aumentando deveras a sensibilidade e a especificidade do teste, o que torna mais válido recomendar exames periódicos com médicos treinado do que deixar que as mulheres se auto examinem. Outro prisma vôce não esta preocupado com o quanto vôce gasta em um plano de saúde para sua familia?E se os planos de saúde são caros, isto também afeta o sistema publico, que tem que assimilar pessoas que poderiam pagar se os planos fossem mais baratos, além de que os sistema privado também é fornecedor do sistema publico em parte. Mas a função da MBE não é diminuir os custos(financeiros) da saúde, na verdade é criar ferramentas para analisar o conhecimento médico,e é a questão da aplicabilidade do conhecimento científico, para melhorar a pratica em saúde. Aqui com este exemplo , eu quis comentar os principios de sensibilidade/especificidade, e análise de desfechos mortalidade/morbidade(doenças,sequelas). Mas existem muitos outro principios, que podem ser aplicados para: tratamentos, ensino médico, ações preventivas , prognóstico de doenças, e quem sabe em outras áreas do conhecimento principalmente das humanas como: educação, sociologia, psicologia se já não são aplicadas.
Enfim, os Conselhos Regionais de Medicina geralmente são bastante cuidadosos com o que pode ser incluído como opção de tratamento/ terapia. Infelizmente, há bastante pressão por parte de certos praticantes das tais Terapias Alternativas, de maneira que os planos de saúde já começam a incluí-las em seus pacotes. E isso sem falar em medicamentos que de vez em quando são liberados sem testes apropriados...
Muitos tratamentos não tem muito efeito, e apesar de serem melhores que o placebo, possuem efeitos colaterais que contrapõem suas vantagens. Por isso, muitos optam pelo placebo medicina alternativa.
E o correto continua a ser vender o que as pessoas querem, não o que autoridades possivelmente corruptíveis dizem.
Realmente não sou um opsitor ferrenho da medicina alternativa, o que espero é que, que o tratamento que elas advogam passem pelo crivo da ciência, como algumas dela tem conseguido com algum reconhecimento e aplicabilidade, por exemplo acupuntura. Dentro da própria medicina tradicional também existe muita "bruxaria", e a questão dos conselhos regionais eu não confiaria muito neles não! Mas tenho que ficar calado sabe. Na outra seção(ceticismo) que fala sobre MBE é até um tópico fixo passei um link sobre um empate entre conselho de classe dos Urologista contra o INCA.