“Quero fazer uma pausa aqui e falar sobre essa noção de consenso, e a origem do que tem sido chamado de ciência consensual. Eu considero a ciência consensual como um desenvolvimento extremamente pernicioso que deve ser parado imediatamente no seu curso. Historicamente, a afirmação de consenso tem sido o refúgio de canalhas; é um modo de se evitar o debate afirmando que a questão já foi resolvida. Sempre que você ouvir que o consenso dos cientistas concorda em alguma coisa ou outra, procure a sua carteira, porque você está sendo roubado.
“Sejamos claros: o trabalho da ciência não tem nada a ver com consenso. O consenso é assunto da política. A ciência, pelo contrário, requer apenas um pesquisador que por acaso está certo, o que significa dizer que ele ou ela tem os resultados que são verificáveis pela referência ao mundo real. Em ciência, o consenso é irrelevante. O que é relevante são os resultados reproduzíveis. Os maiores cientistas na história são grandes exatamente porque eles romperam com o consenso. Não existe essa coisa de ciência consensual. Se for consensual, não é ciência. Se for ciência, não é consensual. Ponto final...
“Repare onde a afirmação de consenso é invocada. O consenso somente é invocado em situações onde a ciência não é suficientemente sólida. Ninguém diz que o consenso dos cientistas concorda que E=mc2. Ninguém diz que o consenso é de que o Sol está a 93 milhões de milhas de distância. Jamais passou pela cabeça de alguém falar assim.”
(Michael Crichton, “Aliens Cause Global Warming”, reimpresso no Wall Street Journal, de 7 de novembro de 2008)