Eu também tenho problemas com relógio analógico...

Eu até consigo ler as horas, mas não automaticamente, eu sempre tenho que olhar o ponteiro menor, depois olhar o ponteiro maior, ver qual é o menor inteiro abaixo dele, multiplicar por cinco e contar os risquinhos entre o número e o ponteiro...
Mas é falta de hábito mesmo, eu sempre usei relógio digital. Também sou adepto da calculadora. Sou capaz de resolver integrais e EDO's na mão, mas não me peçam para multiplicar números de dois algarismos. Agora, eu não me envergonho disso. Não há nada de intelectualmente tão admirável em se fazer 85 x 37 de cabeça, ainda mais hoje que a tecnologia está tão acessível: tenho duas calculadoras uma HP 50G (gráfica e programável) e uma Casio fx-82 MS (científica), além de calculadora no celular. Mesmo que nenhuma delas esteja disponível, qualquer computador tem uma calculadorazinha científica, ou pelo menos o MS Excel. E ainda tem o Google... Se orgulhar de fazer contas de cabeça para mim soa tão anacrônico quanto dizer que mata sua comida com as próprias mãos.
Agora, claro que uma calculadora não substitui o senso crítico, alguém que multiplica 7x9 e não vê nada de errado com a resposta ser 686 tem problemas bem mais profundos do que o de não saber tabuada. Eu tenho colegas no curso de Engenharia que realmente dão pena, têm dificuldades para fazer uma interpolação simples (que não é nada mais complicado do que uma regra de três...) e não fazem idéia do que seja uma extrapolação. Mas a culpa não acho que seja das calculadoras, é falta de interesse e comprometimento com os estudos mesmo.