Autor Tópico: A Medicina e o Espiritismo  (Lida 1788 vezes)

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Offline O Grande Capanga

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A Medicina e o Espiritismo
« Online: 12 de Janeiro de 2009, 17:36:31 »
A Medicina e o Espiritismo - José Carlos Pereira Jotz

90 anos Soc. Bezerra de Menezes: ontem, hoje e amanhã

A Medicina e o Espiritismo
 
José Carlos Pereira Jotz
 
O que é saúde e o que é doença à luz da doutrina espírita?

Doença e saúde se referem ao estado em que se encontram as pessoas e não ao estado de órgãos ou partes do corpo.
O corpo físico nunca está só doente ou só saudável, já que nele se expressam realmente as informações da consciência.
O corpo de um ser humano vivo deve seu funcionamento ao espírito que o habita.
Quando as várias funções corporais se desenvolvem em conjunto dentro de uma harmonia, ele se encontra num estado que denominamos de saúde.
Se uma função falha, ela compromete a harmonia do todo e então falamos que ele se encontra em um estado de doença. A doença é a perda relativa da harmonia.
Esta perturbação da harmonia acontece à nível de consciência, que é a parte espiritual do ser, enquanto o corpo é a forma de apresentação desta desarmonia.
O nosso “não consciente” envia mensagens ao nosso “consciente”, sob a forma de tensões ou sofrimentos físicos e emocionais. Procurando “silenciar” esta tentativa de comunicação, utilizamos medicamentos para acabar com os sintomas, sem perceber o que gerou os mesmos.
Para se dar conta de onde está situada a causa inicial, médicos e pacientes precisam aprender não apenas a perceber o que é visível na luz, mas também identificar o que está escondido na sombra.
 
Por que médicos e pacientes precisam aprender a perceber onde está a causa inicial?

Médicos porque tem o papel de orientar. Se não souber a causa, irá tratar apenas a conseqüência.
Pacientes porque são os principais interessados e responsáveis por sua cura.
 
Origem da desarmonia no perispírito

Sabemos todos que o perispírito:
É preexistente e sobrevivente à morte do corpo material, transmitindo suas vontades ao corpo físico e as impressões do corpo físico ao espírito;
Que o envoltório carnal se modela e as células se agrupam de acordo com a forma perispiritual;
Que as qualidades ou defeitos, faltas, abusos e vícios de existências passadas registrados no perispírito reaparecem no corpo físico como enfermidades e moléstias.
Inúmeras almas já renascem “adoecidas”, ou seja, com os componentes psíquicos enfermiços. Em grande parte dos casos o componente inicial desta enfermidade é a falta de auto-amor.
O amar a si mesmo ainda é uma lição que todos temos de aprender. Muitas reencarnações têm por objetivo precípuo restabelecer o desejo de viver e recuperar a alegria de sentir-se em paz. Uma conseqüência da falta do auto-amor é a depressão.
 
O que é depressão?
Como se pode conceituar depressão à luz do conhecimento espírita?


Depressão é cansaço de viver, é não aceitar a vida como ela é. É a “doença prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos.
É uma intimação de leis da vida convocando a alma a mudanças inadiáveis.
Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.
No capítulo “Receituário oportuno” do livro “Escutando os Sentimentos” de Wanderley S. de Oliveira, Ermance Dufaux nos diz ser necessário ingerir três medicações com freqüência:
1. Acreditar que merece a felicidade, assim como todos os seres humanos (ser feliz é contentar-se com o que se é, sem que isso signifique estacionar; é o amor a si);
2. Parar de encontrar motivos externos para suas dores, encontrando-lhes as causas íntimas (dentro de cada um está a cura para todos os seus males);
3. Parar de pensar em felicidade para depois da morte e tentar ser feliz ainda em vida (a felicidade resulta da habilidade de consolidar o sentido da vida a partir do “olhar de impermanência”).
 
As emoções e os chakras

Sabemos quando a consciência de uma pessoa está desequilibrada, pois a mesma torna visível e palpável na forma de sintomas físicos ou psicológicos o seu desequilíbrio, existem desarmonias registradas a nível perispiritual. É o ser humano que está doente (espírito) e não o seu corpo físico.
Como os chakras fornecem energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios e conflitos emocionais podem resultar num fluxo energético anormal para diversos sistemas fisiológicos. Com o tempo, esses fluxos anormais de energia podem produzir doenças de maior ou menor gravidade em qualquer órgão do corpo.
O stress emocional é um importante fator no processo de produção de doenças. Os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por si próprio podem ter efeitos nocivos sobre o funcionamento dos principais chakras.
A falta de amor a si ou auto-imagem ruim pode causar bloqueio no chakra cardíaco, o qual, secundariamente, afeta o funcionamento do timo, debilitando o sistema imunológico. Também pode afetar os pulmões contribuindo para as doenças respiratórias.
A forma inadequada de expressar verbalmente o que sente ou a não expressão verbal dos sentimentos internos pode interferir na função do chakra laríngeo. Esta pode ser a causa de muitos casos de amigdalites ou transtornos de tireóide.
Nossas doenças são freqüente-mente um reflexo simbólico dos nossos estados internos de intranqüilidade emocional, bloqueio espiritual e desconforto. Isto sugere que a prescrição de medicamentos de efeito rápido, que aliviem apenas temporariamente os sintomas agudos da doença, não é a solução ideal para minorar os problemas do paciente, dentro de uma perspectiva reencarnacionista.
A medicina do futuro deverá ensinar os pacientes a reconhecer os fatores emocionais e energéticos sutis que podem predispô-los a determinados estados mórbidos. Terá mais facilidade em detectar disfunções nos chakras, corpos emocional, etérico e mental.
 
Hereditariedade
Por que ficamos doentes se aparentemente fazemos tudo certo?


A hereditariedade existe, mas os registros no perispírito, das experiências passadas da alma (psíquico, intelectual, profissional, moral e emocional), determinam a formação dos órgãos no novo corpo material. A hereditariedade reflete a aproximação por afinidades vibratórias entre os membros de uma mesma família.
Na fecundação, o gameta masculino vitorioso está impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante que encontrou nele os fatores genéticos necessários para a programação reencarnatória. Os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros, vão organizando o corpo físico.
As enfermidades graves decorrem de faltas passadas e contribuem para o aprendizado, reparação e restauração dos atos inadequados, além da elevação da alma.
Certos acontecimentos e doenças são permitidas pelo plano espiritual para estimular o espírito a cumprir compromissos com a sua jornada evolutiva.
Assim, enfermidades ou acidentes inesperados, carência afetiva, dificuldades econômicas, são meios utilizados para despertar da anestesia da ilusão ou da intoxicação do orgulho, egoísmo, cólera, etc, a que muitos se submetem .
Tabaco, álcool, drogas, excesso no sexo e na alimentação, são de livre opção atual, não incursos originalmente no processo evolutivo de ninguém. Quem a qualquer deles se vincula, colherá o efeito prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar solução de emergência.
 
Energia vital.
Como equilibrá-la?


De um ponto de vista energético, o corpo físico debilitado oscila numa freqüência diferente daquela quando em estado saudável.
Quando a pessoa é incapaz de alterar o seu modo energético para a freqüência adequada, talvez seja necessário aplicar-lhe certa dose de energia sutil, o que pode fazer com que seus sistemas bioenergéticos passem a vibrar de forma apropriada.
Existem formas de tratamento que interagem também com a energia do ser humano como a acupuntura, a homeopatia, a antroposofia, a cromo-terapia, os florais, os fatores de auto-organização, os elixires de pedras preciosas, o passe magnético, a prece, a água fluída, etc.
No entanto, a medicina não deve ter como foco apenas o tratamento do corpo, pois desta forma não obterá a cura, apenas melhora dos sintomas.
Pesquisas realizadas com ajuda de clarividentes sugerem que as doenças iniciam-se primeiramente no corpo etérico e em outros veículos de freqüências superiores. Neste caso os sinais de doenças poderão ser percebidos no corpo etérico antes que seja possível detectá-los no corpo físico.
O ideal é que se possa detectar as doenças num estágio suficientemente precoce para que impeça a manifestação física da doença no nível celular.
A doença é o caminho pelo qual o ser humano pode seguir rumo à cura. Quanto maior for nossa compreensão, maior nosso aproveitamento das coisas que nos cercam.
A cura acontece através da incorporação daquilo que está faltando e, portanto, ela não é possível sem uma expansão da consciência.
O desenvolvimento de valores como paciência, humildade, bondade, perdão, tolerância, caridade e amor, são características de consciência plenamente desperta, de unidade perfeita e de perfeito entrosa-mento de Deus para com o homem. Este é o caminho da cura.

Responsabilidades de médico e paciente no processo de cura
Papel do espiritismo


O princípio mais importante para a medicina que trabalha com as vibrações é o conceito de que os seres humanos são sistemas dinâmicos de energia que refletem os padrões evolutivos do crescimento da alma.
O médico não deve ser apenas um agente promotor da cura, mas também um educador. No entanto, o paciente é o principal responsável pela sua cura.
É muito mais fácil tomar um comprimido que proporcione um rápido “conserto” do organismo, do que modificar os hábitos potencialmente insalubres que possam estar contribuindo para o problema da saúde.
Cada ser humano é responsável pela busca do seu equilíbrio, da sua harmonia. O espiritismo auxilia no tratamento da consciência humana, lhe apresentando novos valores, educando o espírito.
Muitos pacientes só adotam hábitos mais saudáveis após algum acontecimento traumático ou o diagnóstico de uma doença grave.
O médico do futuro combinará o conhecimento científico e o conhecimento espiritual a fim de promover a cura em todos os níveis.

BIBLIOGRAFIA

- Porque adoecemos? Novos horizontes do conhecimento médico espirita - Associação Médico Espírita de Minas Gerais.
- Porque adoecemos? Volume II Principios para a medicina da alma. Associação Médico Espírita de Minas Gerais.
- Doenças, cura e saúde a luz do espiritismo. Geziel Andrade.
- Medicina Vibracional. Uma medicino para o futuro. Richard Gerber.
- Escutando os sentimentos. Wanderley S. de Oliveira.
- Diga-me onde doi e eu te direi por quê. Michael Odoul. Editora Campus.


http://oxigenio2.magaweb.com.br/id=1400

Offline uiliníli

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #1 Online: 12 de Janeiro de 2009, 17:58:41 »
E o pior é que há hospitais administrados por espíritas, inclusive hospitais psiquiátricos :susto:  Fico preocupado com até onde os responsáveis por eles deixam a religião interferir na medicina... :(

Offline O Grande Capanga

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #2 Online: 12 de Janeiro de 2009, 18:05:55 »
E o pior é que há hospitais administrados por espíritas, inclusive hospitais psiquiátricos :susto:  Fico preocupado com até onde os responsáveis por eles deixam a religião interferir na medicina... :(

E o autor do texto é médico... homeopata.

O problema é que para eles tudo isso é verdade e realmente funciona. Para eles não há uma separação de medicina e religião, e sim uma ligação totalmente direta e tudo a ver, como se uma fosse parte da outra, inseparavelmente. E o grande problema é que o espiritismo tem uma pretenção científica; e isso me irrita. Provavelmente essa pretenção seja o problema de não separarem a religião da medicina.

Sem contar que tem espíritas que dizem que o espiritismo não é religião é uma doutrina (qual a diferença?), já vi uma mulher no orkut falando que espiritismo é ciência.

Offline Fabi

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #3 Online: 12 de Janeiro de 2009, 18:28:15 »
E o pior é que há hospitais administrados por espíritas, inclusive hospitais psiquiátricos :susto:  Fico preocupado com até onde os responsáveis por eles deixam a religião interferir na medicina... :(

E o autor do texto é médico... homeopata.
Tem espíritas com câncer que rejeitam remédios alopáticos... e só aceitam homeopatia pra dor...  :sleepy: Pelo menos a minha irmã está livre desse mal, ela não acredita em homeopatia, graças a minha interpretação de Flora*

*"Isso aqui não é remédio não irmãzinha, isso aqui ó é ba-li-nha..."  :lol:
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline O Grande Capanga

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #4 Online: 12 de Janeiro de 2009, 20:32:26 »
*"Isso aqui não é remédio não irmãzinha, isso aqui ó é ba-li-nha..."  :lol:

 :biglol:

Offline Sklogw

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #5 Online: 27 de Janeiro de 2009, 22:39:55 »
Eu não sou advogado, mas sei que o curandeirismo (que é, no final das contas, a finalidade dessa chamada medicina espírita) é crime, sujeito a penas brabas: cana de até dois anos. Vide o texto abaixo (wikipedia)
---------------------------------------------------------------------------------------
O curandeirismo, segundo previsto no código penal brasileiro, é a prática de prescrever, ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância, bem como usar gestos, palavras ou qualquer outro meio (não inserido na prática médica) para cura ou fazer diagnósticos sem ter habilitação médica.
No Brasil, está previsto no artigo 284 do Código Penal brasileiro.
Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
-------------------------------------------------------------------------------------------
Perguntinha: porque a justiça não atua fortemente sobre essas coisas.... ah, mas tem tanto juiz e promotor espírita... ah, bom... então eu acho que entendi ....
"The most ordinary things are to philosophy a source of insoluble puzzles." [Ludwig Boltzmann]

"I venture to think that the people who talk most about it are the people who do least about it. Scientific method is what working scientists do, not what other people or even they themselves may say about it." [Percy W. Bridgman, "Reflections of a Physicist"]

"Ich habe einen Drachen in meiner Garage" [A. Einstein, psicografado por sklogw]

Offline Gigaview

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #6 Online: 28 de Janeiro de 2009, 00:10:52 »
Eu não sou advogado, mas sei que o curandeirismo (que é, no final das contas, a finalidade dessa chamada medicina espírita) é crime, sujeito a penas brabas: cana de até dois anos. Vide o texto abaixo (wikipedia)
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O curandeirismo, segundo previsto no código penal brasileiro, é a prática de prescrever, ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância, bem como usar gestos, palavras ou qualquer outro meio (não inserido na prática médica) para cura ou fazer diagnósticos sem ter habilitação médica.
No Brasil, está previsto no artigo 284 do Código Penal brasileiro.
Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
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Perguntinha: porque a justiça não atua fortemente sobre essas coisas.... ah, mas tem tanto juiz e promotor espírita... ah, bom... então eu acho que entendi ....

Isso é um absurdo!
Você conhece a Associação Jurídico-Espírita de São Paulo? E a do Espírito-Santo? E a do....

Dê uma olhada nisso:
http://www.google.com/notebook/public/03904464067865211657/BDUThIgoQrr2FjaAj
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Lua

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #7 Online: 28 de Janeiro de 2009, 02:02:20 »
Eu não sou advogado, mas sei que o curandeirismo (que é, no final das contas, a finalidade dessa chamada medicina espírita) é crime, sujeito a penas brabas: cana de até dois anos. Vide o texto abaixo (wikipedia)
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Perguntinha: porque a justiça não atua fortemente sobre essas coisas.... ah, mas tem tanto juiz e promotor espírita... ah, bom... então eu acho que entendi ....

O grande problema é que essas práticas estão arraigadas em nossa cultura e passam despercebidas, Luiz. Como é um crime contra a incolumidade pública, a iniciativa da ação é do MP... Ou seja, se o MP não age, fica por isso mesmo. A menos que algum particular denuncie o fato ao MP, que poderá apurar a denúncia e ingressar com a ação pertinente.

Quanto aos juízes e promotores espíritas: a lei é bem clara ao definir o crime de curandeirismo e o nosso sistema jurídico penal não admite interpretação extensiva ou restritiva, ou seja, presentes os elementos, o MP poderá ingressar com uma ação. Se o juiz vai entender o mesmo, só Zeus poderá dizer. Relembrando um grande professor meu que é advogado: "A lei é o que é se o juiz disser que é".


Citar
Para Dalmo de Abreu Dallari, professor aposentado da Faculdade de Direito da USP, e autor dos livros "O Poder dos Juízes" e "O Futuro do Estado", "o uso de psicografia é claramente ilegal".
"Não há o reconhecimento disso no sistema jurídico brasileiro. Se isso for a prova, o julgamento é nulo. Não pode", diz.

Uma das coisas que mais me revolta é a utilização de obra psicografada como meio de prova em processos de qualquer natureza. Sendo o Estado brasileiro laico, como se pode admitir uma prova que é proveniente de uma doutrina religiosa em detrimento de todas as demais?

Só para exemplificar, o pensamento de um advogado a respeito do tema:

"Havendo reconhecimento grafotécnico, não existirá violação do contraditório, pois observa-se possibilidade de contestação da parte pericial ou mesmo de provar por outros meios que a descrição da culpa exarada na carta não se sustenta diante de outras evidências, como um álibi. Por conseguinte, vislumbro sua admissibilidade como meio probandi, o que não quer dizer que seja absoluto, pois inexiste hierarquia entre os meios de provas, poderia ainda o falecido mentir, não obstante, não seja motivo para sua invalidação, podendo ser graduada segundo a liberdade do juízo na apreciação do conjunto probatório (CPP 157), tanto para pronunciar quanto para o Juri condenar ou absolver, no plenário, em crimes dolosos contra vida e os que lhe são conexos."
Fonte: http://promotordejustica.blogspot.com/2007/04/psicografia-como-meio-de-prova-uma.html

O fato do ordenamento jurídico brasileiro pautar pelo princípio da liberdade dos meios de prova não justifica a introdução de uma prova obtida por meios escusos e que não pode ter sua veracidade demonstrada por meios legais. É simplemente absurdo, mas há quem defenda a idéia. Só pra demonstrar o quanto a idéia é tida com seriedade, outro trecho:

Citar
Estreitando-se os laços dessa ciência com o Direito, demonstrou-se cabalmente a possibilidade do emprego da psicografia nas relações jurídicas, obtendo-se as seguintes conclusões:

a) Pode ser admitida como meio de prova, por fundar-se em critérios científicos, suficientemente solidificados.

b) A ciência que lhe dá amparo é a física quântica.

c) Necessita de comprovação pela grafoscopia, em face da atual inaptidão dos seres humanos perceberem, com seus sentidos próprios, a quarta dimensão a que tal fenômeno está ligado.

Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8941&p=2

Sim, o assunto me revolta... :palavrao:
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline André Padoveze

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #8 Online: 28 de Janeiro de 2009, 09:14:00 »
E o pior é que há hospitais administrados por espíritas, inclusive hospitais psiquiátricos :susto:  Fico preocupado com até onde os responsáveis por eles deixam a religião interferir na medicina... :(

Estudo psicologia na Unesp, faculdade estadual, de alto nível, e muito respeitada.

E pessoas da minha sala declararam que adoram psicólogos espíritas e ouvi uma delas falar que quer ser uma, basicamente, usar o conhecimento espírita num consultório clínico. Revoltante ou preocupante? Os dois né? :/
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente. (Zeitgeist - Addendum)

Filmes para assistir!
http://www.megaupload.com/pt/?d=KHY8RM5S - Zeitgeist Addendum

Offline Sklogw

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Re: A Medicina e o Espiritismo
« Resposta #9 Online: 31 de Janeiro de 2009, 14:04:00 »
Essa intromissão de conceitos e práticas espíritas na medicina é consequência direta da arrogância com que o espiritismo é considerado uma ciência, mesmo contra todas as evidências empíricas mesmo contra o bom senso. Com uma visão megalomaníaca e pretensiosa da necessidade da ''reforma do ser humano'', os espíritas tentam colocar o dedo em tudo que é ramo da atividade humana, da educação (já tem curso de teologia espírita), à saúde mental (hospitais espíritas de psiquiatria) e até mesmo no direito (associação de juízes espíritas) e na ciência (proliferação de ''pesquisadores espíritas'' na academia e fora dela).
"The most ordinary things are to philosophy a source of insoluble puzzles." [Ludwig Boltzmann]

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