http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=26402Uma irlandesa de 40 anos de idade foi condenada a sete anos de prisão por incesto, ataques sexuais, mau tratamento e negligenciar seus filhos, no primeiro caso do tipo na República da Irlanda. A juíza Miriam Reynolds, que ditou a sentença, disse que a ré destruiu a vida de seus seis filhos que "do momento em que nasceram, não conheceram nada a não ser crueldade e negligência".
A acusada recebeu a pena máxima prevista no país para casos de incesto cometido por mulheres, de sete anos de prisão, uma pena relativamente branda comparada com a punição máxima para casos de incesto cometido pelo pai, que é prisão perpétua. A juíza apontou para o fato de esta ter sido a primeira condenação de uma mulher por incesto no país. A lei, segundo Reynolds, foi criada há 101 anos, em uma época em que não se previa que o crime pudesse ser cometido por uma mãe.
Ao impor a sentença, na Corte do Circuito de Roscommon (a noroeste de Dublin), a juíza disse que qualquer possibilidade de uma vida normal e feliz foi roubada das seis crianças no centro do caso, por uma "mulher que se identifica como mãe deles".
DepoimentoA ré se declarou culpada das acusações, evitando que seus filhos tivessem que prestar depoimento, mas o filho mais velho, de 19 anos, testemunhou sobre os abusos, concluindo que jamais iria perdoar a mãe. A identidade da mulher permanece em sigilo para proteger as crianças.
Os filhos deixaram a casa em 2004, por causa de denúncias a assistentes sociais. Segundo a imprensa irlandesa, a casa em que viviam era imunda, com infiltrações, cheia de ratos e camundongos mortos e freqüentemente sem comida. As crianças estavam sempre sujas e maltrapilhas.
Na escola, elas quase não tinham amigos e eram motivo de piada. Segundo os jornais, os casos de infestação por piolho eram tão graves que os insetos eram vistos nos rostos das crianças. A mãe é alcoólatra e teria invadido o quarto do filho de 13 anos - o segundo mais velho - em 2004, obrigando o menino a manter relações sexuais com ela.
A juíza disse que a mulher deitou uma "longa e escura sombra" sobre a vida das crianças e afirmou não saber como elas conseguiriam viver no futuro. Uma das filhas da ré já teria falado em suicídio, diz a imprensa.
Serviços sociais estavam em contato com a família desde 1996, mas em 2004, o filho mais velho saiu de casa depois de detalhar a negligência sofrida pelas crianças. No mesmo ano, todas as crianças foram retiradas da casa e colocadas sob os cuidados de famílias adotivas, e em 2006 o filho detalhou pela primeira vez às autoridades o incesto sofrido depois que o irmão saiu de casa.
A mãe foi presa dois meses depois. Segundo o advogado de defesa Bernard Madden, a ré queria pedir desculpas aos filhos pelos erros e por seu papel em destruir a vida deles.
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