Autor Tópico: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético  (Lida 1338 vezes)

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Offline 4 Ton Mantis

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Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Online: 25 de Janeiro de 2009, 19:17:32 »
http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=26663


A impressão duradoura sobre a Lua que as missões Apollo nos legaram é a de um corpo celeste cinzento, empoeirado, desolado e morto. Mas instrumentos deixados no satélite pelos astronautas da Apollo registraram terremotos e oscilações de rotação que oferecem sinais quanto à presença de um núcleo ainda fervilhante. Agora, uma rocha coletada mais de 36 anos atrás - durante a missão Apollo 17, o último vôo tripulado à Lua -, revela que o núcleo derretido pode ter apresentado movimento rotacional no passado e, com isso, gerado um campo magnético.

Dado o fato de que as planícies de lava na superfície da Lua indicam um passado vulcânico que pode ter durado quase dois bilhões de anos, "não creio que essa observação deva surpreender", disse Ian Garrick-Bethell, que acaba de se doutorar pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts MIT).

Mesmo assim, as descobertas de Garrick-Bethell e de seus colegas, publicadas pela revista Science, podem ajudar a resolver um debate já antigo. Muitas das rochas trazidas da Lua apresentam traços de um sinal magnético, o que sugere que se resfriaram originalmente de um magma formado quando a Lua tinha um campo magnético.

Isso surpreendeu muitos cientistas que imaginavam que a Lua fosse pequena demais e fria demais para ter abrigado um dínamo eletromagnético no qual correntes elétricas originadas da convecção de ferro derretido geram um campo magnético.

As provas não eram conclusivas porque a superfície da Lua foi repetidamente atingida por meteoritos, e o choque do impacto também pode deixar uma assinatura magnética nas rochas. Mas uma rocha com 4,2 bilhões de anos de idade conhecida como troctolito 76535 - (rocha formada pelos minerais olivina e plagiocásio -, recolhida por Harrison Schmitt, o único geólogo treinado entre os astronautas do projeto Apollo, oferece um panorama intocado sobre a história primitiva da Lua.

A rocha é significativa porque se formou quando a Lua tinha apenas 300 milhões de anos de idade, e estudos anteriores demonstraram que ela jamais foi alterada pela força de um impacto. A pesquisa de Garrick-Bethell demonstra dois campos magnéticos distintos no interior da rocha, ou ao menos nos pequenos fragmentos que ele examinou.

O primeiro, diz, surgiu quando a rocha se cristalizou pela primeira vez, a talvez 50 quilômetros de profundidade e em um processo que demorou milhões de anos. Depois, parece que um impacto de meteorito conduziu a rocha para mais perto da superfície mas sem atingi-la diretamente, o que a aqueceu o bastante para apagar parte de seu campo magnético original e criar um segundo, em posição distinta do primeiro, em um resfriamento que durou milhares de anos.

O resfriamento lento parece descartar a possibilidade de que os campos tenham sido causados por impactos de meteoritos, dizem os pesquisadores. Eles chegaram às suas conclusões ao colocar lascas da rocha em campos magnéticos cada vez mais fortes que "apagavam" o magnetismo da amostra aos poucos.

Isso permitia determinar se os átomos estavam alinhados na mesma direção, o que seria de esperar caso o magma se tivesse resfriado em um campo magnético. Um campo equivalente a 2% do terrestre produziria o magnetismo observado no troctolito 76535, disseram os pesquisadores.
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Offline Unknown

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #1 Online: 07 de Janeiro de 2011, 23:11:46 »
Novos estudos mostram que a Lua tem núcleo igual ao da Terra
   
Utilizando modernas técnicas de sismologia aplicadas a antigos dados coletados pelas missões Apollo entre 1969 e 1972, pesquisadores estadunidenses confirmaram que a Lua tem núcleos similares aos terrestres. De acordo com os cientistas, Isso explicaria os sinais de magnetismo encontrados nas rochas trazidas pelos astronautas, além de confirmar que esse campo magnético também seria gerado através do efeito dínamo, da mesma maneira que ocorre na Terra.

De acordo com Renee Weber, ligada ao Centro Marshall de voos espaciais, da Nasa, as descobertas sugerem que a Lua possui um núcleo interno sólido rico em ferro, com cerca de 250 km de raio e um núcleo externo, composto principalmente de ferro líquido com 500 km de raio. O estudo indica que os núcleos também contem uma pequena porcentagem de elementos leves, como enxofre, concordando com as últimas pesquisas sobre o núcleo terrestre e que sugerem a presença de elementos leves na camada ao redor do núcleo interno.

Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram os dados coletados pelos instrumentos deixados na Lua durante as missões Apollo. Entre 1969 e 1972 os astronautas instalaram na superfície lunar quatro sismômetros que registram contínua atividade sísmica até 1977.

Novas Técnicas
Na análise dos dados foram aplicadas as mais modernas técnicas e metodologias sismológicas existentes na atualidade, entre elas o processamento por matriz, técnica que permitiu identificar e distinguir as fontes dos sinais dos abalos lunares. Os cientistas conseguiram identificar como e por onde as ondas sísmicas passaram ou foram refletidas por elementos no interior da Lua, descobrindo a composição e estado das camadas em várias profundidades.

Apesar das sofisticadas missões de imageamento lunar terem feito significantes contribuições para o estudo da topografia, o interior do satélite natural da terra permaneceu sujeito a diversas especulações desde a Era Apollo. Os pesquisadores já haviam deduzido sobre a existência de um núcleo lunar com base em estimativas indiretas das propriedades do interior do satélite, mas muitos cientistas discordavam sobre a existência de camadas, o raio e sua composição.

A principal limitação do estudo sísmico lunar era o forte ruído causado pela sobreposição de sinais saltando repetidamente entre as estruturas da crosta fracionada da lua. Para vencer este desafio Weber empregou uma nova técnica chamada empilhamento de sismograma, uma espécie de particionamento digital dos sinais. O método melhorou a relação sinal-ruído e permitiu que os cientistas tivessem uma visão mais clara do caminho e do comportamento de cada sinal original que trafegou pelo interior lunar.

"Esperamos continuar trabalhando com os dados da missão Apollo para refinar nossas estimativas das propriedades do núcleo e deixar os sinais sísmicos o mais claro possível. Isso nos ajudará ainda mais a interpretar os dados coletados em futuras missões", disse a cientista.

Nova Missão
Uma das futuras missões a que se referiu Webber será a GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory), gerenciada pela Nasa. A missão será lançada este ano (2011) e consiste em duas naves gêmeas que orbitarão a Lua por diversos meses. O objetivo será medir de forma sem precedentes o campo gravitacional da Lua e permitirá aos cientistas responderem questões fundamentais sobre a crosta e núcleo da Lua, revelando as estruturas abaixo da superfície e a história térmica do nosso satélite.

O trabalho de Webber foi publicado essa semana pela revista Science e teve como coautores cientistas ligados às Universidade do Arizona, Universidade da Califórnia e do Instituto de Física do Globo, de Paris.

http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Novos_estudos_mostram_que_a_Lua_tem_nucleo_igual_ao_da_Terra&posic=dat_20110107-113109.inc

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Offline Spitfire

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #2 Online: 07 de Janeiro de 2011, 23:53:45 »
Uma das teorias sobre a formação da Lua, acho que até a mais aceita atualmente, diz que a Lua se formou com os restos do choque de um corpo celeste de grandes proporções com a Terra e seria a Lua composta com o material deste corpo agregado a mais algum material da própria Terra.

Não seria estes vestígios de campo magnético "herdados" do próprio material da Terra?

Offline Geotecton

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #3 Online: 08 de Janeiro de 2011, 00:12:26 »
Uma das teorias sobre a formação da Lua, acho que até a mais aceita atualmente, diz que a Lua se formou com os restos do choque de um corpo celeste de grandes proporções com a Terra e seria a Lua composta com o material deste corpo agregado a mais algum material da própria Terra.

Não seria estes vestígios de campo magnético "herdados" do próprio material da Terra?

Se o material desprendido da Terra não entrou em fusão, aí sim, é possível que o magnetismo seja reliquiar.

Mas, até onde eu conheço desta hipótese, se admite que todo o material fundiu e formou as atuais rochas da Lua, de tal modo que o magnetismo original foi perdido.
Foto USGS

Offline Derfel

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #4 Online: 08 de Janeiro de 2011, 09:03:24 »
Como pode haver tectonismo na lua? Existe um magma e placas tectônicas?

Offline Wolfischer

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #5 Online: 09 de Janeiro de 2011, 19:33:11 »
No choque que formou a Lua não houve uma grande separação do conteúdo metálico, que teria ficado no núcleo da Terra? A quantidade de metal no núcleo da Lua ainda seria suficiente para criar um campo magnético em caso de ter convecção?

Offline Geotecton

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Re: Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético
« Resposta #6 Online: 10 de Janeiro de 2011, 20:10:52 »
Como pode haver tectonismo na lua? Existe um magma e placas tectônicas?

Os dados reforçam a hipótese de existência de um núcleo interno sólido de ferro com cerca de 450 km de raio e indicam a presença de um núcleo externo líquido de ferro com cerca de o que possibilitaria a existência de um pequeno "luadínamo".

Para haver tectonismo seriam necessários alguns outros requisitos. Uma camada externa sólida subdividida em vários segmentos (o equivalente terrestre da crosta e das placas); uma camada com quantidade significativa de elementos radioativos capazes de manter o material em fusão e que possibilitasse a ascensão de material quente e a descida de material frio (manto e correntes de convecção) e muita água em estado líquido.


No choque que formou a Lua não houve uma grande separação do conteúdo metálico, que teria ficado no núcleo da Terra?

Desde 1999 foram descobertos fortes indícios de que a Lua possui um núcleo metálico.


A quantidade de metal no núcleo da Lua ainda seria suficiente para criar um campo magnético em caso de ter convecção?

Sim!
« Última modificação: 09 de Setembro de 2011, 01:41:44 por Geotecton »
Foto USGS

 

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