http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=27990Desde o seu lançamento, em 2006, milhões de pessoas têm usado o Google Earth para "viajar" por todo o planeta sem sair de casa, escalando uma versão digital do Monte Everest e até mesmo voando pelo espaço. Agora, os planos da Google pretendem chegar a um dos últimos bastiões do desconhecido: as profundezas marinhas. Uma vasta quantidade de imagens submarinas e mapas do leito dos oceanos será adicionada ao projeto Google Earth - o Google Ocean. A novidade deve ser anunciada nesta segunda-feira, em evento na Academia de Ciências da Califórnia, em San Francisco.
Estima-se que o Google Earth já tenha sido acessado por 400 milhões de pessoas, e o site atual inclui representações em 3D de grandes cidades e imagens ao nível da rua e aéreas cobrindo milhares de quilômetros por diversos lugares. As novas adições deverão incluir vistas do oceano e porções do leito dos mares. Também estarão disponíveis dados ambientais e informações sobre o efeito das mudanças climáticas nos mares e oceanos do mundo.
Para o anúncio, o CEO da Google, Eric Schmidt, contará com celebridades como o ex vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental, Al Gore, e a veterana oceanógrafa Sylvia Earle, da National Geographic.
Embora até agora haja apenas dados limitados coletados sobre o solo submarino, com apenas 10% do ambiente mapeado em alguma escala útil para a ciência, especialistas em batimetria disseram que a habilidade do público para "interagir" com os oceanos e adquirir melhor entendimento, inclusive sobre a evidência do aquecimento global, podem causar um grande impacto sobre as percepções das pessoas a respeito dos mares.
"Esta é a parte realmente excitante para mim", disse ao site do Guardian o professor de Geofísica no Instituto de Oceanografia Scripps, na Universidade de San Diego, David Sandwell. "As pessoas vão entender que nós sabemos praticamente nada sobre muitos destes lugares, e o Google vai fazer isso para nós".
A inclusão de informações ambientais forma a última parte do plano da companhia de oferecer ao público mais dados sobre a mudança climática. Enm 2007, o Google reuniu especialistas de alto nível para desenvolver fontes de informação submarinas e dados sobre meio ambiente. A companhia deve revelar parcerias com instituições na Europa e nos Estados Unidos como parte do projeto.
"É uma ferramenta realmente útil para os cientistas, para (poderem) compartilhar dados sobre os oceanos", disse Sandwell. "Para mim, o bom será o detalhamento global da estrutura tectônica do chão dos mares, mas se você for um físico oceanógrafo, as coisas importantes serão as correntes e marés afetadas por alterações no terreno oceânico, por exemplo".
Espera-se também que as pessoas tenham a chance, por meio do site, de fazer um mergulho virtual em alguns dos lugares mais famosos para mergulhos em todo o mundo, incluindo as Bahamas, o Mar Vermelho e a Grande Barreira de Corais, na costa da Austrália.