China descobre a arqueologiapor Graziella Beting
Por muitos anos, tudo o que se sabia sobre as antigas dinastias chinesas vinha das lendas. Foi só no começo do século XX que documentos históricos e evidências arqueológicas começaram a ser estudados sistematicamente, para comprovar cientificamente as informações passadas de geração a geração. Hoje, uma das mais antigas civilizações do mundo vive sua idade de ouro no que diz respeito às pesquisas arqueológicas.
Uma das descobertas mais recentes é o vasto cemitério de Yangshe, às margens do Rio Amarelo, na província de Shanxi, que vem trazendo aos arqueólogos vestígios de uma cultura que se desenvolveu ali há mais de 3 mil anos. O local foi descoberto no começo dos anos 90, mas só na última década houve investimento para realizar inspeções arqueológicas no sítio.
As escavações estão sendo realizadas pelo Instituto de Pesquisas Arqueológicas da Província de Shanxi. Até agora, foram descobertas 19 túmulos de altos dignatários do governo, 48 carroças e restos de 105 cavalos, enterrados ao lado de um antigo dirigente do Estado Jin, conhecido por suas campanhas militares durante a dinastia dos Zhou do Oeste (1120-781 a.C.). Esses achados são anteriores aos famosos guerreiros terracota de Xi’an, descobertos na vizinha província de Shaanxi, que são 600 anos mais jovens.
A importância das descobertas fez com que os pesquisadores conseguissem um maior financiamento do governo, o que permitirá que os achados sejam reunidos em um museu, que deve abrir as portas na região em 2010. Com um investimento de 100 milhões de yuans (cerca de R$ 30 milhões), o museu conservará os bronzes e jades descobertos nas tumbas encontradas no local, segundo declarou à imprensa internacional um dos pesquisadores do instituto.
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