Tópico: Deputado é afastado da função de padre por defender uso da camisinha

[4 Ton Mantis]

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1018458-5598,00-DEPUTADO+E+AFASTADO+DA+FUNCAO+DE+PADRE+POR+DEFENDER+USO+DA+CAMISINHA.html


Na Paraíba, o deputado federal petista Luiz Couto, que também é padre, foi suspenso das funções de sacerdote. Ele é contra a discriminação de homossexuais e defende o uso de preservativos

A polêmica começou depois que as declarações do padre e deputado federal do PT, Luiz Couto, foram parar em um jornal do estado. O religioso defende o uso de preservativos, é contra o celibato dos padres e contra a discriminação de homossexuais.

O arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, não gostou da entrevista e suspendeu as funções do padre, que está proibido de celebrar missa, batizados e casamentos.

“Lamentavelmente, declarações sumárias e ambíguas a respeito do uso de preservativos, união de homossexuais são posições diametralmente contrárias à orientação oficial do Vaticano. Isso é intolerável”, disse o arcebispo.

O padre e parlamentar afirma que falou como político e não como religioso. E disse que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão.

“Eu vou continuar celebrando, posso celebrar na minha casa, com meus amigos, ou seja, o direito de celebrar, a ordem que eu recebi tem um caráter indelével, que ninguém pode tirar. Isso não significa nenhum combate aquilo que a Igreja tem na sua doutrina", afirma o padre e deputado.

A proibição é válida apenas para as 75 paróquias subordinadas ao arcebispo dom Aldo Pagotto. Para celebrar em outras igrejas, Couto poderá pedir permissão antes.

O arcebispo explica: o padre deputado pode voltar a exercer a função de sacerdote, desde que se retrate publicamente.

[Diego]

O Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, proibiu nesta quarta-feira que o deputado federal e padre Luiz Couto (PT-PB) exerça a função religiosa. A decisão foi tomada após uma reportagem publicada hoje no jornal "O Norte", da Paraíba, em que Couto defende abertamente o uso de camisinha.

Em entrevista ao jornal, Couto disse o uso de preservativos "é uma questão de saúde pública". O deputado, que é padre desde 1976, também tocou em questões delicadas para a Igreja Católica.

Disse que é preciso combater o preconceito e a discriminação contra homossexuais, defendeu o fim do celibato e, apesar de ser contrário ao aborto, disse que as mulheres que fazem devem receber o devido tratamento médico.

Em nota, o arcebispo da Paraíba disse que as declarações de Couto "provocam confusão entre os fiéis cristãos", além de contrariar a doutrina pregada pela Igreja Católica. Com a decisão, o padre fica impedido de celebrar missas no Estado.

A nota diz que Couto poderia voltar a exercer a função de padre caso faça uma retratação pública. O deputado federal, que está em seu segundo mandato na Câmara, celebra missas, casamentos e batizados na paróquia de São José Operário, em João Pessoa, nos fins de semana.

Procurado pela reportagem da Folha Online, o deputado não foi encontrado para se manifestar.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u509366.shtml

[Diegojaf]

Tópicos unidos.

[Diego]

Ops, não vi que estava duplicado.

Foi mal.

[Lua]

O arcebispo explica: o padre deputado pode voltar a exercer a função de sacerdote, desde que se retrate publicamente.

Retratação do deputado: Não usem camisinha; A igreja é contra o 'homossexualismo', que é uma abominação aos olhos de deus; Mulheres que abortarem estão perdidas aos olhos do senhor e não merecem tratamento; Sou completamente contra o celibato, uma vez que os padres devem viver exclusivamente para a igreja...

Isso, em linhas gerais, não ajuda politicamente. Mas até quando a igreja vai permanecer no século XVIII? Hoje algumas de suas proibições são necessárias à sociedade, como forma de preservá-la. E se a igreja não se adapta aos novos tempos, fatalmente perderá fiéis e verá seu rebanho reduzido em pouco tempo.

[Orbe]

Para início de conversa, sacerdotes nem deveriam poder concorrer em eleições para cargos públicos. Se o estado é laico o que um padre está fazendo no governo?

[Dbohr]

Não sei te dizer a justificativa jurídica exata, mas o padre é um cidadão como outro qualquer. Ele pode fazer um trabalho Legislativo tão bom quanto qualquer outra pessoa. Aliás, pelo teor da notícia eu diria que ele estava fazendo um trabalho muito bom...

Só não se surpreenda ele por não poder mais exercer função de sacerdote. Mais do que ninguém ele deveria saber da encrenca em que estava se metendo ao defender aquelas posições. Mas a perda da igreja é o nosso lucro, ou assim parece.

[Lua]

Para início de conversa, sacerdotes nem deveriam poder concorrer em eleições para cargos públicos. Se o estado é laico o que um padre está fazendo no governo?

Pastores também concorrem e ocupam cargos importantes no governo. Laicidade é um conceito bonito, sabemos que existe, o que significa, mas sua aplicabilidade é algo a se questionar...

Não sei te dizer a justificativa jurídica exata, mas o padre é um cidadão como outro qualquer. Ele pode fazer um trabalho Legislativo tão bom quanto qualquer outra pessoa. Aliás, pelo teor da notícia eu diria que ele estava fazendo um trabalho muito bom...

Só não se surpreenda ele por não poder mais exercer função de sacerdote. Mais do que ninguém ele deveria saber da encrenca em que estava se metendo ao defender aquelas posições. Mas a perda da igreja é o nosso lucro, ou assim parece.

Penso o mesmo, Dbohr. Considerando que ele, enquanto representante da sociedade, deixa suas crenças de lado para defender necessidades reais, ponto para nós. A igreja perde... Mas a igreja atualmente só tem a perder mantendo uma postura agressiva e tratando como invisíveis certos problemas que demandam solução em caráter urgente.

[O Grande Capanga]

Para início de conversa, sacerdotes nem deveriam poder concorrer em eleições para cargos públicos. Se o estado é laico o que um padre está fazendo no governo?

Mas a laicidade do estado não é sectaria com religiosos, certo?

[O Grande Capanga]

Não sei te dizer a justificativa jurídica exata, mas o padre é um cidadão como outro qualquer. Ele pode fazer um trabalho Legislativo tão bom quanto qualquer outra pessoa. Aliás, pelo teor da notícia eu diria que ele estava fazendo um trabalho muito bom...

Só não se surpreenda ele por não poder mais exercer função de sacerdote. Mais do que ninguém ele deveria saber da encrenca em que estava se metendo ao defender aquelas posições. Mas a perda da igreja é o nosso lucro, ou assim parece.

O que me irrita é gente que critica a atitude da igreja, como nesse caso. Como padre, ele tem obrigações para com a igreja e assim deveria segui-las. Ele não é obrigado a ser padre e se quiser continuar a ser, que se comporte como um. Os ideias que ele defende são contra os princípios da igreja (como ele sabe muito bem), e é óbvio essa retalhação.

Mas é claro que eu aprovo as atitudes desse padre e tô cagando pra que a igreja acha, se ela cai ou não retalhar, também não me importa.

[Lua]

26/02/2009 - 16h19
Avareza e idolatria ao dinheiro causaram quebra de bancos, diz Bento XVI

CIDADE DO VATICANO, 26 FEV (ANSA) - O papa Bento XVI afirmou nesta quinta-feira que a quebra de grandes bancos norte-americanos é uma consequência da "avareza humana e da idolatria ao dinheiro", e advertiu que a Igreja tem o dever de denunciar os problemas sociais e econômicos.

Ao discursar durante o tradicional encontro com o clero romano, no qual estiveram presentes cerca de 500 religiosos, o Pontífice disse que a avareza humana e a idolatria "escurecem o verdadeiro Deus".

Bento XVI afirmou que a Igreja "não apenas denuncia o mal, mas também mostra o caminho que leva à justiça, à caridade e à conversão dos corações".

Perguntado sobre a crise econômica internacional, o Papa observou que a Igreja "deve vigiar e denunciar os erros fundamentais que se demonstraram hoje com a quebra dos bancos norte-americanos".

O Papa sustentou que, em relação a este assunto, a Igreja deve dar respostas baseadas em "argumentos sérios e competentes", e não ditadas apenas pelo "moralismo".

Bento XVI disse também aos presentes que ele mesmo está refletindo sobre a crise enquanto prepara sua próxima encíclica, que priorizará temas sociais.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/ansa/2009/02/26/ult6817u1805.jhtm

Só eu acho a postura da igreja astutamente paradoxal? 

[Orbe]

Para início de conversa, sacerdotes nem deveriam poder concorrer em eleições para cargos públicos. Se o estado é laico o que um padre está fazendo no governo?

Mas a laicidade do estado não é sectaria com religiosos, certo?

Talvez fosse o caso também de não ser sectária com estrangeiros. Um japonês como presidente talvez melhorasse o Brasil.

E que tal o Fernandinho Beira-Mar, depois de cumprir sua pena, eleito deputado? 


Para mim, a participação de qualquer tipo de sacerdote em eleições para cargos públicos nos três poderes deveria ser proibida. 

[FxF]

Igreja deve dar respostas baseadas em "argumentos sérios e competentes", e não ditadas apenas pelo "moralismo".

Só eu acho a postura da igreja astutamente paradoxal? 

Ah pois é!

[Penny Lane]

O padre e parlamentar afirma que falou como político e não como religioso. E disse que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão.

Como isso? Quer dizer que de noite ele coloca uma peruca rosa e sai na rua com as pernas de fora, porque de dia ele é padre/parlamentar e a noite ele pode ser outra coisa? Que tipo de separação é essa que ele tá fazendo? As opiniões que ele tem enquanto padre diferem nas que são enquanto parlamentar?

[Mr. Mustard]

Bento XVI já divulgou a todos sua posição conservadora e isso não é nenhum mistério para ninguém, muito menos ao católicos. Ou este padre é uma alienado, ou usa batina para não ter que ir trabalhar (e usar caminha por aí...).

[O Grande Capanga]

Para início de conversa, sacerdotes nem deveriam poder concorrer em eleições para cargos públicos. Se o estado é laico o que um padre está fazendo no governo?

Mas a laicidade do estado não é sectaria com religiosos, certo?

Talvez fosse o caso também de não ser sectária com estrangeiros. Um japonês como presidente talvez melhorasse o Brasil.

E que tal o Fernandinho Beira-Mar, depois de cumprir sua pena, eleito deputado? 


Para mim, a participação de qualquer tipo de sacerdote em eleições para cargos públicos nos três poderes deveria ser proibida. 

Mas laicidade é separação de estado e religião...

O grande problema é quando políticos religiosos (padre, pastores e coisa do tipo) não respeitam a laicidade tentando colocar preceitos religiosos como coisa do estado (feriados, costumes, etc.). Fora isso, não há problemas. Mas se é para cortar o mal pela raiz, que assim seja; o problema é que nada impede que fiéis dos mais exaltados queiram seguir a mesma linha, daí, na minha opinião, vai dar no mesmo (religioso ou fiel na política).

[Unknown]

Para mim, a participação de qualquer tipo de sacerdote em eleições para cargos públicos nos três poderes deveria ser proibida.

Isso me deixou com uma dúvida. Alguém saberia dizer se em algum país do mundo é proibido que um sacerdote de qualquer religião assuma um cargo político?

[Lua]

Mas se é para cortar o mal pela raiz, que assim seja; o problema é que nada impede que fiéis dos mais exaltados queiram seguir a mesma linha, daí, na minha opinião, vai dar no mesmo (religioso ou fiel na política).

Não teria como fazer isso, Jack. Ao afirmar quais brasileiros são elegíveis, a CF não apresenta vedações de caráter discriminatório como religião, cor, raça, opção sexual. Basta que seja cidadão, esteja em gozo de seus direitos políticos, alistado no domicílio eleitoral e filiação partidária.

Vetar alguém de concorrer a cargo político unicamente por ser sacerdote de uma determinada religião seria impor restrição à um direito constitucional garantido, além de ofensa ao princípio da isonomia a nível de capacidade eleitoral passiva.

Não sou a favor de sacerdotes ocupando cargos políticos: invariavelmente, confundirão dogmas e valores religiosos com a noção de Estado e direitos individuais. Sem considerar que a postura de muitas religiões ainda é retrógrada em relação à evolução legislativa do país. Mas como você disse, Jack, a possibilidade de uma proibição não elidiria a presença de religiosos em cargos políticos, muitos dos quais adotam uma postura nociva ao interesse social em detrimento da liberdade de crença.

[Unknown]

Livre de punição, padre deputado diz ter renascido

De volta às funções sacerdotais, o deputado e padre Luiz Couto (PT-PB) diz se sentir como se tivesse renascido com o fim da suspensão imposta pelo arcebispo da Paraíba, Aldo Pagotto.

Luiz Couto celebra amanhã (27), na capital paraibana, a primeira missa desde que foi punido pelo bispo por ter se posicionado, em entrevista ao Congresso em Foco, contra o celibato e a discriminação dos homossexuais e a favor do uso de preservativo nas relações sexuais (leia mais).

“Foi como se tivesse nascido de novo, afinal celebrar a Eucaristia é para mim um momento de oxigenação, fortaleza, para continuar denunciando as injustiças, e motivação existencial”, afirmou o padre, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Luiz Couto estava proibido de celebrar missas, casamentos e batizados desde o dia 25 de fevereiro. Na última segunda-feira (23), o bispo revogou a punição após um encontro reservado com o padre na Cúria Metropolitana de João Pessoa. Desde então, os dois não haviam se manifestado sobre o assunto.

Um ato público promovido pela Frente de Solidariedade a Luiz Couto, movimento que reúne entidades e lideranças sociais de João Pessoa, está previsto para amanhã (27) e marcará a primeira missa a ser celebrada pelo sacerdote após o fim da suspensão.

Em nota divulgada à imprensa, o padre agradece ao apoio recebido de entidades, religiosos, políticos e de setores da imprensa desde que foi punido por expressar opiniões contrárias às defendidas pela cúpula do Vaticano. Agradece, inclusive, a Aldo Pagotto.

Luiz Couto, 65 anos, ordenou-se padre em 1976 e aproximou-se dos seguidores da Teologia da Libertação, corrente católica com influência marxista. Antes de chegar à Câmara, em 2003, foi deputado estadual duas vezes.

O deputado foi relator da CPI dos Grupos de Extermínio no Nordeste na legislatura passada. A CPI pediu o indiciamento de 320 pessoas, entre policiais, magistrados e politicos dos nove estados nordestinos. Desde o início do mês, Luiz Couto tem a proteção de policiais federais por causa da série de ameaças de morte que vinha recebendo (leia mais).

Leia a íntegra da nota divulgada pelo padre:

"Logo que recebi a notícia da suspensão do ato que impedia o exercício de minhas funções sacerdotais, senti uma grande alegria. Foi como se tivesse nascido de novo, afinal celebrar a Eucaristia é para mim um momento de oxigenação, fortaleza, para continuar denunciando as injustiças, e motivação existencial. É a renovação da comunhão com Deus, com a Igreja e com o povo.

Repito o que disse o salmista no capítulo 63, versículo 2: 'Ó Deus, tu és o meu Deus, por ti madrugo. Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra seca, esgotada e sem água'.

Aproveito para compartilhar este meu contentamento e, particularmente, para agradecer as entidades, a imprensa, aos políticos, religiosos e religiosas, sacerdotes, bispos e leigos, enfim, a todos os irmãos e irmãs da Paraíba, do Brasil e do mundo que compreenderam a necessidade que tenho de continuar minha luta em defesa dos Direitos Humanos e dos excluídos da sociedade. 

Agradeço também ao arcebispo Dom Aldo Pagotto, ao Padre Luis Antônio, ao Dr. João Ricardo, ao Conselho Presbiteral e a maioria dos padres da nossa arquidiocese que através do diálogo franco, fraterno, solidário e transparente praticaram gestos que me devolveram o real sentido de vivência com a Igreja e com o povo.

Muitíssimo obrigado a todos e todas,

Padre Deputado Luiz Couto."

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=27600

[Stéfano]

Apesar disso, se observarem o site do Padre/Deputado, verão que a função dele lá não é exatamente laica...