EUA apontam violações dos direitos humanos no mundo e em casaAlém de apontar os países onde a situação dos direitos humanos se deteriorou, os Estados Unidos prometeram considerar as preocupações mundiais envolvendo seus próprios problemas em relação a esse tema, no relatório anual do Departamento de Estado americano sobre os direitos humanos, divulgado nesta quarta-feira.
"Não buscaremos apenas viver de acordo com nossos ideais em território americano, perseguiremos também mais respeito pelos direitos humanos em outras nações, para todos os povos do mundo", afirma a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, no prefácio do relatório.
O estudo sobre a situação dos direitos humanos ao redor do mundo destaca quadros preocupantes, em países como Coréia do Norte, China, Zimbábue, Rússia e outros países da ex-União Soviética.
O texto classifica como um "retrocesso" a situação em alguns países, onde os governos ignoraram as exigências do povo por mais liberdade individual e política, explicando que as violações mais graves tendem a acontecer em locais sem uma liderança unificada ou imersos em um caos administrativo.
"Juntas, estas três tendências confirmam a necessidade contínua de uma diplomacia vigorosa por parte dos Estados Unidos, que deve se colocar e agir contra as violações dos direitos humanos - ao mesmo tempo em que revê sua própria situação", pondera o relatório.
Em uma surpreendente introdução, o documento fala sobre as preocupações internacionais em relação à situação dos direitos humanos nos EUA, aludindo a denúncias de tortura e abusos cometidos contra prisioneiros como parte da chamada "guerra ao terror".
"Enquanto publicamos este relatório, o departamento de Estado se mantém consciente das atenções sobre o registro doméstico e internacional dos Estados Unidos", afirma.
"Como o presidente (Barack) Obama deixou claro, 'nós rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais'".
O relatório informa que não considera outros pontos de vista sobre a situação dos direitos humanos nos Estados Unidos como uma interferência em seus assuntos internos, da mesma maneira que "nenhum outro governo deve considerar opiniões sobre sua situação como tal".
"Nós, como todas as outras nações soberanas, temos o dever internacional de respeitar os direitos humanos universais e a liberdade de nossos cidadãos, e é responsabilidade de outros falarem, se acreditarem que este dever não está sendo cumprido".
O documento pinta um cenário preocupante sobre as condições de violação dos direitos humanos ao redor do mundo, principalmente em países que costumam aparecer no relatório anual.
A Rússia, por exemplo, "segue sua trajetória negativa, em sua situação doméstica dos direitos humanos, com inúmeros registros de problemas de ordem governamental e social e abusos ao longo de todo o ano".
"Em comparação com o ano anterior, houve em Cuba um aumento da supressão da liberdade de expressão e de associação", aponta o texto.
"Na Venezuela, a comunidade de organizações não governamentais advertiu sobre uma erosão dos direitos democráticos e dos direitos humanos, com conseqüências potencialmente severas", acrescenta.
A descrição da situação na Coréia do Norte, por sua vez, se baseia em "informes sobre execuções extrajudiciais, desaparecimentos e detenções arbitrárias, incluindo de prisioneiros políticos".
O histórico da China "se manteve pobre e piorou em algumas áreas", avalia o texto, explicando que as autoridades "cometeram execuções extrajudiciais e tortura, obtiveram confissões de prisioneiros mediante coação e trabalhos forçados".
O Irã, por sua vez, "intensificou sua campanha sistemática de intimidação contra reformistas, acadêmicos, jornalistas e dissidentes através de prisões arbitrárias, tortura e julgamentos secretos que ocasionalmente terminam em execuções", segundo o departamento de Estado.
O Egito, aliado próximo dos Estados Unidos, permite "sérios" abusos dos direitos humanos, incluindo tortura e censura, indica o relatório.
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090225/mundo/eua_dh_3
EUA prometem melhorias na política de direitos humanosO Governo dos Estados Unidos se comprometeu hoje a melhorar sua política de direitos humanos em solo americano, depois de divulgar algumas das críticas que recebeu da comunidade internacional.
"O Governo dos EUA continuará escutando e respondendo sem rodeios as preocupações sobre nossas próprias práticas", assegurou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na introdução do "Relatório sobre a Situação dos Direitos Humanos no Mundo", publicado hoje.
O Departamento de Estado americano apresenta anualmente ao Congresso este documento, no qual analisa a situação dos direitos humanos no mundo e que serve para marcar a pauta de sua política externa.
"A promoção dos direitos humanos é uma peça essencial em nossa política externa", afirmou Hillary, que assegurou que as leis, as políticas e as práticas dos Estados Unidos nesta matéria "evoluíram consideravelmente nos últimos anos e isso continuará acontecendo".
A secretária de Estado americana citou como exemplo o decreto assinado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em 22 de janeiro, dois dias após assumir o cargo, ordenando o fechamento da prisão de Guantánamo.
"Nós e outras nações soberanas temos a obrigação com a comunidade internacional de respeitar os direitos humanos e as liberdades universais de nossos cidadãos, e a responsabilidade de denunciar quando acreditamos que isso não está acontecendo ", disse Hillary.
Os Estados Unidos iniciaram uma etapa de revisão de sua política internacional em relação a algumas regiões do mundo, o que levou a chefe da diplomacia americana iniciar uma série de viagens internacionais para estabelecer novos laços.
http://br.noticias.yahoo.com/s/25022009/40/mundo-eua-prometem-melhorias-na-politica.html
EUA criticam direitos humanos em Cuba e VenezuelaO Governo dos Estados Unidos criticou hoje países como Venezuela, Cuba e Nicarágua em seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo, mas destacou avanços em outros como Colômbia e Guatemala.
No documento, divulgado hoje pelo Departamento de Estado, o Governo denuncia que, em Cuba, aumentou a repressão à liberdade de expressão e associação, enquanto na Venezuela há uma "deterioração" dos direitos democráticos e humanos.
Grande parte do amplo relatório entregue hoje ao Congresso é dedicada à América Latina e ao Caribe, onde em alguns países foram registradas, segundo os EUA, ameaças à liberdade de imprensa, intimidações, fraude e violência em certos processos eleitorais, e o uso de referendos constitucionais para enfraquecer a liberdade democrática.
De modo geral, o Governo americano acha que as instituições eleitorais na região mantiveram a independência e o rigor adquiridos nos últimos anos, já que vários processos, como as eleições presidenciais no Paraguai, as primárias em Honduras e os referendos na Bolívia e no Equador transcorreram de maneira livre e justa.
No entanto, houve exceções no caso da Nicarágua, onde os pleitos municipais estiveram "infestados de fraude generalizada, intimidação e violência", enquanto na Venezuela quase 300 candidatos, a maioria da oposição, foram impedidos de disputar a eleição devido a infrações administrativas.
Em alguns casos, acrescenta os EUA, Governos da região usaram processos democráticos, como referendos constitucionais, para assegurar "políticas que ameaçavam enfraquecer as liberdades e instituições democráticas, reduzir os controles ou se consolidarem no Poder Executivo".
Sobre o Equador, o Departamento de Estado destaca que a nova Constituição obriga a imprensa a emitir programas governamentais, o que gera preocupações sobre a liberdade de expressão e de imprensa.
O relatório também menciona a Venezuela, onde foram aprovadas leis com aspectos de outras rejeitadas no plebiscito de 2007.
O Governo também constata "ameaças" à liberdade de imprensa, principalmente na Venezuela e na Nicarágua.
Por sua vez, a Bolívia, "de modo geral", respeitou a liberdade de imprensa, mas continuou mantendo uma relação "antagônica" com os meios de comunicação.
Em relação a Cuba, os EUA constataram que no ano passado foi intensificado o assédio a dissidentes do regime, o que aumentou o número de detenções por períodos curtos e sem apresentação de acusações para "intimidar" ativistas e impedir que eles se organizem.
Por outro lado, o Departamento de Estado avaliou a os esforços do Governo colombiano por melhorar o respeito aos direitos humanos, e destaca que os assassinatos e sequestros diminuíram em 2008.
Apesar disso, adverte, "persistem vários problemas sociais e abusos governamentais de direitos humanos".
Os EUA também elogiaram a Guatemala pelos esforços para melhorar a situação dos direitos humanos, mas destaca a violência, a impunidade e a corrupção que ainda assolam o país.
http://br.noticias.yahoo.com/s/25022009/40/mundo-eua-criticam-direitos-humanos-cuba.html
EUA criticam China e Rússia em relatório sobre direitos humanosOs Estados Unidos criticaram a China nesta quarta-feira em seu relatório anual sobre os direitos humanos, uma semana após a secretária de Estado, Hillary Clinton, ter minimizado preocupações sobre direitos humanos durante visita a Pequim. O relatório do Departamento de Estado citou o Brasil e apontou problemas da polícia, incluindo casos de "abuso" e "tortura".
O documento também analisou a Rússia, dizendo que as liberdades civis no país estão "sob cerco" e que a guerra com a Geórgia, em agosto do ano passado, causou grandes baixas civis.
Em uma análise dos direitos humanos em mais de 190 países em 2008, o Departamento de Estado criticou muitos de seus alvos usuais, incluindo Paquistão, Afeganistão, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Iraque, Sudão, Somália, Mianmar e Zimbábue.
"Os abusos aos direitos humanos mais sérios tendem a ocorrer em países onde governantes têm poderes incontroláveis ou onde há falha ou colapso do governo, muitas vezes causados ou agravados por conflitos internos ou externos", disse o relatório anual, que regularmente causa revolta de governos alvos de críticas.
O relatório abrange o último ano do governo do ex-presidente George W. Bush, criticado por seu histórico de direitos humanos, incluindo métodos interrogatórios usados em detentos e a prisão de Guantánamo.
O novo presidente dos EUA, Barack Obama, determinou o fechamento de Guantánamo em até um ano e adotou uma linha mais dura contra possíveis torturas de suspeitos de terrorismo. Hillary apoiou a nova política no início do relatório.
"O estímulo aos direitos humanos é uma peça essencial da nossa política externa", ela disse. "Não somente tentaremos viver nossos ideais em solo norte-americano, mas seguiremos em busca de um respeito maior aos direitos humanos enquanto nos envolvemos com outros países e povos pelo mundo".
O histórico de respeito aos direitos humanos na China "segue ruim e piorou em algumas áreas", de acordo com o relatório.
"O governo chinês aumentou a detenção e perseguição a dissidentes, peticionários, defensores de direitos humanos e advogados de defesa", disse o documento. "Outras violações sérias dos direitos humanos incluem execuções extrajudiciais, tortura e confissões coagidas de detentos, e o uso de trabalho forçado."
Há anos os Estados Unidos têm acusado a China de violações dos direitos humanos e pressiona Pequim a conceder maior autonomia ao Tibete, mas em sua visita na semana passada, Hillary disse que os esforços conjuntos em aliviar a crise econômica mundial, combater as mudanças climáticas e frear as ambições nucleares da Coreia do Norte foram as prioridades.
Grupos de direitos humanos criticaram a postura de Hillary, enfraquecendo os argumentos dos EUA sobre direitos humanos.
O relatório citou o Brasil, destacando força excessiva e abuso da polícia, falta de treinamento e aparelhamento e a ligação de policiais com esquadrões da morte e milícias.
"Em vários casos, policiais usaram de força letal indiscriminada durante detenções. Em alguns casos, civis morreram após tortura de policiais", disse o documento. "Em outros casos, os policiais se comportaram como criminosos."
O documento apontou chacinas em cidades brasileiras, além de criticar as condições dos presídios, a tortura de detentos e o sistema judiciário do país, classificando-o de "ineficiente, e, muitas vezes, alvo de intimidação e de influências políticas e econômicas".
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/090225/mundo/mundo_eua_relatorio_direitos_1