Autor Tópico: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês  (Lida 1186 vezes)

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Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês

HAIA - A Corte Penal Internacional (CPI) emitiu nesta quarta-feira uma ordem de prisão contra o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur, anunciou a porta-voz Laurence Blairon. O conselho de três juízes considerou que não existem provas suficientes para acusar al-Bashir pelo crime de genocídio.


Homem protesta contra al-Bashir em frente à Corte Internacional

"Ele é suspeito de ser criminalmente responsável por intencionalmente dirigir ataques contra uma importante parte da população civil de Darfur, no Sudão, matando, exterminando, estuprando, torturando, forçando a transferência de um grande número de civis e roubando propriedades", afirmou a porta-voz.

O pedido de prisão para al-Bashir foi feito em 14 de julho de 2008 pelo promotor da CPI, Luis Moreno Ocampo, incluindo dez acusações de homicídio, crimes de guerra e contra a humanidade. A ONU estima que cerca de 300 mil pessoas morreram e 2,7 milhões tiveram que abandonar suas casas por causa do conflito na região, que já dura seis anos.

O promotor disse a jornalistas em Haia nesta terça-feira que tinha provas contundentes e mais de 30 testemunhas dispostas a depor contra o presidente sudanês.

A CPI é a única corte permanente competente para julgar crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. Esta é a primeira ordem de prisão contra um chefe de Estado desde que o tribunal começou a funcionar, em 2002.


Presidente minimizou importância da Corte

O Sudão já sinalizou que não pretende respeitar as determinações da CPI. Na terça-feira, véspera do anúncio, al-Bashir minimizou a importância da Corte, durante a inauguração de uma obra. "Vamos deixar que divulguem uma resolução, ou duas, ou dez. Não nos importa", afirmou o governante.

"As resoluções têm como alvo o Sudão, sua estabilidade e sua segurança. Nossa resposta será fazer mais obras no sul e no norte do país", acrescentou.

Além disso, Bashir, que nega as acusações, disse durante a inauguração de uma usina hidroelétrica em Merowe, no norte do país, que o tribunal em Haia, na Holanda, poderia "comer" o mandado de prisão.

O chefe de Estado afirmou que o mandado "não vale a tinta com que foi escrito" e dançou para milhares de partidários, que queimaram uma imagem do promotor-chefe do tribunal, Luis Moreno Ocampo.

Um correspondente da BBC na capital sudanesa, Cartum, Peter Martell, disse que o clima na cidade era tenso antes do anúncio da decisão judicial.


Manifestantes protestam em apoio ao presidente Sudanês al-Bashir

Segundo Martell, há expectativa de um forte esquema de segurança e da realização de manifestações pró-Bashir. O correspondente afirma que há também, entretanto, um forte sentimento na cidade - embora raramente manifestado abertamente - de apoio ao indiciamento.

A CPI já emitiu dois mandados de prisão, em 2007, contra o ministro sudanês para Assuntos Humanitários, Ahmed Haroun, e o líder da milícia Janjaweed, Ali Abdul Rahman. O Sudão se recusou a cumpri-los.

O tribunal em Haia também trabalha para indiciar três comandantes rebeldes de Darfur acusados da morte de cerca de dez soldados de paz da União Africana.

Veja vídeo: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/03/04/corte+penal+internacional+emite+ordem+de+prisao+contra+presidente+sudanes+4482929.html
« Última modificação: 11 de Dezembro de 2010, 21:23:04 por Unknown »

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Offline Barata Tenno

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #1 Online: 05 de Março de 2009, 05:15:13 »
Quem vai cumprir os mandatos?A Onu?
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Offline Mr. Mustard

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #2 Online: 05 de Março de 2009, 14:50:27 »
Bom, quandos os números de assassinatos ficarem próximos aos de Ruanda, quem sabe...

Offline Orbe

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #3 Online: 05 de Março de 2009, 15:21:53 »
Quem vai cumprir os mandatos?A Onu?

Depende. Se o poderio militar sudanês for pequeno, a ONU vai lá botar banca. Se for médio ou grande, a ONU põe o rabinho entre as pernas e espera os EUA ou a Inglaterra fazerem o serviço.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Pregador

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #4 Online: 05 de Março de 2009, 15:35:40 »
Não é bem assim. Depende tudo se o Sudão é signatário ou não do Tratado de Roma que criou o Tribunal. Se o Sudão se sujeita a jurisdição do TPI e se a Constituição do Sudão permite que o presidente da República seja entregue ao Tribunal, aí sim ele seria julgado. Do contrário não. A ONU não pode invadir o país para cumprir uma ordem do TPI.
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Offline André Luiz

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #5 Online: 05 de Março de 2009, 15:38:28 »
Se fossem brancos se matando nos Balcãs ja teria por la uma bela força de intervençao

Offline Unknown

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #6 Online: 05 de Março de 2009, 18:44:09 »
Desertor sudanês diz que recebia ordens para estuprar meninas

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu nesta terça-feira um mandado de prisão contra o presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur.

O governo sudanês sempre disse que as acusações são políticas, mas um ex-integrante das Forças Armadas do país, que serviu em Darfur, contou sua história ao repórter da BBC, Mike Thomson. Leia a seguir:

Khalid (não é o seu verdadeiro nome), um homem educado e de fala suave de Darfur, parece relutante em conversar sobre o passado. O motivo fica claro logo.

"As ordens que nos deram eram para queimar totalmente os vilarejos", diz o ex-soldado. "Nós tivemos até que colocar veneno na água dos poços. Nós também recebemos ordens para matar todas as mulheres e estuprar meninas com menos de 13 e 14 anos."

Khalid, um negro africano, conta que foi recrutado à força pelo Exército sudanês do presidente Omar Al-Bashir no final de 2002.

Ele vivia com vários outros homens originários da mesma região que foram levados para o quartel de seu regimento perto da cidade de Fasher, no noroeste de Darfur.

O desertor admite que participou de sete ataques diferentes a vilarejos em Darfur com a ajuda da milícia Janjaweed.

O primeiro foi na área de Korma, em dezembro de 2002, meses antes de o conflito em Darfur ter começado oficialmente.

Khalid diz que relutou muito em colocar em prática as ordens que recebeu. "Quando eles me pediram para estuprar uma menina, eu fiquei parado na frente dela", diz o sudanês.

"Vieram-me lágrimas aos olhos. Eles disseram: 'Você tem que estuprá-la. Se você não fizer isso, vamos bater em você'. Eu hesitei e eles me golpearam com a ponta do fuzil."

"Mas quando eu me aproximei da menina, eu não consegui", afirma. "Eu a levei para um canto, deitei sobre ela como se estivesse estuprando durante dez ou 15 minutos."

"Depois, eu me levantei e fui embora. Eles perguntaram: 'Você a estuprou?' Eu disse: 'Sim.'"

Khalid contou que, logo depois disso, ele e outros soldados voltaram para a base.

Quando eles chegaram lá, ele recebeu a ordem de participar de outra patrulha imediatamente. Khalid se recusou a fazer isso, apanhou e foi torturado. O sudanês sofreu queimaduras nas costas e nas pernas.

Khalid passou cinco semanas em um hospital militar por causa dos ferimentos, mas diz que não demorou muito para que chegasse uma ordem para que participasse de outros ataques brutais a vilarejos em Darfur.

Eu perguntei a ele que instruções recebeu em relação a civis desarmados que não resistiam a ataques.

"Eles nos disseram para não deixarmos ninguém (para trás), para matar todos."

"Até as crianças, se deixadas nas cabanas, tínhamos que matá-las", contou o desertor. "As pessoas choravam, corriam de suas cabanas. Várias não podiam levar todas as crianças. Se possuíam mais de duas, tinham que deixá-las para trás. Se você as visse, teria que atirar para matar."

A sangue frio

Khalid insiste que sempre atirou por cima das cabeças de civis e que não matou ninguém, apesar das ordens que recebeu.

Ele afirma que conseguia fazer isso sem que seus colegas percebessem, mas admite que não podia evitar cumprir as ordens de incendiar as casas das pessoas.

O conflito de seis anos gerou mais de 2 milhões de refugiados.

"Eu fiz parte disso", ele admite. "Eles me forçaram, não tive escolha. Se você não fizesse, eles te matavam."

"Dois dos meus colegas se recusaram e foram baleados e mortos", acrescenta.

Eu perguntei a ele como os oficiais sudaneses justificavam matar civis não armados a sangue frio. Como eles explicavam a necessidade de massacrar mulheres, bebês e crianças?

Ele respondeu: "Eles diziam que eram essas pessoas que levavam comida e água para os rebeldes. E diziam que se matássemos essas pessoas e incendiássemos suas casas, os rebeldes não teriam suprimentos e seriam obrigados a se mudar para países vizinhos."

Perto das lágrimas

Khalid, que em alguns momentos parecia estar perto de chorar, desertou do Exército em 2003 e deixou o país.

Ele fala que talvez jamais seja capaz de retornar agora que resolveu contar sua história.

Mas eu pergunto se, caso ele volte, algum dia será perdoado por sua gente por participar desses ataques, mesmo que tenha sido forçado a fazê-lo.

"Até agora, eles não teriam como saber que eu participei", conta. "Eles só saberão que eu me tornei um soldado, mas não que papel eu tive no conflito. Nem minha família sabe onde estou."

Nos últimos seis anos, estima-se que cerca de 300 mil pessoas tenham sido mortas no conflito em Darfur, e outras 2,5 milhões foram forçadas a deixar suas casas.

O presidente Omar Al-Bashir e o governo sudanês sempre negaram que o Exército do país tivesse cometido atrocidades na região ou contratado a milícia Janjaweed.

Eles repetiram essa declaração de maneira firme quando o promotor-chefe do Tribunal Penal Internernacional, Luis Moreno Ocampo, anunciou que estava pedindo um mandado de prisão para o presidente, no ano passado.

Mas um Khalid bastante nervoso, com medo que oficiais do tribunal possam estar atrás dele em breve, diz que não tem dúvidas sobre quem é o responsável pelo sofrimento em Darfur.

"Omar Al-Bashir é o responsável", afirma. "Ele é o primeiro responsável pelo genocídio, pela matança das crianças, por tudo. Ele nunca deveria dizer que não matou e que não sabe."

"Se você é o chefe do país, então se torna responsável por quaisquer crimes cometidos por seus soldados. Bashir fez todas essas coisas", completou.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090304_depoimentodarfur.shtml

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #7 Online: 26 de Março de 2009, 20:01:30 »
Sudão afirma estar disposto a receber novas organizações humanitárias

O Ministério de Assuntos Exteriores do Sudão afirmou nesta quinta-feira que o país está disposto a receber "novos parceiros" humanitários para substituir as ONGs expulsas da região de Darfur, informou a agência oficial líbia "Jana".
Em comunicado divulgado pelo chanceler sudanês, Deng Alor, que chegou hoje à Líbia junto com o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, o governo de Cartum "está disposto a acolher novos parceiros, segundo o acordo entre Sudão e Nações Unidas".

O comunicado não explicita os detalhes desse acordo, nem as organizações humanitárias às quais se refere, tampouco de quais países viriam as mesmas.

Após a ordem de detenção emitida contra o presidente do Sudão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) no último dia 4, Cartum expulsou 13 organizações humanitárias internacionais que trabalhavam na região de Darfur.

Bashir, que chegou nesta quinta-feira à cidade líbia de Syrte em sua terceira viagem ao exterior desde a decisão do TPI, foi recebido pelo líder líbio Muammar Kadafi, atual ocupante da presidência rotativa da União Africana (UA).

Segundo comunicado divulgado pela agência "Jana", Bashir e Kadafi concordaram em "trabalhar juntos para preencher o vazio" humanitário existente em Darfur.

A ONU diz que 300 mil pessoas já morreram em decorrência do conflito em Darfur, que começou em 2003 e deixou 2,7 milhões pessoas deslocadas e refugiadas até o momento.

Ainda de acordo com o texto, os dois dirigentes expressaram seu "apoio ao diálogo político de Doha" entre o governo sudanês e os movimentos rebeldes da região ocidental do país.

Bashir foi recebido em Syrte pelo primeiro-ministro líbio, Al Baghdadi Ali Al-Mahmudi. A Líbia é mais uma etapa de uma viagem do presidente sudanês por países da região, como Eritréia e Egito. Nenhuma dessas nações é signatária do tratado que estabeleceu a criação do TPI.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/03/26/sudao+afirma+estar+disposto+a+receber+novas+organizacoes+humanitarias+5095935.html


Sudão acusa EUA de matar 800 pessoas em bombardeios aéreos

O governo sudanês denunciou nesta quinta-feira que pelo menos 800 pessoas, entre elas 200 sudaneses, morreram em vários bombardeios aéreos feitos pelos Estados Unidos entre janeiro e março, em uma região de fronteira do Sudão com o Egito.

Em entrevista coletiva, o ministro dos Transportes sudanês, Mabruk Mubarak Salim, declarou que os ataques aéreos foram lançados contra comboios de traficantes de armas na região de Al Halaib, disputada entre Sudão e Egito.

Segundo Salim, além dos 200 sudaneses, as outras vítimas eram etíopes e eritreus.

"Desde janeiro, aviões americanos fizeram uma série de ataques contra caravanas de traficantes na zona fronteiriça na qual estes atuam devido à deterioração das condições de vida destes lugares", disse o ministro.

No entanto, Salim não confirmou nem desmentiu as informações divulgadas por outros veículos de imprensa internacionais as quais indicam que as armas transportadas em tais comboios tinham como destino final os territórios palestinos.

Segundo o ministro - que não explicou as razões pelas quais o governo de Cartum demorou tanto para dar esta informação -, cerca de 40 veículos foram destruídos durante os ataques.

A denúncia só foi confirmada pelo ministro dos Transportes sudanês e não foi contestada de forma independente. As organizações internacionais que operam no Sudão também não a comentaram.

Segundo a rede de televisão americana "CBS", o ataque contra o comboio foi feito por aviões israelenses.

Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse à agência Efe que não tinha comentários sobre o assunto.

Israel não costuma confirmar nem desmentir ações de caráter ofensivo em território de outros países, tanto as realizadas por seu Exército quanto pelos serviços secretos.

Pedido de prisão

O anúncio vindo de Cartum ocorre enquanto o presidente sudanês, Omar al-Bashir, sofre pressões da comunidade internacional por seu papel no conflito da região de Darfur, que já deixou cerca de 300 mil mortos desde seu início em 2003.

No último dia 4, o Tribunal Penal Internacional (TPI) ordenou a detenção de Bashir por crimes de guerra e de lesa-humanidade.

Desde então, Bashir tem declarado que nações como os EUA e Israel não recebem o mesmo tratamento do TPI por sua vinculação, respectivamente, com a guerra do Iraque e com os ataques contra os palestinos.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/03/26/sudao+acusa+eua+de+matar+800+pessoas+em+bombardeios+aereos+5084135.html

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #8 Online: 13 de Maio de 2009, 03:24:47 »
Em entrevista à BBC, líder sudanês minimiza mortes em Darfur

Em entrevista exclusiva à BBC, o presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, afirmou que o número de pessoas que já morreram no conflito em Darfur é "menos de um décimo do que tem sido dito".

Falando no programa HardTalk, do canal de TV BBC World, Bashir disse que a cifra de 300 mil mortos no conflito na região no oeste sudanês, estimada pela ONU, foi inventada e é parte de uma campanha contra o seu governo.

O presidente sudanês também disse que as acusações são uma tentativa neocolonialista de se apropriar do Sudão.

Essa foi a primeira entrevista do líder sudanês a um canal de TV desde que o Tribunal Criminal Internacional emitiu um mandato de prisão contra ele, em 4 de março, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

"Insurgência"

Bashir também voltar a negar as alegações feitas pela ONU e pela comunidade internacional de que seus militares tenham cometido crimes contra a população civil de Darfur.

"Desafio qualquer um a me mostrar evidência provando que o Exército sudanês atacou e matou civis em Darfur."

Para Bashir, os relatos sobre a região de Darfur não seriam verdadeiros e que o que ocorre na região "é uma insurgência. O Estado tem a responsabilidade de combater os rebeldes".

"Nunca combatemos ou matamos nossos cidadãos", completou.

O conflito em Darfur - região pouco desenvolvida, mas rica em petróleo no oeste sudanês - começou no início de 2003, quando milícias árabes e tropas do governo lançaram violentas campanhas contra grupos rebeldes negros.

Além dos cerca de 300 mil mortos, a ONU calcula que mais de dois milhões de pessoas tenham sido obrigadas a deixar suas casas em Darfur nesses seis anos.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090512_sudan_rc.shtml

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #9 Online: 11 de Dezembro de 2010, 21:24:45 »
Partido sudanês defende separação entre norte e sul

O partido governista do sul do Sudão (SPLM) apoiou publicamente, pela primeira vez, a independência para a região, que será objeto de referendo no próximo mês.

A declaração contrasta com os termos de um acordo de paz de 2005, que pôs fim a décadas de guerra civil com o norte do país.

Segundo os termos do acordo, o SPLM e o partido governista do norte, NCP, concordavam em buscar a unidade. Mas Anne Itto, uma membro sênior do SPLM, disse neste sábado que as ações do NCP faziam com que a unidade parecesse “pouco atraente”. Por isso, instou os sulistas a votar em favor da independência.

O norte é habitado pela maioria da população muçulmana sunita, enquanto os cristãos se concentram no sul e na capital Cartum.

O correspondente da BBC em Cartum James Copnall relata que a aprovação da divisão do país tem ganhado força e que pouco foi feito pelos dos partidos para buscar de fato uma união.

As tensões crescem à medida que o referendo de janeiro se aproxima, com o SPLM acusando o norte por diversos ataques em pequena escala no sul. Os militares do norte negam as acusações.

Itto disse que não houve nenhum progresso nas recentes negociações entre os dois partidos.

“Tivemos diversas reuniões sem resultados. Nem em segurança, em tratados internacionais, em finanças, em recursos naturais, nem mesmo em cidadania”, disse a jornalistas.

Balanço de forças

Em paralelo, a organização do referendo disse que está em curso uma campanha para dinamitar o processo, criando “confusão” com alegações de problemas na votação.

Em Darfur, no oeste do país, o temor é que a divisão do país resulte em mais violência na empobrecida e conflituosa região.

Caso se confirme a separação do sul, o balanço de forças no Sudão deverá ser drasticamente alterado. Em um país substancialmente menor, a importância relativa dos rebeldes de Darfur - acusados de genocídio - deverá crescer.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/12/101211_sudao_referendo_pai.shtml

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Offline Geotecton

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #10 Online: 12 de Dezembro de 2010, 01:04:46 »
Partido sudanês defende separação entre norte e sul
[...]
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/12/101211_sudao_referendo_pai.shtml

Querem separar o "Nada" do "Coisa Alguma".
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Re:Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #11 Online: 01 de Março de 2012, 11:17:20 »
Esperança faz com que refugiados retornem para Darfur

Mais de 100 moradores da conflituosa região do Sudão deixaram acampamentos onde estavam há quase uma década para voltar para casa

Em toda Darfur, mais de 100 mil pessoas deixaram os acampamentos onde se refugiaram há quase uma década e voltaram para suas aldeias ao longo do ano passado, o maior retorno de pessoas deslocadas desde o início da guerra em 2003 e um sinal de que um dos conflitos mais famosos do mundo pode ter, decisivamente, diminuído.

Os milhões de civis que fugiram para os campos, deixando para trás casas muitas vezes reduzidas a cinzas por assaltantes armados, estão entre um dos legados mais inesquecíveis do conflito em Darfur, transformando a paisagem rural em uma coleção de favelas improvisadas.

E embora as milhares de pessoas que estão voltando para casa sejam apenas uma pequena fração do total da população deslocada de Darfur, elas estão fazendo isso voluntariamente, de acordo com os oficiais da Organização das Nações Unidas, oferecendo um dos sinais mais concretos de esperança que essa região do Sudão presenciou nos últimos anos.

"É incrível", disse Dysane Dorani, chefe da missão de paz da ONU para o setor ocidental de Darfur. "As pessoas estão se unindo. Isso me lembra o Líbano após a guerra civil."

Cidade fantasma

Se alguma vez existiu uma cidade fantasma nesse país, tratava-se da aldeia de Nyuru. Localizada em uma colina na região oeste de Darfur, foi ali que inúmeras pessoas foram mortas a tiros por homens a cavalo ou apunhaladas com pequenas facas quando essa região do Sudão começou a sofrer com um constante derramamento de sangue em 2003. Depois disso, todo mundo fugiu e permaneceu longe por muitos anos.

Mas em uma manhã recentemente, milhares de moradores de Nyuru estavam de volta em sua terra fazendo todas as coisas que costumavam fazer, lavando roupa, fazendo tranças em seus cabelos, peneirando grãos e preparando uma festa conjunta de agricultores e nômades.

As vítimas e os ex-agressores viriam se sentar lado a lado, alguns juntos pela primeira vez desde que a guerra eclodiu, compartilhando pratos de macarrão e milho - e até mesmo eventualmente uma dança - como um gesto informal de reconciliação.

Mas, claro, nem tudo está bem em Darfur.

Mais de 2 milhões de pessoas ainda permanecem presas em deslocamento interno ou acampamentos para refugiados em outros países. Alguns grupos rebeldes ainda continuam na ativa. Mas as pessoas que foram vitimadas e traumatizadas estão percebendo uma mudança no ar e agindo de acordo com ela, arriscando suas vidas e as vidas de seus filhos ao deixar a relativa segurança dos acampamentos e aventurar-se de volta para onde seus entes queridos foram mortos.

Abdallah Mohamed Abubakir, um agricultor, recentemente também trouxe sua família de volta para Nyuru. "As coisas não estão perfeitas ainda, mas estão ficando cada vez melhores", contou.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/esperanca-faz-com-que-refugiados-retornem-para-darfur/n1597656212542.html

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Offline LaraAS

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Re: Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #12 Online: 02 de Março de 2012, 02:02:54 »
Não é bem assim. Depende tudo se o Sudão é signatário ou não do Tratado de Roma que criou o Tribunal. Se o Sudão se sujeita a jurisdição do TPI e se a Constituição do Sudão permite que o presidente da República seja entregue ao Tribunal, aí sim ele seria julgado. Do contrário não. A ONU não pode invadir o país para cumprir uma ordem do TPI.

          Não seja ingênuo, não é assim que as coisas funcionam. O que importa é que se o ditador foi vencido ou militarmente ou por um golpe de estado de cúpula (que pode perfeitamente ser do bem) ou por um insurreição de base militar com desearquização do exército e posterior reeraquização com controle ideologico novo e nesses casos não há necessidade de ele ser julgado na Corte Penal Internacional porque o próprio país o julga e se a situação do próprio país não permite que ele seja julgado, tampouco permite que ele seja entregue voluntariamente para a corte penal internacional por esse país.
           Para não exagerar no cinismo, é verdade que às veces a derrota na disputa da comunicação social também pode ajudar a que um ex-ditador seja julgado, mas se isso realmente aconteceu de um modo efetivo dentro do país, também o julgamento pode ser feito dentro do país e se não aconteceu de modo efetivo dentro do país, igualmente não vão entregá-lo voluntariamente. Em todo caso no caso da Argentina, houve uma certa deserarquização do exército no seu fim e ajudando a seu fim, então também não se pode ter certeza de que é que só pela vitória na comunicação social, que deu para julgar seus ex-ditadores internamente.
           Realmente a ONU não pode fazer essa invasão, mas o principal motivo disso é que os cascos azuis são uma palhaçada, não têm nenhum poder de fogo efetivo, mas certamente não é por motivos éticos ou de cumprir as regras que isso é impossível, metade dos países da ONU são ditaduras e 40% dos membros do conselho da segurança da ONU são ditaduras e seus representantes vem de votações com essa grande proporção de ditaduras que certamente não têm nenhuma ética nem cumprem regras, inclusive a ONU é muito politiqueira mesmo, reconhece a Corea do Norte e a Árabia Saudita por simples motivos politiqueiros mas não reconhece a Taiwan democratica igualmente por simples motivos politiqueiros....
           Em todo caso se os julgamentos da justiça não fossem políticos poderiam perfeitamente ser feito por máquinas, se não são, se em campos colegiados de juizes, há diferenças de votação, é sinal de que é inevitavel a politização da justiça, ainda mais nesses assuntos.
            Agora o que poderia acontecer seria uma invasão da OTAN e dos EEUU (com ou sem vencer na politiquice da ONU para ter permissão oficial da ONU, mas se não tiver não têm importância, a ONU só tem os cascos azuis sem verdadeiro poder de fogo e a ONU nem sequer tem força moral).
           
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 02:44:57 por LaraAS »

Offline LaraAS

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Re:Corte Penal Internacional emite ordem de prisão contra presidente sudanês
« Resposta #13 Online: 02 de Março de 2012, 02:08:30 »
 
          Ah....outra coisa....no caso da Argentina, foram julgadas atrocidades feitas na maioria contra pessoas da sua própria etnia maioritária e não de outra.
« Última modificação: 02 de Março de 2012, 02:42:21 por LaraAS »

 

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