Autor Tópico: Psicanalise: besteiras  (Lida 1158 vezes)

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Offline Al

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Psicanalise: besteiras
« Online: 08 de Julho de 2005, 11:04:53 »

Offline Marcelo Terra

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #1 Online: 08 de Julho de 2005, 11:36:47 »
:shock:  :shock:  :shock:  :shock:
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Por exemplo, na psicanálise esquizofrenia e depressão não são distúrbios neuroquímicos e sim narcisísticos. Autismo e outros distúrbios cerebrais não são problemas da química do cérebro, e sim problemas de relacionamento com a mãe. Essas doenças não exigem tratamento farmacológico, apenas terapia através de "diálogo". Tomam-se posições similares para a anorexia nervosa e a síndrome de Tourette. (Hines, p. 136) Que indícios apóiam a visão psicanalítica dessas doenças mentais e o tratamento indicado? Nenhum.

A psicanálise era ou ainda é assim? Alguém poderia me explicar melhor isso?

Offline Rodion

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #2 Online: 08 de Julho de 2005, 15:25:02 »
rapaz, eu suspeito que ainda seja assim...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Marcelo Terra

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #3 Online: 18 de Julho de 2005, 14:44:58 »
Ninguém se interessou pelo assunto? Alguém sabe alguma coisa de psicanálise?

Rhyan

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #4 Online: 18 de Julho de 2005, 16:59:48 »
Minha última psicóloga (e psiquiatra) se baseava na psicanálise. Discuti tanto com ela, a impressão que tinha era que tava debatendo com um homeopata ou um astrólogo. Chovia falácias.

Agora procuro uma (só psiquiatra) que não tenha nada a ver com psicanálise.
Falou em psicanálise, eu tô fora!

Offline Luis Brudna

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #5 Online: 18 de Julho de 2005, 17:45:41 »
Eu estava lendo uma das últimas ´Viver Cérebro & Mente´ e um dos textos estava muito ruim e chato, o autor ficava só enrolando e falando obviedades com palavras refinadas. Fui ver a formação do cara (que tem no rodapé do artigo), ele é psicanalista... aí ficou tudo claro.  :D

Offline Axia

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #6 Online: 19 de Julho de 2005, 03:52:53 »
|(  Se eu realmente acreditasse que a psicanalise funcionasse eu estaria me tratando há pelo menos 10 anos por causa da minha depressão...

Axia
"eu já disse que não sou a pessoa mais indicada para falar sobre isso?"

Offline Luis Dantas

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #7 Online: 19 de Julho de 2005, 07:34:59 »
Psicanálise é mitologia clínica.  Não tem nenhuma solidez teórica, tanto que já entre os discípulos de Freud a disputa era acirrada, cada um com seu modelo de estimação para a psicologia humana.

Ela é até certo ponto adequada para suprir as necessidades psicoterapêuticas da época em que foi criada, mas está ficando obsoleta bem rápido.  E mesmo no auge sempre dependeu muito da química entre paciente e terapeuta.  Pode ser bem nociva nas mãos de um psicanalista tolo, abusivo ou descuidado.

No outro extremo - e não por acaso, frequentemente encontrada emparelhada com a psicanálise - está a visão puramente neuroquímica da saúde mental.  As duas distorções se confrontam e podem parecer ou até mesmo conseguir se compensar mutuamente.

O problema da psicanálise é que você vira um animal de estimação para demonstrar a beleza dos modelos de saúde mental que o psicanalista use.  Esse poder sobre o paciente é uma grande parte do motivo por que a psicanálise ainda tem tantos adeptos.  Sentir-se influente é uma grande motivação, principalmente se você consegue se convencer que está ajudando outras pessoas.

No outro extremo, o problema do uso amplo de fármacos psiquiátricos está em sua tendência a deseducar os mecanismos internos de auto-ajuste neuroquímico.  Além do que, também nesse caso você está basicamente sendo "calibrado" em suas tendências psicológicas segundo um critério externo - é o psiquiatra que decide que medicação você deve tomar, e ao paciente só resta tentar convencê-lo.

Há alternativas muito melhores por aí, ainda que pouco difundidas no Brasil.  Psicologia Rogeriana e Terapia Comportamental Dialética para citar duas.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Rogers
http://pt.wikipedia.org/wiki/TCD
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Luis Dantas

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Re.: Psicanalise: besteiras
« Resposta #8 Online: 19 de Julho de 2005, 15:44:13 »
Reproduzo aqui um texto que acabei de colocar em http://luisdantas.zip.net e que tem relação com o assunto.

Me perguntaram o que eu quis dizer com minha referência a "Mais Platão, menos Prozac".  O texto que escrevi inicialmente foi perdido graças ao sistema do Blog UOL, por isso não esclareci na ocasião.

Eu tenho certas reservas ao uso de fármacos psiquiátricos.  Não é minha especialidade, mas me parece que há pelo menos dois problemas sérios no uso desses fármacos.  

Por um lado, um fármaco tem a intenção de causar um certo efeito, de conduzir até algum resultado desejado.  Como esses fármacos são receitados por um psiquiatra a partir da opinião que ele forma ao conversar com o paciente, temos uma série de possíveis complicações - a comunicação entre paciente e psiquiatra pode não ser eficaz, a entrevista pode ocorrer em um momento atípico que não representa a situação real do paciente (ou do psiquiatra), o intervalo de tempo entre uma entrevista e outra pode ser excessivamente grande para as necessidades da neuroquímica do paciente.

Ainda pior é a natureza invasiva da medicação.  O organismo tem mecanismos de auto-regulação que, naturalmente, não são perfeitos, e funcionam melhor em algumas pessoas do que em outras.  Mas um fármaco externo não participa desses mecanismos.  Pelo contrário, ele tenta substituí-los e pelo menos em tese pode acabar por confundi-los e descalibrá-los.

Por isso, sempre que possível, as melhores soluções para problemas psicopatológicos são comportamentais, religiosas e, por que não, filosóficas.  O que nós fazemos, sentimos e pensamos tem muito efeito em nosso equilíbrio neuroquímico, com a enorme vantagem de permitir que tenhamos mais voz ativa quanto a qual deve ser exatamente esse equilíbrio a cada momento.  Suspeito que muitas vezes se usa fármacos para manter estáveis estilos de vida que não vale a pena querer manter.  É uma questão complexa, claro, mas eu não gosto de vê-la reduzida a uma mera questão de encontrar a mistura química mágica.  O ser humano é muito mais do que apenas uma máquina bioquímica.
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