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Descoberta poderia combater dependência à nicotina
« Online: 08 de Julho de 2005, 19:32:55 »
Descoberta poderia combater dependência à nicotina



O estímulo mental dado aos fumantes pela nicotina está ligado à mesma área do cérebro, nos camundongos, que causa a dependência a ela, e as duas coisas são provavelmente inseparáveis, afirmaram hoje cientistas franceses.

Num estudo que pode trazer novos insights para ajudar os fumantes a abandonarem o vício, pesquisadores do Instituto Pasteur-CNRS, em Paris, mostraram que receptores de células da área tegmental ventral do cérebro estão envolvidos na dependência à nicotina e a capacidades cognitivas em camundongos. "É uma área essencial para a auto-administração da nicotina no cérebro", disse Jean-Pierre Changeux, que liderou a equipe.

A área tegmental ventral está envolvida nas reações a recompensas naturais, como comida, sexo e o efeito das drogas. As drogas que causam dependência ativam a liberação de dopamina, uma substância química ligada à sensação de prazer, produzida nas células dessa área do cérebro.

Os cientistas já sabiam que uma família de receptores - ou a porta de entrada das células - chamada receptores nicotínicos de acetilcolina estão envolvidos na dependência ao fumo.

Changeux e sua equipe criaram camundongos geneticamente modificados para não possuir um gene de um dos receptores de nicotina, para avaliar o impacto que isso teria na função normal do roedor. O camundongo mutante teve um leve comprometimento na capacidade de aprendizado e, ao contrário dos animais normais, que aprendiam a acionar uma alavanca e se auto-administrar a nicotina, não demonstrou interesse em obter a substância.

"Quando há a perda do receptor da nicotina, há uma perda da função cognitiva do camundongo", disse Changeux, que relatou suas conclusões na revista Nature. Mas, quando os cientistas reinseriram o gene, a função cognitiva do camundongo foi recuperada. Os roedores também tiveram propensão maior a buscar a nicotina.

"Considerando a complexidade do cérebro, é impressionante que a reintrodução de uma única molécula em uma área pequena do cérebro afete tão drasticamente o comportamento", disse Julie Kauer, da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, num comentário publicado na revista.

Changeux e sua equipe não sabem se os seres humanos vão reagir da mesma forma, mas acreditam que sua pesquisa colabore na busca de drogas para curar a dependência. Se os cientistas encontrarem uma maneira de impedir que a nicotina se ligue às células do cérebro, pode ser possível evitar a dependência.

Laboratórios farmacêuticos já estão tentando utilizar os efeitos positivos da nicotina para tratar problemas que afetam o cérebro, como a perda de memória provocada pelo mal de Alzheimer.

Fonte: Terra Notícias

 

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