Autor Tópico: Sol atinge menor nível de atividade em um século  (Lida 549 vezes)

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Sol atinge menor nível de atividade em um século
« Online: 10 de Abril de 2009, 23:36:52 »
Sol atinge menor nível de atividade em um século


[Imagem: David Hathaway, NASA/MSFC]

Há meses os cientistas estão olhando para o Sol com um misto de espanto e curiosidade. Não é para menos, ele nunca esteve tão discreto. Pelo menos não nos últimos 100 anos. A pergunta é unânime: Por quanto tempo o Sol vai ficar tão quieto?

Não aconteceram manchas solares em 266 dos 366 dias de 2008, mais de 73% de silêncio solar. Para achar um ano em que o Sol esteve tão tranquilo é preciso voltar a 1913, quando ele teve 311 dias sem apresentar manchas.

Silêncio solar

Já na metade de 2008, alguns cientistas alertavam que os dados estão surpreendendo. Outros, porém, vieram a público dizer que seus colegas estavam fazendo cálculos errados (veja O que há de errado com o Sol?).

Agora, porém, estão todos, preocupados e despreocupados, refazendo seus próprios cálculos. Quem dizia que estava tudo normal chegou a apontar que 2008 marcaria o Mínimo Solar, e que já já estaríamos entrando em uma fase ascendente, rumo ao próximo Máximo Solar, previsto para ocorrer em 2012.

Mas o Sol continua a desmentir qualquer previsão: os primeiros dados de 2009 indicam que este ano pode ser ainda mais calmo em termos de manchas solares do que o marasmo de 2008. Até 31 de Março não haviam sido registradas manchas solares em 78 dos 90 dias de 2009 - 87% de silêncio solar.

Ciclos solares

Mínimos solares ocorrem a cada 11 anos, como parte natural dos ciclos solares, descobertos pelo astrônomo alemão Heinrich Schwabe, ainda nos século XIX.

As manchas solares são "ilhas de magnetismo" de tamanho comparável ao de um planeta, que surgem na superfície solar. Elas são responsáveis pelas tempestades solares, ejeções de massa da corona solar e emissões intensas de raios ultravioleta.

Colocando os números de manchas solares em um gráfico, Schwabe percebeu que os picos de atividade solar eram sempre seguidos de períodos de calmaria, separados entre si por 11 anos. Isto tem sido verdade nos últimos 200 anos. O atual ciclo começou em 1996, ou seja, deveríamos ter atingido o Mínimo Solar por volta de 2007.

Vento solar mais fraco

Medições da sonda espacial Ulysses revelam uma queda de 20% na pressão do vento solar desde meados dos anos 1990 - o menor ponto desde que as medições começaram nos anos 1960.

O vento solar mantém os raios cósmicos galácticos fora do Sistema Solar. Com a diminuição do vento solar, mais raios cósmicos penetram no nosso sistema, resultando em maiores riscos para os astronautas, que não estão protegidos pela atmosfera terrestre. Ventos solares mais fracos também resultam em menos tempestades geomagnéticas e menos auroras boreais e austrais.

Sol menos brilhante

Outras sondas espaciais da NASA também revelaram que, desde o Mínimo Solar de 1996, o brilho do Sol caiu 0,02% no comprimento de onda da luz visível e 6% no comprimento de onda ultravioleta.

Estas variações são suficientes para produzir efeitos importantes porque a atmosfera superior da Terra recebe menos calor do Sol. Os satélites artificiais passam a sofrer menos arrasto, o que pode aumentar sua vida operacional. Por outro, isso também significa que o lixo espacial vai ficar mais tempo em órbita, oferecendo risco para esses mesmos satélites e para todos os que ainda serão lançados.

Se o período de calmaria do Sol durar mais 1 ano, o atual Mínimo Solar superará os mínimos registrados em 1913 e 1901.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagem.php?artigo=por-quanto-tempo-o-sol-vai-ficar-tao-quieto-&id=010805090406

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Re: Sol atinge menor nível de atividade em um século
« Resposta #1 Online: 28 de Maio de 2009, 19:37:34 »
Cientistas prevêem que pico do ciclo solar ocorrerá em 2013
   
Todos que acompanham as notícias sobre as tempestades solares sabem que o nível atual de atividade do Sol está bem baixo, o que significa poucas tempestades geomagnéticas aqui na Terra. Agora, uma comissão internacional de pesquisadores lançou uma nova previsão de atividade, prevendo um número de manchas solares abaixo da média.


Imagem feita com o telescópio imageador de ultravioleta extremo, a bordo do telescópio espacial Soho. A cena mostra a atmosfera solar sondada no comprimento de onda de 304 nanômetros (ultravioleta). Neste faixa, o material mais claro situa-se entre 60 mil e 80 mil graus Kelvin.

O estudo, elaborado por dezenas de cientistas de nove instituições diferentes prevê que o atual ciclo solar 24 deverá atingir seu pico em maio de 2013, com aproximadamente 90 manchas solares, o menor valor desde 1928 durante o ciclo solar 16, quando o número de manchas solares atingiu o máximo de 78

"Apesar dos modelos indicarem ser este um ciclo solar fraco ou abaixo da média, não significa que a atividade solar seja fraca", disse Doug Biesecker, diretor da comissão e cientista chefe do Centro de Previsão de Tempo Espacial, da Universidade de Boulder. "Mesmo os ciclos abaixo da média são capazes de produzir severas tempestades solares. A grande tempestade geomagnética de 1859, por exemplo, ocorreu em um ciclo da mesma magnitude do que estamos prevendo para 2013", disse o pesquisador.

Nova Previsão
A atual previsão é uma revisão daquela divulgada em 2007, quando os pesquisadores acreditavam que o mínimo solar ocorreria em março de 2008, seguido por um forte máximo em 2011 ou um fraco máximo em 2012. Na ocasião, diversos modelos computacionais geraram previsões, deixando os pesquisadores em dúvida sobre os valores corretos.

"Isso nos mostrou que nenhum dos modelos estava correto", disse Dean Pesnell, que representa o Centro Espacial Goddard, na Nasa. "O Sol está muito estranho e se comportando de maneira inesperada, mas de um jeito muito interessante", disse Pesnell.

Desde 2007 o Sol está anormalmente quieto, com pouca ou quase nenhuma atividade eletromagnética. No entanto, nos últimos meses pequenas manchas, ou proto-manchas, parecem surgir com maior frequência no disco solar e enormes correntes de plasma na superfície estão ganhando intensidade. Emissões eletromagnéticas, apesar de fracas, também já estão sendo detectadas pelos radiotelescópios. No entender de Pesnell esses sinais são uma clara evidência de que o Sol está acordando e dão maior sustentação às previsões, que agora são quase unânimes entre os cientistas.

Entendendo
Para quem não sabe, a cada 11 anos o Sol passa por momentos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 23 ciclos até o ano de 2007.

Durante o máximo solar, grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente. As auroras surgem nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação danificam os satélites em órbita. A última vez que isso ocorreu com tal intensidade foi entre os anos de 2000 e 2001.


Atividade solar desde 1610, com destaque para o Mínimo de Maunder, de 70 anos de inatividade.

No Mínimo Solar ocorre o contrário. Quase não existem flares solares e podem passar semanas sem que uma única mancha quebre a monotonia do disco solar. É exatamente esse o momento atual que estamos passando, o início do ciclo solar 24.

A mais intensa
A tempestade geomagnética mais intensa que se tem registro foi denominada Evento Carrington e ocorreu entre agosto e setembro de 1859. A intensa tormenta foi testemunhada pelo astrônomo britânico Richard Carrington, que observou o fenômeno através da projeção da imagem do sol em uma tela branca. Na ocasião, a atividade geomagnética disparou uma série de explosões nas linhas telegráficas, eletrocutando técnicos e incendiando os papéis das mensagens em código Morse.


Fenômeno da aurora, provocado pelo choque das partículas eletricamente carregadas vindas do Sol contra as moléculas das camadas elevadas da alta atmosfera.

Relatos informam que as auroras boreais foram vistas até nas latitudes médias ao sul de Cuba e Havaí. Nas Montanhas Rochosas, no oeste da América do Norte, as auroras eram tão brilhantes que acordavam os camponeses antes da hora, que pensavam estar amanhecendo. As melhores estimativas mostram que o Evento Carrington foi 50% mais intenso que a supertempestade de maio de 1921.

Inverno Implacável
O mínimo mais longo da história, o Mínimo de Maunder, ocorreu entre 1645 e 1715 e durou incríveis 70 anos. Manchas solares eram extremamente raras e o ciclo solar de 11 anos parecia ter se rompido. Esse período de silêncio coincidiu com a "pequena Era do Gelo" uma série de invernos implacáveis que atingiu o hemisfério Norte.

Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas.

http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20090528-091919.inc

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Re: Sol atinge menor nível de atividade em um século
« Resposta #2 Online: 03 de Junho de 2009, 02:57:40 »
Mancha solar surge, cresce e anima os pesquisadores
   
O período de calmaria do Sol, que já dura um bom tempo, pode estar com os seus dias contados. Recentemente, uma nova mancha solar surgiu no limbo do disco estelar e desde então vem crescendo rapidamente, sinal de que a atividade do ciclo solar 24 pode finalmente estar começando.


Mancha solar 1019 registrada entre os dias 1 e 2 de junho de 2009 pelo observatório solar e heliosférico Soho. A cena mostra a estrela no comprimento de onda de 304 nanômetros, na região do ultravioleta. Neste comprimento de onda o material mais claro situa-se entre 60 mil e 80 mil graus Kelvin.

A nova mancha, batizada de SSN 1019, surgiu na face solar no dia 31 de maio e foi primeiramente detectada pelo telescópio espacial Soho, que observa nossa estrela 24 horas por dia e envia constantemente os dados da atividade solar aos cientistas. Uma análise superficial mostra que a mancha é formada por dois núcleos e cada um deles tem aproximadamente o tamanho da Terra. Dados enviados pelos satélite Soho indicam que o desenvolvimento de SSN 1019 é acompanhado de fracas explosões solares de Classe-A.

Comparado aos anos de maior atividade solar, entre 2000 e 2002, a atividade eletromagnética apresentada é bem baixa. No entanto, se considerarmos que estamos atravessando um período bastante longo de mínimo solar, o surgimento da mancha merece atenção. A polaridade magnética e a alta latitude de SSN 1019 mostram que a mancha faz parte do novo Ciclo Solar 24, que deverá crescer lentamente até atingir o pico da atividade, previsto para o ano de 2013.

Observando as manchas
O melhor e mais seguro método para ver as manchas solares com segurança é conhecido como método da projeção e já era utilizado por Galileu Galilei nos primeiros estudos do fenômeno, na metade do século 17. O método consiste em apontar o telescópio para o Sol e projetar a imagem da ocular (peça onde colocamos nossos olhos) em uma parede branca e lisa ou em uma caixa de papelão. A vantagem desse método é que diversas pessoas poderão acompanhar simultaneamente, mas não permite grandes aumentos.


Método da projeção solar usado durante o eclipse solar de setembro de 2006

Outra opção é utilizar um filtro chamado Oaks ou Baader à frente da objetiva do telescópio e observar o fenômeno diretamente. Esses filtros não são os mais indicados para observação solar, mas permitem um acompanhamento bastante seguro. Entretanto, se você quiser levar realmente a sério a observação solar, sugerimos a utilização de um filtro chamado H-Alpha, sintonizado na frequência do hidrogênio molecular. Com ele você poderá observar o Sol em toda sua plenitude e até mesmo fazer fotos como a mostrada abaixo.


Foto da mancha solar SSN 1019 através de um filtro H-Alpha

A observação de manchas solares é uma tarefa relativamente simples, mas exige uma pequena luneta e requer proteção total. Olhar diretamente para o Sol causará cegueira imediata e permanente, por isso nem tente!

http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20090602-093216.inc

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