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Cientistas determinam com precisão a Fronteira do EspaçoAfirmar onde fica a fronteira do espaço não é uma tarefa fácil, uma vez que não existe um consenso científico sobre onde exatamente se encontra essa suposta divisão, já que as camadas da atmosfera não têm limites físicos e não podem ser vistas. Recentemente, no entanto, pesquisadores canadenses criaram um novo instrumento que segundo eles é capaz de medir com precisão a localização dessa invisível região fronteiriça.Localização das diversas camadas da atmosfera, mostrando a nova região fronteiriça entre o espaço e a atmosfera. A arte também compara onde se ocorrem outros eventos comuns na Terra, entre eles o vôo dos aviões comerciais, as auroras e os meteoros, além da altitude máxima dos balões científicos. Crédito: Apolo11.comA conclusão foi possível através da determinação do local da transição entre os ventos relativamente suaves detectados na alta atmosfera e os violentos fluxos energéticos de partículas vindas do espaço, que podem ultrapassar 1000 km/h. Segundo os pesquisadores que realizaram o estudo, os dados coletados são bastante consistentes e mostram que a região fronteiriça entre a Terra e o espaço fica a exatamente 118 quilômetros de altitude.O experimento foi realizado por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, que enviaram ao espaço o instrumento chamado Imageador de Íons Supra Termal. O equipamento foi transportado pela cápsula Joule-II, lançada pela da Nasa, que a colocou em órbita baixa de 200 km de altitude. O lançamento ocorreu em 29 de janeiro de 2007, mas só agora o trabalho finalizado e apresentado no periódico científico "Journal of Geophysical Research".Medições difíceisA capacidade de coletar dados nessa altitude é bastante significativa, uma vez que é muito difícil fazer medições nessa região do espaço, baixa demais para os satélites de sondagens e alta demais para os balões estratosféricos."Essa é a segunda vez que conseguimos realizar medições das partículas carregadas nessa região e a primeira vez que todos os elementos, entre eles os ventos na alta-atmosfera, foram incluídos no experimento", disse David Knudsen, professor do departamento de física e astronomia da universidade de Calgary.Determinando a fronteira"Quando você arrasta um objeto pesado sobre uma superfície, região da interface se torna quente. Da mesma forma nosso experimento conseguiu detectar a posição exata onde duas regiões de grande altitude são arrastadas uma contra a outra: a ionosfera, impulsionada pelos fluxos vindos do espaço e a atmosfera terrestre, deslocada pelas correntes naturais", explicou Knudsen.As medidas feitas pela equipe Knudsen confirmaram o trabalho de outros cientistas, que já haviam previsto teoricamente a mesma altitude de 118 km como a fronteira do espaço."O resultado nos permite olhar mais de perto essa região e calcular o fluxo de energia que atinge a atmosfera da Terra, trazendo uma melhor compreensão da interação entre o espaço exterior e nosso ambiente", disse Laureline Sangalli, co-autora do trabalho e aluna de Knudsen. "A determinação dessa altitude também poderá ajudar a entender melhor a ligação entre as manchas solares e as mudanças climáticas, bem como o impacto que o tempo espacial tem sobre os satélites, as comunicação, navegação e geração de energia".Os instrumentos utilizados na detecção da fronteira do espaço também foram adotados pela missão Swarm, da Agência Espacial Européia, ESA, em uma missão que será lançada em 2010 e que deverá coletar dados na mesma região do espaço durante quatro anos.http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20090413-091920.inc