Autor Tópico: A crise e a ciência  (Lida 609 vezes)

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Atheist

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A crise e a ciência
« Online: 17 de Abril de 2009, 07:21:51 »
Lula afirma que a crise não existe. Os EUA afirmam que sim.

Brasil: cortes de cerca de 2 bilhões de reais para o MCT; corte de mais de 2 bilhões no MEC;

EUA: incremento em 8.2 bilhões de dólares para o NIH e NSF

Será que Lula está governando os EUA e Obama o Brasil???

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U.S. SCIENCE POLICY: NIH Stimulus Plan Triggers Flood of Applications--and Anxiety
Researchers and university administrators are burning the midnight oil as they scramble to apply for a slice of an additional $8.2 billion in research funding that the National Institutes of Health has been given as part of the stimulus bill.
http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/324/5925/318

U.S. SCIENCE POLICY: NSF Is Keeping It Simple
The National Science Foundation (NSF) is using its $2 billion windfall from the American Recovery and Reinvestment Act to fund more proposals already in the pipeline, reducing what officials say is a $2-billion-a-year backlog of good ideas.
http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/324/5925/319

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #1 Online: 17 de Abril de 2009, 21:57:46 »
Desenvolvi o tema em www.pazza.biociencia.org

Offline JJ

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #2 Online: 18 de Abril de 2009, 18:23:53 »
Os Estados Unidos, mesmo em crise, sabem da importância de se investir em C&T, já o governo brasileiro faz discursos grandiosos e corta investimentos em ciência e tecnologia. E o pior é que nos governos anteriores também era a mesma coisa, não é porque é o PT que está no governo.




Bastante lamentável .   :no:



.

Offline guicn

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #3 Online: 19 de Abril de 2009, 15:14:43 »
De quanto era o orçamento antes desse corte de 2 bilhões?

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #4 Online: 19 de Abril de 2009, 21:43:48 »
A previsão inicial era em torno de 6 bilhões.

Offline FxF

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #5 Online: 19 de Abril de 2009, 23:23:45 »
Lula afirma que a crise não existe. Os EUA afirmam que sim.

Brasil: cortes de cerca de 2 bilhões de reais para o MCT; corte de mais de 2 bilhões no MEC;

EUA: incremento em 8.2 bilhões de dólares para o NIH e NSF

Será que Lula está governando os EUA e Obama o Brasil???
Qual o problema com o que o Obama tá fazendo?

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #6 Online: 19 de Abril de 2009, 23:29:54 »
Lula afirma que a crise não existe. Os EUA afirmam que sim.

Brasil: cortes de cerca de 2 bilhões de reais para o MCT; corte de mais de 2 bilhões no MEC;

EUA: incremento em 8.2 bilhões de dólares para o NIH e NSF

Será que Lula está governando os EUA e Obama o Brasil???
Qual o problema com o que o Obama tá fazendo?

Nenhum.

Offline Unknown

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Re: A crise e a ciência
« Resposta #7 Online: 11 de Maio de 2009, 19:16:30 »
Ciência & negócios. A dobradinha salvou os EUA outras vezes, e é nela que Obama põe as fichas

Capitalismo se reinventa nas crises e é novidadeiro onde o Estado o impulsiona e incentiva a inovação

A maldição das grandes crises econômicas é o imperativo do curto prazo – os bancos e indústrias a salvar, o socorro a quem perde o emprego, dívidas a pagar. É a economia o tempo todo e a solução de suas mazelas, sem espaço algum para as alternativas, pensar “fora da caixa”, como se diz nos EUA. É como se expiar pecados mesmo não tendo a maioria pecado algum a purgar fosse a linha do destino.

Os EUA estão nesta situação e vinham assim antes da grande crise. Ela apenas exagerou o mal em que se consumia: dívidas demais dos consumidores, mas isso porque há mais de vinte anos não há aumento de renda real para o grosso da população. Perda de empresas para o mundo de mão-de-obra barata e leniência ambiental, como a China – mas isso porque sucessivos governos americanos assistiram à saída das fábricas para onde os custos fossem menores sem nada fazer.

Pior, sem oferecer nenhuma alternativa. Endividar-se foi a saída para a corrosão do poder de compra dos salários, mas conveniente também para a solução dos déficits externos do país, financiados pelos ativos resultantes da securitização das dívidas das famílias e pela emissão de papéis pelo Tesouro dos EUA. A China e os outros países superavitários contra os EUA absorveram os papelotes – na prática, um vício tão mortal da sociedade americana como drogas.

A banca desregulada, livre e solta, completou o serviço ao criar os instrumentos tóxicos que nem banqueiro sabe explicar como opera responsáveis pelas bolhas de especulação com imóveis - até a casa do indivíduo, hipotecada para que, com o dinheiro tomado à banca, seguisse consumindo, certo de que a valorização seria infinita.

Banco e hipotecado se autoenganaram, com a cumplicidade de todo mundo: governos, políticos, empresários, imprensa, economistas.

Sair desse cipoal é o drama que sobrou para Barack Obama, ele que se lançou candidato à frente de um grupo de personalidades que já intuía o desastre e achava que haveria tempo de evitá-lo. A crise o desviou de seu projeto. Tirar a banca da lama, reabrir o crédito e dar solução às empresas e setores que já agonizavam muito antes, como o automobilístico, é a prioridade. Não há como evitar.

Visionários no poder

O que está passando batido é que o grupo que o apóia quer mudar a fundo a economia, e nenhuma dessas iniciativas foi abandonada.

Os economistas que traçam os cenários de decadência dos EUA ignoram ou desconhecem a motivação dos que apóiam Obama ou o acompanham no governo - gente como Eric Schmidt, executivo-chefe do Google, e Andy Grove, fundador da Intel.

A virada está pensada em termos de tecnologias de ruptura e processos inovadores. Se algumas dessas iniciativas prosperarem, a economia passará por uma revolução.

Ardil da conjuntura

O que se quer evitar é o ardil da conjuntura em crise, e o resto deixado de lado. Se há dinheiro à farta nos EUA para salvar bancos também haverá para incitar inovações. Sem falar no precedente da tecnologia como ponta da lança da construção dos EUA como potência econômica. Tal histórico nem sequer é cogitado pelos economistas.

No Brasil, também foi assim desde a saída da moratória da dívida externa e o ataque à inflação endêmica, ambos em 1994, não dando tempo a mais nada, apenas para a solvência do Tesouro Nacional e a superação da vulnerabilidade externa. O que foi o racionamento de energia em 2001 se não o resultado de anos de abandono do setor?

A engenhosa articulação do PAC, que resgatou a centralidade dos investimentos em infraestrutura, só foi possível depois de 2007, e ainda assim se arrasta não porque lhe falte verbas, mas devido ao sucateamento do planejamento na esfera pública e carência de gente capacitada no Estado para conceber e acompanhar projetos.

Revolução em marcha?

A crise pode engolir Obama e suas intenções mudancistas. O risco de recidiva não é baixo. Mas com ou sem crise o que se estuda nos EUA merece atenção. Se vingar uma só das idéias, a economia nunca mais será a mesma.

Pegue-se a pesquisa de baterias para substituir o petróleo como fonte de energia para transportes. Ela surgiu como solução ambientalista contra emissões de carbono. Hoje, é pensada como solução à decadência das Big Three de Detroit e à dependência de petróleo importado.

Para a saúde, a idéia é prevenção em massa, com uma rede de diagnose custeada pelo barateamento do seguro e de internações. O Wall-Mart oferece o serviço em suas lojas nos EUA.

Ciência & negócios. Não é de hoje que tal dobradinha salva os EUA.

Mito do laisser-faire

O capitalismo se reinventa nas crises e é mais novidadeiro onde o Estado o impulsiona e incentiva. Nos EUA, apesar do blablablá das maravilhas do laisser-faire, o Estado sempre custeou pesquisas de ponta, muitas para uso militar, como a internet. O erro foi deixar que o capital financeiro se apropriasse dessa dinâmica - em geral fundos com dinheiro emprestado e data para desinvestir via bolsas.

E o Brasil com isso? Que abra os olhos. O carro elétrico, por ora a opção preferida de energia limpa, reduz o potencial do pré-sal, até do etanol de exportação. E há de remédios de última geração à fotossíntese sintética.

Mercado & Estado, outro par de resultados.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/48001_49000/48255-1.html

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To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
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Re: A crise e a ciência
« Resposta #8 Online: 11 de Maio de 2009, 19:37:15 »
É... e o orçamento só do NIH para 2010 - 30,8 bilhões de dólares.

 

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