http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u555408.shtmlEm carta, advogado encontrado morto com filho diz querer abreviar sofrimento; leia íntegra A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira a carta localizada no apartamento do advogado Renato Ventura Ribeiro, 39, encontrado morto na tarde desta quarta-feira (22) no bairro de Mirandópolis, na zona sul de São Paulo. Ele e o filho, de cinco anos, foram encontrados mortos ontem (22) a tiros no apartamento.
A principal hipótese da polícia é que ele tenha assassinado o filho e se matado em seguida, e que o crime está relacionado a uma disputa judicial entre Ribeiro e a mãe do menino, a advogada Fabiane Húngaro Menina, 37, que tinha a guarda da criança.
Na carta, Ventura afirma que quis abreviar o sofrimento do seu filho que, segundo ele, "não era e nem seria feliz" devido à separação dos pais.
"Não coloquei meu filho no mundo para ficar longe dele e para que ele sofresse. Se errei, é hora de corrigir o erro, abreviando-lhe o sofrimento", disse o advogado, na carta.
De acordo com o delegado Virgílio Guerreiro Neto, do 16º DP (Vila Clementino), a polícia encontrou ainda um "rascunho" da carta, escrita à mão por Ventura, o que comprovaria a autoria do material.
"Apesar de não ter assinatura, fica claro que a carta foi realmente escrita por ele", disse.
O menino estava com o pai, professor da USP (Universidade de São Paulo), desde a última sexta-feira (17) e deveria ser entregue para a mãe no domingo (19). Como isso não aconteceu, Fabiane registrou um boletim de ocorrência por subtração de menor na delegacia.
"Era aniversário da mãe [da criança], então estava combinado que ele devolveria o menino mais cedo no domingo", disse o delegado.
Os corpos foram localizados pela faxineira do advogado, Márcia Souza, por volta das 16h30 de ontem. Segundo a polícia, o menino foi ferido por um tiro na nuca e o advogado por um tiro na cabeça. Ribeiro segurava uma arma quando foi encontrado. Ambos já estavam em estado de decomposição.
Transtornada, a advogada foi ouvida apenas extraoficialmente pela polícia, e deve prestar depoimentos na próxima semana. O corpo do menino foi enterrado nesta quinta-feira em São Paulo.
Até a noite desta quinta-feira, ao menos oito pessoas já haviam sido ouvidas sobre o caso.
Leia a integra da carta: 