Autor Tópico: Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni  (Lida 1294 vezes)

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Offline Dodo

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Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni
« Online: 23 de Abril de 2009, 22:32:40 »
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Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni

Diante da denúncia de que estudantes com carros de luxo estavam entre os beneficiários do Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo federal, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que o MEC pretende criar em breve, em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), uma espécie de "malha fina" do programa para fiscalizar as eventuais irregularidades. A idéia, segundo ele, é que a Receita Federal e o MEC fechem uma parceria para no futuro realizar uma fiscalização mais profunda dos estudantes que recebem o benefício.

O ministro, no entanto, ressaltou que não é porque existe uma suspeita em relação a determinado aluno que ele automaticamente será desligado do programa. Segundo Haddad, o estudante sob suspeita será notificado e terá que comprovar que não há nenhuma "discrepância" entre o que ele alegou no momento de pedir a bolsa e a sua atual situação econômica. O ministro afirma que, em casos extremos, o aluno poderá ser obrigado a devolver recursos aos cofres públicos.

"Vamos construir junto com o TCU e outros órgãos fiscalizadores condições operacionais de criar uma espécie de malha fina para identificar casos suspeitos, casos em que a renda do estudante é incompatível com a declarada na instituição de ensino (no momento de pedir a bolsa). Nos casos de discrepância, ele poderá ser desligado. Nos casos de fraude, a lei tem que ser cumprida e pode ser até que haja ressarcimento do valor", afirmou.

O ministro explicou que é "natural e desejável" a melhora de situação sócio-econômica do aluno durante o curso, caso ele consiga um bom estágio, por exemplo. O que não será admitido, segundo ele, são casos em que o estudante omitiu sua renda no momento em que foi solicitar o ingresso como beneficiário do Prouni. "Ele vai melhorar de vida, mas isso não pode confrontar com as informações dadas no início do curso", explicou.

Segundo Haddad, dos cerca de mil jovens relacionados pelo TCU, apenas 39 possuem carro de luxo e dez deles já foram desligados do programa pelas universidades de origem. "A maioria dos veículos são motocicletas, carros populares. Contudo, há 39 casos de veículos de luxo. Destes, nós já recebemos dez respostas dizendo que esses alunos já foram desligados", disse.

Ao ser questionado, o ministro evitou tecer comentários sobre o trabalho feito pelo TCU no relatório que apontou irregularidades no Prouni. Haddad, no entanto, acabou mencionando que o material contém erros. Um deles, segundo o ministro, está em um CPF apontado como sendo de um estudante portador de um carro de luxo. Na verdade, o documento era de um coordenador de curso de uma das universidades.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3721669-EI306,00-Apos+denuncia+de+fraude+MEC+quer+malha+fina+no+Prouni.html
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Offline Lua

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Re: Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni
« Resposta #1 Online: 23 de Abril de 2009, 22:48:49 »
Normal... Se o PROUNI for igual ao FIES, o aluno precisa passar fome junto com sua família para conseguir entrar no Programa... Como o limite de renda geralmente é bem baixo para ser aprovado, é a própria sistemática do programa que praticamente obriga o aluno a frauda-lo. Tenho uma colega que tentou obter o FIES só que a mãe ganhava um valor superior ao da mensalidade (coisa de mil e poucos reais), tomava remédios controlados por ser hipertensa e depressiva, moravam de aluguel e ainda assim não foi beneficiada... Se uma situação como essas não dá ao aluno o direito de ter uma bolsa - que ele vai pagar depois, por sinal - não sei como se consegue... Certamente estar 'abaixo da linha da miserabilidade' seja o requisito básico. :no:
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Offline André Luiz

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Re: Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni
« Resposta #2 Online: 23 de Abril de 2009, 22:59:24 »
Conheço muito playboy bolsista do PROUNI, assim como de outros programas do gênero

Offline Diegojaf

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Re: Após denúncia de fraude, MEC quer "malha fina" no Prouni
« Resposta #3 Online: 04 de Maio de 2010, 12:23:48 »
Universitárias de classe média alta ganham bolsa do ProUni
Três estudantes de Maringá, no Paraná, levam vida confortável e estudam com dinheiro público.
 
Um escândalo! Não existe outra maneira de descrever o que acontece numa faculdade particular do Paraná: três estudantes que levam uma vida confortável têm bolsa integral e estudam com dinheiro público. Além disso, recebem um benefício de R$ 300 por mês. A repórter Renata Cafardo explica como tudo isso foi possível.

Casas confortáveis em bairros nobres da cidade. Carros que podem valer R$ 55 mil. Este é o padrão de vida das famílias de três universitárias de Maringá, no norte do Paraná. Elas são Belisa Stival, Camila Colombari Medeiros e Milena Lacerda Colombari. Estão no quarto ano de Medicina na Uningá, uma faculdade particular com sete mil alunos.


saiba mais
Estudante de baixa renda, enfim, consegue bolsa do Prouni
Estudantes preenchem requisitos do ProUni, mas têm bolsa negada
O valor da mensalidade é de R$ 3.200, mas as três não pagam nada. Ganharam um benefício que é o sonho de milhares de estudantes: uma bolsa do ProUni - o programa federal para universitários carentes.

Mas como elas conseguiram? O Fantástico passou duas semanas em Maringá, investigando esse escândalo.

Segundo o Ministério da Educação, Milena Colombari começou a receber bolsa integral do ProUni em 2005, quando fazia Biomedicina na Uningá. Em 2008, mudou para Medicina e continuou estudando de graça.

Milena mora com os pais e o irmão numa casa com piscina. O pai dela é dono de um bufê, inaugurado em outubro do ano passado. Para uma festa de quatro horas com 200 convidados, o bufê cobra R$ 7 mil, valor suficiente para pagar com sobras dois meses de faculdade de Milena.

Procuramos a estudante de Medicina. Ela acha justo receber o ProUni.

“Esse ano até a gente passou por certas dificuldades. Nem viagem pra praia a gente não foi. Antes era comum de ir”, comenta Milena.

Existem regras rígidas para receber as bolsas do ProUni. Por exemplo, é preciso ter cursado o ensino médio em escola pública ou ter sido bolsista integral em colégio particular. E o principal: comprovar que a renda mensal familiar, por pessoa, não passa de um salário mínimo e meio: R$ 765.

Por telefone, o pai de Milena Colombari reconhece que atualmente a família ganha mais do que esse valor.

“Minha renda hoje está um pouco acima disso. Nunca mais ninguém pediu pra gente estar fazendo isso ou aquilo, apresentando esse ou aquele documento”, diz o pai de Milena.

Camila Colombari Medeiros, que também estuda Medicina na Uningá com verba do ProUni, vive num sobrado com a mãe e uma irmã. Segundo o MEC, ela começou a receber bolsa em 2008.

Encontramos Camila indo pra faculdade num carro que, zero quilômetro, custa pelo menos R$ 40 mil.

Repórter: Você tem bolsa do ProUni?
Camila: Tenho.
Repórter: Fala um pouquinho.
Camila: Eu tô com pressa, eu tenho médico agora.
Repórter: Não tem problema algum de ter bolsa e ter carro?
Camila: Esse aqui foi presente do meu pai.

Belisa Stival, que desde 2008 também estuda sem pagar nada, geralmente anda de carro popular. Mas o pai circula num automóvel novo, avaliado em R$ 50 mil. A família, de quatro pessoas, mora numa casa de dois andares.

Repórter: Você tem bolsa do ProUni?
Belisa: Tenho.
Repórter: Você estudou em escola pública?
Belisa: Não, não estudei. Mas fui bolsista.
Repórter: Em escola particular?
Belisa: Sim.

As três alunas que estudam Medicina na Uningá desde 2008 com bolsa do ProUni deixaram de pagar, juntas, quase R$ 300 mil em mensalidades.

É a própria instituição de ensino que decide quem recebe a bolsa do ProUni. A lista é depois encaminhada ao Ministério da Educação.

As três jovens de Maringá - que ganharam a bolsa integral - têm parentes em cargos importantes na faculdade.

Belisa é filha de Ney Stival, o diretor de ensino da Uningá. Camila é filha de Vânea Colombari, coordenadora de cursos profissionalizantes. Já Milena é sobrinha de Vânea.

As três universitárias têm ainda outro benefício do ProUni: a chamada bolsa permanência. É uma espécie de mesada de R$ 300 por mês. O dinheiro vai para a conta de alunos com bolsa integral de cursos que tenham seis horas ou mais de aulas por dia.

O MEC informa que Milena, que tem pai dono de bufê, recebe os R$ 300 desde abril de 2008. Belisa e Camila, desde agosto de 2008.

Por telefone, a coordenadora da Uningá Vânea Colombari disse: “Dependo exclusivamente desse rendimento que eu tenho dentro da instituição, não tenho condições financeiras nenhuma de bancar a mensalidade da minha filha”.

A faculdade informou que Vânea Colombari ganha R$ 2.900 por mês. Com esta renda, a filha dela - Camila - não poderia ter bolsa integral do ProUni.

O salário de Ney Stival não foi divulgado. O pai de Belisa e diretor de ensino da Uningá diz que não há irregularidades.

Repórter: Por que elas têm bolsa do ProUni?
Ney: Tinha bolsa sobrando.
Repórter: Ah, tava sobrando? Remanescente?
Ney: E tem ainda.

Ricardo Benedito de Oliveira, diretor geral da faculdade, deu a mesma justificativa.

Ricardo: A única procura que teve foi dessas duas moças, que casualmente são filhas de funcionários.
Repórter: Mas não poderia ficar sem as bolsas? Era obrigado a oferecer as bolsas?
Ricardo: Mas qual é o prejuízo das bolsas? Tem outra pessoa prejudicada por elas terem as bolsas? O fato é esse.
Repórter: É dinheiro público.

O diretor alegou ainda que a documentação apresentada pelas bolsistas atendia aos requisitos do MEC.

“A instituição não tem uma equipe de investigação pra saber se o fulano que há um tempo morava de aluguel, hoje mora num palacete”, diz o diretor.

Pelas regras do ProUni, a faculdade tem obrigação de pedir ao aluno que reapresente - pelo menos uma vez por ano - a documentação comprovando a baixa renda.

Na sexta-feira, um dia depois da entrevista do diretor geral, a Uningá enviou uma retificação dizendo que Belisa e Camila não tiveram o benefício mantido pelo ProUni em 2010, por não apresentarem a documentação necessária. O Ministério da Educação desmentiu essa informação: a faculdade cancelou as duas bolsas apenas na sexta-feira, depois de saber que o Fantástico preparava esta reportagem.

“Se for constatada a irregularidade, a instituição vai ser desvinculada, podendo inclusive responder judicialmente e até criminalmente pelos fatos”, afirma Simone Horta, coordenadora de supervisão do ProUni.

O futuro de todos os alunos de Medicina da Uningá é incerto. O MEC considera que o curso - criado em 2007 - é deficiente e não pode funcionar. Apesar disso, a faculdade conseguiu um mandado de segurança. Mês passado, a Justiça determinou a transferência dos alunos para outras instituições e que o MEC tome providências.

Atualmente, 450 mil universitários estudam graças ao ProUni. Ano passado, por causa de irregularidades, 1.700 bolsas foram canceladas e 15 instituições, desvinculadas.

Quanto às três jovens de Maringá, o MEC avisa: além de não estudar mais de graça, elas podem ter problemas com a Justiça.

“Elas devem responder judicialmente, devendo inclusive ressarcir os cofres públicos durante o período que estiveram com a bolsa. Se for constatada má fé, elas podem responder criminalmente por esses atos”, avisa Simone Horta.

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1585378-15605,00-UNIVERSITARIAS+DE+CLASSE+MEDIA+ALTA+GANHAM+BOLSA+DO+PROUNI.html
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

 

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