Igreja cobrou dízimo de mulher que morreuA Igreja Cristã Renascer em Cristo cobrou dízimo de uma vítima do desabamento do templo no Cambuci, um mês depois da tragédia. De acordo com a advogada Gleice Raquel Valente Mendoza, Luiza Silva, de 62 anos, teve debitado no cartão de crédito o dízimo de R$ 30, um mês depois de sua morte, no dia 18 de janeiro. "Estamos providenciando a papelada junto à administradora do cartão e vamos complementar o processo de indenização", disse Gleice. A advogada já ingressou com pedido de indenização de R$ 1,37 milhão para a família da adolescente Gabriela Lacerda do Nascimento Uchoa Britto, de 14 anos, também morta no desabamento. O processo foi aberto no dia 28 de abril na 1ª Vara Cível do Fórum João Mendes.
Outro caso de indenização que vai parar na Justiça na próxima semana é o de Olga Donoso, que foi vítima duas vezes da queda do telhado. O primeiro problema ocorreu quatro dias antes da tragédia. No dia 14 de janeiro, Olga foi atingida na cabeça por uma placa de gesso que despencou do teto, o que provocou traumatismo craniano. Já no dia 18 ela sofreu lesão no tornozelo e agora anda de cadeira de rodas e foi obrigada a colocar um pino no local quebrado. Olga quer indenização para os danos pessoais sofridos.
Já entre os moradores da vila na Rua Robertson, vizinha ao templo, cujas casas foram atingidas pelos destroços do desabamento, Marassoré Morégola ingressou com ação indenizatória, mas as negociações com os advogados da Renascer não surtiram efeito. "Mandam telegrama avisando que contrataram empresa para fazer os reparos, mas nada de concreto acontece. A proposta de acordo não foi atendida", reclamou Morégola. Além da casa dele, a de número 33 também continua parcialmente interditada.
A Assessoria de Imprensa da Renascer informou que pedidos de indenizações só podem ser feitos quando há um culpado pelo acidente - o que no caso ainda não está definido. Já a reforma de casas vizinhas ao templo, danificadas no desabamento, conforme a assessoria, está parada por causa da posição dos moradores, que proíbem a entrada de empresa especializada no local.
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