Autor Tópico: Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras  (Lida 305 vezes)

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Offline Diego

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Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras
« Online: 15 de Maio de 2009, 12:39:56 »
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Após o bate-boca de ontem entre tucanos e o democrata Heráclito Fortes (PI), o Senado criou hoje uma CPI para investigar a Petrobras. O vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO) atendeu o pedido da oposição e autorizou a leitura do requerimento que pede uma investigação para apurar possíveis irregularidades constatadas pela Polícia Federal na empresa. A Petrobras não se manifestou.

A CPI também vai apurar denúncias de sonegação fiscal e supostas irregularidades no repasse de royalties a prefeituras. (Saiba o que a CPI quer investigar sobre a Petrobras)

Os 32 senadores que integram o requerimento de instalação da CPI têm até a meia noite de hoje para retirar as assinaturas. Na prática, a leitura do requerimento já representa a criação a CPI. Mas se as assinaturas forem retiradas e não houver um mínimo de 27 nomes a favor da investigação, a CPI é desinstalada.

Perillo foi autorizado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a quebrar o acordo de líderes que suspendeu a instalação da CPI até que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, prestasse esclarecimentos no plenário da Casa.

"O presidente Sarney me telefonou dizendo que era regimental a leitura do requerimento", disse Perillo.

Durante a sessão, também foram criadas outras duas CPI para apurar denúncias na área de Educação e a Amazônia (demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol).

A disputa pela instalação da CPI da Petrobras provocou ontem um mal-estar. Líderes tucanos bateram boca e trocaram ofensas nesta quinta-feira com o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que se recusou a fazer a leitura do requerimento de instalação da CPI no plenário do Senado.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), segunda-vice presidente do Senado, foi chamada às pressas para encerrar a sessão plenária --o que irritou os tucanos. Tasso Jereissati (PSDB-CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) subiram à tribuna do Senado e deram prosseguimento à sessão mesmo com ela encerrada.

Heráclito reagiu às críticas e disse que o PSDB não tinha poderes para cobrar a instalação da CPI uma vez que não participou da reunião em que foi fechado o acordo para sua suspensão. "Se eu fizesse a leitura, quebraria um acordo que são as decisões tomadas pelo colégio de líderes. É tradição na Casa respeitar as decisões", afirmou o democrata.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u566280.shtml


Offline JJ

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Re: Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras
« Resposta #1 Online: 16 de Maio de 2009, 14:58:53 »
CPI torna o Planalto ainda mais dependente do PMDB


Vencido pela oposição na batalha que resultou na criação da CPI da Petrobras, o governo decidiu trabalhar em duas direções:
 
1. Tenta juntar os cacos do consórcio partidário que lhe dá suporte no Senado;
 
2. Busca construir pontes com PSDB e DEM.
 
De todos os movimentos que desaguaram no malogro, o que mais chamou a atenção do Planalto foi a "passividade" do PMDB.
 
Na avaliação de Lula e de seus operadores políticos a letargia não foi casual. A criação da CPI deixa o governo ainda mais à mercê do PMDB.
 
Esperava-se de José Sarney (PMDB-AP) que pelo menos empurrasse a leitura do requerimento da CPI para a próxima semana.
 
Sabia-se que o PSDB, autor do pedido, não arredaria o pé. Mas o governo ganharia um final de semana inteiro para realizar suas manobras.
 
Tramava-se arrastar para fora do pedido de CPI as seis assinaturas que livrariam a Petrobras do risco de ter as vísceras expostas numa investigação parlamentar.
 
Porém, já na noite de quinta (15), Sarney jogara a toalha. Avisara ao governo que não oporia resistências à leitura do requerimento da CPI no plenário. “É regimental”, disse.
 
Com esse gesto, Sarney abortou uma articulação conduzida pelo líder do PT, Aloizio Mercadante, em combinação com o ministro José Múcio (Coordenação Política).
 
Mercadante tentava agendar para a próxima terça-feira (19) um encontro de líderes. Além do final de semana, o governo ganharia a segunda-feira (18).
 
Pelo telefone, Sarney liberou o senador tucano Marcoini Perillo (PSDB-GO), vice-presidente do Senado, para oficializar a criação da CPI.
 
Era o derradeiro gesto de um PMDB que, durante toda a semana, parecera estranho aos olhos do Planalto.
 
O governo espantara-se com a ausência de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, nos esforços anti-CPI. Surpreendera-se com o dar de ombros de Romero Jucá (PMDB-RR), o líder de Lula no Senado.
 
Marconi Perillo voara para Goiânia na quinta (14). Tasso Jereissati (PSDB-CE) despachou seu jatinho particular para trazê-lo de volta a Brasília.
 
Na manhã desta sexta (15), Marcoini estava a postos. Presidindo um plenário vazio (cinco senadores, três dos quais tucanos), ele leu o fatídico requerimento.
 
Embora estivesse em Brasília, Sarney não deu as caras. A tropa governista encontrava-se inteiramente desmobilizada. Só João Pedro (PT-AM) foi ao plenário. E chegou atrasado.
 
Rendido, o Planalto tentou executar em poucas horas o plano que Sarney não lhe permitira pôr em marcha ao longo do final de semana.
 
Havia no pedido de CPI 32 jamegões. Para barrá-la, o Planalto precisava submeter a lista a uma lipoaspiração de seis assinaturas.
 
Correndo contra o tempo, o governo mobilizou três ministros: José Múcio (Coordenação Política), Edson Lobão (Minas e Energia) e Carlos Lupi (Trabalho).
 
Levaram-se à mesa oito nomes. A certa altura, como o relógio jogava contra, decidiu-se priorizar meia dúzia.
 
No DEM, o assédio concentrou-se em Adelmir Santana (DF), Gilberto Goellner (MT) e Jayme Campos (MT).
 
No PSDB: João Tenório (AL). No PDT: Cristovam Buarque (DF). No PTB: Romeu Tuma (SP).
 
Vencido o prazo fatal –meia-noite desta sexta (15)— o Planalto contabilizava duas escassas adesões. Pularam para fora da CPI Cristovam Buarque e Adelmir Santana.
 
A dupla de ‘demos’ matogrossenses –Campos e Goellner— foi contida pelo líder do DEM, José Agripino Maia (RN).
 
Agripino estava no Rio. Ouvira dos correligionários restrições à CPI. Sabia que balançavam. Alcançou-os pelo telefone. E neutralizou o assédio.
 
Não teve sucesso, porém, com Adelmir. Limitou-se a avisar: se retirar a assinatura, vai agir conta o partido. Adelmir retirou.
 
Os argumentos do Planalto pesaram mais do que o vexame de levar o rosto à vitrine numa manobra que, desde a noite anterior, Mercadante intuía que seria infrutífera.
 
Esperava-se de Renan que ajudasse a virar a casaca do tucano alagoano João Tenório. E nada. O Planalto recorreu ao governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), cujas finanças são fortemente dependentes dos repasses de Brasília.
 
Senador e governador tucanos consultaram a cúpula do PSDB. O líder Arthur Virgílio (AM) e o presidente Sérgio Guerra (PE), seguraram João Tenório.
 
Coube a Gim Argello (DF), líder do PTB, a missão de atrair Romeu Tuma (PTB-SP). Encontrou uma resistência que surpreendeu o governo.
 
Tuma abespinhara-se com o comentário que ouvira de um petista. Lembrara-o de que seu filho, Romeu Tuma Jr., está empregado na pasta da Justiça. Mordido, Tuma fincou o pé.
 
Sentindo o cheiro de queimado, José Múcio passou a distribuir afagos à oposição. Telefonou para dirigentes do DEM. Contou-lhes uma lorota que provocou risos.
 
O ministro disse que, em respeito ao partido, não pedira a nenhum ‘demo’ que saltasse fora da lista da CPI.
 
No PSDB, partido que Lula tachara de “irresponsável” pela manhã, Múcio trocou idéias com o “amigo” Sérgio Guerra, pernambucano como ele, e com o líder Arthur Virgílio.
 
Sentiu-lhes o pulso. Ouviu de Virgílio que o PSDB não vai à CPI com pendores pirotécnicos. Agirá com “responsabilidade”.
 
Deseja, segundo disse, preservar a Petrobras, não prejudicá-la. Combinaram de jantar na próxima semana.
 
A CPI terá 11 titulares. O governo faz as contas. Estima que terá uma maioria de um ou dois votos. Basta um azedume do PMDB para que fique em minoria.
 
Na madrugada deste sábado, em conversa com um amigo, Arthur Virgílio disse: “O governo só vira refém do PMDB se quiser. Tratando-nos com respeito, terão uma CPI rigorosa, mas sem espetáculos”.
Escrito por Josias de Souza às 05h52


http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2009-05-10_2009-05-16.html


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Na luta pelo poder, o governo perdeu este round !    :|


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Offline Diego

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Re: Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras
« Resposta #2 Online: 18 de Maio de 2009, 15:24:49 »
Deve ter muita sujeira, pq o governo está desesperado (analisando o nivel das declarações) com esta CPI.

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Para Lula, CPI da Petrobras desvia atenção dos escândalos no Senado

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/05/18/e18057077.asp

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Jobim nega retaliação do PMDB e diz que CPI da Petrobras é briga política

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u567576.shtml

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Dilma e Lula criticam a criação da CPI da Petrobras

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/15/dilma-lula-criticam-criacao-da-cpi-da-petrobras-186589.asp

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Eventual CPI da Petrobras é inoportuna para Lula, diz fonte

http://www.estadao.com.br/noticias/economia,eventual-cpi-da-petrobras-e-inoportuna-para-lula-diz-fonte,370268,0.htm

Offline Dodo

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Re: Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras
« Resposta #3 Online: 18 de Maio de 2009, 15:37:53 »
Gostei dessa parte:

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Na madrugada deste sábado, em conversa com um amigo, Arthur Virgílio disse: “O governo só vira refém do PMDB se quiser. Tratando-nos com respeito, terão uma CPI rigorosa, mas sem espetáculos”.

Traduzindo: a gente não descobre nada e o governo desvia alguns milhões pro nosso bolso.

Detalhe: o Arthur Vírgilio é do PSDB.
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline Diego

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Re: Senado quebra acordo e instala CPI para investigar a Petrobras
« Resposta #4 Online: 18 de Maio de 2009, 16:03:46 »
Mas essa não é as regras das CPI´s???

Nunca vi nenhuma dar em nada.

 

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