Autor Tópico: Homens que são mulheres  (Lida 2443 vezes)

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Offline O Grande Capanga

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Homens que são mulheres
« Online: 26 de Maio de 2009, 15:09:33 »
Artigo do Dr. Drauzio Varela publicado na Folha de S. Paulo de 11/04/09:

DRAUZIO VARELLA

Homens que são mulheres

--------------------------------------------------------------------------------
A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens
--------------------------------------------------------------------------------


DE TODAS as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.

Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis.

Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?

Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.

A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.

Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.

Em ambiente tão hostil poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?

Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.

Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.

Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.

A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria.

Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.

Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.

Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.

A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?

Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?

Offline Renato T

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #1 Online: 26 de Maio de 2009, 15:36:13 »
Ave... nunca imaginei que o Drauzio Varella pudesse escrever um texto tão cheio de besteira.

Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #2 Online: 26 de Maio de 2009, 17:44:24 »
Citar
Artigo do Dr. Drauzio Varela publicado na Folha de S. Paulo de 11/04/09:

DRAUZIO VARELLA

Homens que são mulheres

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A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens
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O texto já começa todo errado. Travestis não são mulheres e muitos nem querem ser. Boa parte deles adora ter pênis e testículos e quer continuar tendo. Ele faz parecer que todo travesti é um transsexual...

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DE TODAS as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.

Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis.

Não vejo isso tudo. São discriminados como qualquer outro grupo fora dos padrões. Nem mais, nem menos.

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Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?

Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.

A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.

Homossexualidade é uma coisa. Travestis são outra. Nem todo homo é traveco. E dizem que nem todo traveco é homo...

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Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.

Em ambiente tão hostil poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?

Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.

Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.

O velho argumento do pobre sofredor, atualizado para travecos. Um monte de gente passa por dificuldades até maiores e mesmo assim não vai para a esquina se prostituir.

E como assim ninguem emprega homossexual pobre? Em quase todo salão de beleza tem um gay pobre. Eles conseguem emprego quando se mostram capazes e dentro do perfil desejado. Infelizmente boa parte dos travestis não tem senso do ridículo e não sabe se comportar adequadamente. Se vestem de maneira ridícula, falam alto, usam um exagero de palavrões em qualquer conversa, falam com qualquer pessoa como se tivessem a maior intimidade... Por isso a maioria tem dificuldade em arranjar emprego.

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Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Prostituição, pelo que sei, é crime. Então se o travesti está se prostituindo tem que ser preso. Qual o problema?

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Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.

Era para colocar indivíduos do sexo masculino em cadeia feminina? Qual a lógica disso? Heteros também são estuprados nas cadeias. Isso não é problema só dos travecos.

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A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria.

Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.

Que triste... vamos criar o programa Bolsa Silicone. Afinal os sofredores pobrinhos travecos precisam de ajuda pra ficarem turbinados...

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Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.

Se algum médico se recusa a atender um paciente por ele ser gay, é discriminação. Basta denunciar.

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Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.

Eles usam tudo isso porque querem. Não vejo motivos para criar um serviço especialmente para eles. Não precisa ser nenhum gênio para saber que não se deve injetar silicone industrial no corpo. E que não se usa hormônios sem indicação médica. E eles podem ser atendidos por qualquer médico. Não precisa ser um especialmente selecionado por características psicológicas. Não importa se o médico gosta ou não gosta de gays. Ele tem que atender. E se não o fizer, denuncie.

O problema dos travestis é automedicação. Problema de boa parte da população, independentemente da orientação sexual. Basta fazer uma campanha para informar sobre os perigos de se automedicar. E melhorar a saúde pública também...

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A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?

Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?

Conversa fiada...
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Moro

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #3 Online: 26 de Maio de 2009, 18:13:48 »
Ave... nunca imaginei que o Drauzio Varella pudesse escrever um texto tão cheio de besteira.

e porque seria besteira Renato T?

Eu concordo..  e vejo os mesmos caga regras preconceituosos de sempre falando que eles se prostituiram porque querem, como se prostituir fosse algo que fosse fundamentalmente errado, que tem que ser preso, que não tem senso de ridículo, etc.., etc..

Há o preconceito sim. O preconceito que eles sofrem é pesado, duro. O Drausio está correto nisso, e não está pedindo nada a mais do que um tratamento respeitoso
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #4 Online: 26 de Maio de 2009, 18:35:17 »
falando que eles se prostituiram porque querem

E não é verdade? Se prostitui quem quer. Podia estar pedindo esmolas.

que tem que ser preso

E não é verdade? Quem comete crimes não deve ser preso?

que não tem senso de ridículo

E não é verdade???

Há o preconceito sim. O preconceito que eles sofrem é pesado, duro. O Drausio está correto nisso, e não está pedindo nada a mais do que um tratamento respeitoso

O que ele faz é tentar convencer os ingênuos de que os travestis são vítimas da suposta sociedade malvada que supostamente os obriga a usar silicone industrial e a se prostituir...

Coitadinhos dos playboys também que são obrigados pela sociedade maligna a usar esteroides anabolizantes. Afinal, playboy frango é discriminado, apanha nas brigas nas boates, é ridicularizado pelos amigos... Nossa, que vida difícil!

Coitadinhos também dos pobrinhos que são obrigados a traficar drogas para comprar Nike de 300 reais. Como eles vão viver sem um Nike no meio dos manos? Vão ser ridicularizados, levar porrada, ser estuprados... E ainda são chamados de marginais! E a polícia os prende!! Que absurdo!

E coitadinhas das patys que são obrigadas a tomar extase nas raves. Senão como vão dançar 3 dias seguidos, beijar muito e soltar as frangas? Coitadas!

O governo devia ter um serviço especial para todas essas pobres vítimas do preconceito... Sim, porque os médicos odeiam playboys bombados, pobrinhos traficantes e patys drogadas. E a polícia então... nossa, eles sofrem quando são pegos pela polícia...

Que piada...
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Offline Moro

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #5 Online: 26 de Maio de 2009, 18:49:36 »
Vê só Orbe

Seu padrão de moral não é o correto. É apenas o seu. Se o cara se prostitui ou pede esmolas é problema dele, e ele tem que ser tratado com respeito.
E o seu padrão de se vestir é o seu.. eles não acham ridículo, e o que eles vestem reflete o poder aquisitivo deles e a cultura deles... tem gente que gosta
E prostituição não é crime... cafetinagem é crime

Drausio não quer convencer ninguem de nada, você é tão preconceituoso que assumiu uma postura de ataque com os travestis. O que ele falou é que eles merecem respeito, e que levam uma vida dolorosa.. é verdade, e sofrem preconceito pacas, como você deveria ter notado..

Serviço especial se dá quando uma classe de pessoas está sendo atendida com preconceito e sofrendo com isso. Se isso é verdade, eu não sei se é, é necessário que se invista para corrigir.
O Drausio é uma pessoa bem ativa, conhece hospitais e presidios, não fica cagando regras a toa...
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Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #6 Online: 26 de Maio de 2009, 19:08:03 »
Vê só Orbe

Seu padrão de moral não é o correto. É apenas o seu. Se o cara se prostitui ou pede esmolas é problema dele, e ele tem que ser tratado com respeito.
E o seu padrão de se vestir é o seu.. eles não acham ridículo, e o que eles vestem reflete o poder aquisitivo deles e a cultura deles... tem gente que gosta
E prostituição não é crime... cafetinagem é crime

Todos esperam respeito. Nem sempre conseguem. Não é questão de ser travesti, negro, judeu ou qualquer outro grupo. Mesmo uma pessoa dentro dos "padrões" é desrespeitada em vários lugares por várias pessoas. Cabe a essa pessoa reclamar e não ficar se fazendo de coitadinha sofredora.

O padrão de vestimenta é da sociedade como um todo. Uma mulher em cargo executivo não vai usar microsaia e minitop purpurinados, com sapato de salto de 15cm, no trabalho. Óbvio que uma mulher que se veste assim não será contratada para um bom emprego. Porque então um travesti deveria ser contratado? Não vejo injustiça alguma quando uma pessoa dessas não consegue emprego.

Então os policiais precisam ser melhor treinados sobre a lei. Pois eles não prendem apenas travestis, prendem também mulheres que se prostituem.

Drausio não quer convencer ninguem de nada, você é tão preconceituoso que assumiu uma postura de ataque com os travestis. O que ele falou é que eles merecem respeito, e que levam uma vida dolorosa.. é verdade, e sofrem preconceito pacas, como você deveria ter notado.

De ataque contra o texto dele. Não contra travestis.

E a vida deles é "dolorosa" como a de muita gente por aí. E eles próprios contribuem para que ela fique ainda pior. E ele faz parecer que é tudo culpa da maligna sociedade. Como se fosse culpa nossa o sofrimento causado pela decisão individual voluntária de injetar hormônios e silicone industrial... Ora, fez isso porque quis. Se sofre com isso, sofre porque tomou uma atitude idiota. Não tem nada a ver com preconceito da sociedade. E sim com idiotice do próprio travesti.

Serviço especial se dá quando uma classe de pessoas está sendo atendida com preconceito e sofrendo com isso. Se isso é verdade, eu não sei se é, é necessário que se invista para corrigir.
O Drausio é uma pessoa bem ativa, conhece hospitais e presidios, não fica cagando regras a toa...

Então precisaremos de serviços especiais para inúmeras classes de pessoas. A saúde pública vai ser toda de serviços especiais para cada grupo que se sente desrespeitado...

E o Drauzio tem o péssimo hábito de retratar criminosos como se fossem coitadinhos. Para ele todo mundo é um pobre sofredor...
« Última modificação: 27 de Maio de 2009, 00:16:24 por Orbe »
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Moro

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #7 Online: 26 de Maio de 2009, 22:26:05 »

Todos esperam respeito. Nem sempre conseguem. Não é questão de ser travesti, negro, judeu ou qualquer outro grupo. Mesmo uma pessoa dentro dos "padrões" é desrespeitada em vários lugares por várias pessoas. Cabe a essa pessoa reclamar e não ficar se fazendo de coitadinha sofredora.

O problema é que sua empatia tende a zero. Você não consegue imaginar o que é sofrer preconceito, de levar uma vida excluída da sociedade, de ter a maior parte dos locais proibidos para você, de ser um paria.
Comparar o que essas pessoas sofrem com patricinhas e etc.. chega a ser bisonho.

A decisão foi deles? Foi, e foi tomada mediante aos meios que eles tinham em mãos. Ou você acha que para alguém não ver que a ação deles faz com que sua própria  vida esteja em risco pode significar outra coisa que falta de recursos, cultura, e uma decisão de sustento...

Padrão de vestimenta é de acordo com a classe social, profissão, cultura, etc...,

Eu não tenho saco para discutir contigo e sei que é recíproco. Caga regras não é comigo. Ver dragon ball Z torna alguém infantil, trair é isso, ser traveco é aquilo, usar chapéu em igreja é aquilo, etc.., etc.....  PQP, eu não tenho mais saco.




“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #8 Online: 26 de Maio de 2009, 23:42:32 »
Eu não tenho saco para discutir contigo e sei que é recíproco. Caga regras não é comigo. Ver dragon ball Z torna alguém infantil, trair é isso, ser traveco é aquilo, usar chapéu em igreja é aquilo, etc.., etc.....  PQP, eu não tenho mais saco.

MaGuEi mIgUxXxo!  ::)

Eu não sei de onde você tirou essa idéia de "cagar regras". Eu dou minha opinião (ainda tenho esse direito?). Você dá a sua e me questiona. Eu defendo a minha e questiono a sua. E segue o debate. Você espera que eu concorde com você o tempo todo? Toda vez que discordamos você faz uma pirracinha infantil como se eu estivesse mandando na sua vida... Viva sua vida como quiser. Minha opinião não faz diferença alguma para você.

Também não sei de onde tirou essas idéias citadas aí... Nunca disse o que faz alguem se tornar infantil, nunca disse que ser traveco é isso ou aquilo, nunca falei sobre chapéu na igreja...  :no:
« Última modificação: 27 de Maio de 2009, 00:14:58 por Orbe »
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Renato T

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #9 Online: 27 de Maio de 2009, 08:53:26 »
Ave... nunca imaginei que o Drauzio Varella pudesse escrever um texto tão cheio de besteira.

e porque seria besteira Renato T?

Eu concordo..  e vejo os mesmos caga regras preconceituosos de sempre falando que eles se prostituiram porque querem, como se prostituir fosse algo que fosse fundamentalmente errado, que tem que ser preso, que não tem senso de ridículo, etc.., etc..

Há o preconceito sim. O preconceito que eles sofrem é pesado, duro. O Drausio está correto nisso, e não está pedindo nada a mais do que um tratamento respeitoso

Besteira porque o que ele diz é reducionismo puro: Tudo é culpa de fatores externos. "travestis só aparecem nas famílias humildes.", "Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.", "Quem dá emprego para homossexual pobre?", "Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso.". Como se o impulso de se vestir de mulher fosse só da classe mais pobre, ou seja, acaba-se com a pobreza e essas pessoas desapareceriam ou deixariam de ter esse impulso. Como se fosse impossível arranjar um emprego sendo gay e que os gays ricos não viram travestis, viram artistas.

Sobre a prostituição não falo nada, é um meio de subexistência; mas assim como tem gente que gosta de travesti, tem aqueles que adoram sê-lo.

E não contesto que exista preconceitos e que devia existir um tratamento melhor, mas a descrição do "problema" que ele fez foi pra lá de ridícula.

Offline Pellicer

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #10 Online: 27 de Maio de 2009, 09:38:24 »
Quem comete crimes não deve ser preso?

Drausio não quer convencer ninguem de nada, você é tão preconceituoso que assumiu uma postura de ataque com os travestis. O que ele falou é que eles merecem respeito, e que levam uma vida dolorosa.. é verdade, e sofrem preconceito pacas, como você deveria ter notado.

De ataque contra o texto dele. Não contra travestis.

Estou confuso. É o texto que comete crimes e deveria ser preso?

Offline HFC

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #11 Online: 27 de Maio de 2009, 11:29:10 »
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Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Prostituição, pelo que sei, é crime. Então se o travesti está se prostituindo tem que ser preso. Qual o problema?

Está na hora de você atualizar seus conhecimentos ... Diga-me, por favor, onde se configura a prostituição como crime.  Lei e artigo  :smartass: :ok: !
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Offline Lua

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #12 Online: 27 de Maio de 2009, 11:38:17 »
DE TODAS as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.

Discordo. Homossexuais também são vítimas de um preconceito que estigmatiza e exclui pessoas. O simples fato de uma pessoa gostar de outra do mesmo sexo já é alvo de preconceito, imagine alguém que ostensivamente adote um comportamento do sexo oposto de forma caricaturada - na maioria das vezes.

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Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.

A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?

Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?

Até onde sei, desde meados do ano passado o SUS passou a custear cirurgias de mudança de sexo, além do acompanhamento psicológico e clínico pré e pós-cirúrgico. Como qualquer medida nova, leva-se tempo para que seus efeitos sejam sentidos e sua aplicabilidade se dê, de fato.

A meu ver, não um centro especializado unicamente em travestis/transexuais, mas também voltado para outros grupos igualmente estigmatizados. Um centro de apoio psicológico/psiquiátrico com vinculação direta com os serviços médico-hospitalares. Não apenas travestis sentem-se 'estranhos no ninho', mas também inúmeros outros indivíduos portadores de distúrbios de ordem mental e psicológica, além de disfunções/defeitos físicos.

E quanto à questão do governo se abster a esse respeito, discordo: o sistema de saúde também é evolutivo e obedece à demanda que surge com o passar do tempo. Se atualmente existe um grupo numeroso de pessoas que se vêem envolvidas em tratamentos/intervenções de alto risco com consequências danosas à sua saúde, cabe ao SUS intervir. É o que visualizo no caso do aborto: acontece, é um fato, precisa ser realizado com os devidos cuidados médicos sob pena de manter-se alto o número de mulheres que morrem/ficam estéreis todos os anos por conta de abortos clandestinos.

Por fim, achei o texto do Drauzio radical demais. A negativa de atendimento por preconceito em razão do sexo é crime e os responsáveis podem ser punidos tanto criminalmente quanto civilmente. E o sistema não exclui: passou a incluir, mas como todo e qualquer tratamento, leva tempo para que hospitais e clínicas se adaptem à nova realidade.

E para os preconceituosos, é sempre recomendável manter a língua dentro da boca quando se trata de exprimir opiniões pessoais que representem preconceito contra determinado grupo ou pessoa. Por algum tempo, ainda teremos casos como o de uma mulher que se ofendeu quando travestis entraram no vestiário feminino de uma loja e ingressou com uma ação pleiteando danos morais do dono do estabelecimento.  :no:
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Lua

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #13 Online: 27 de Maio de 2009, 11:45:53 »
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Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Prostituição, pelo que sei, é crime. Então se o travesti está se prostituindo tem que ser preso. Qual o problema?

Está na hora de você atualizar seus conhecimentos ... Diga-me, por favor, onde se configura a prostituição como crime.  Lei e artigo  :smartass: :ok: !

Prostituição não é crime em nosso país, ou seja, nem a(o) prostituta(o) nem seu cliente cometem um delito. O que é crime, segundo nosso CP, é o fomento à prostituição e a contratação de prostitutas para trabalharem em casa reservada para fins libidinosos.

Só a título de informação: o crime é chamado de lenocício ou '"mediação para servir à lascívia de outrem", estando previsto nos arts. 227 a 230 do CP.

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    Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
    Pena - reclusão, de um a três anos.
    § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
    Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
    § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
    Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
    § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
    Favorecimento da prostituição
    Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que alguém a abandone:
    Penaas hipóteses do § 1º do artigo anterior:
    Pena - reclusão, de três a oito anos.
    § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
    Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
    § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
    Casa de prostituição
    Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou :lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
    Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
    Rufianismo
    Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
    Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
    1º - Se ocorre qualquer das hipóteses do § 1º do art. 227:
    Pena - reclusão, de três a seis anos, além da multa.
    § 2º - Se há emprego de violência ou grave ameaça:
    Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da multa e sem prejuízo da pena correspondente à violência.

Se prostituição fosse crime, as cadeias estariam ainda mais abarrotadas e as ruas praticamente vazias...para desespero de muita gente... ::)
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Offline HFC

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #14 Online: 27 de Maio de 2009, 13:25:55 »


Prostituição não é crime em nosso país, ou seja, nem a(o) prostituta(o) nem seu cliente cometem um delito. O que é crime, segundo nosso CP, é o fomento à prostituição e a contratação de prostitutas para trabalharem em casa reservada para fins libidinosos.


Foi maldade minha perguntar para o Orbe... :diabo: Maldade premeditada  e intencional!
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Se prostituição fosse crime, as cadeias estariam ainda mais abarrotadas e as ruas praticamente vazias...para desespero de muita gente... ::)
Amém!!! Jesus seja louvado! :histeria: :ok:
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Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #15 Online: 27 de Maio de 2009, 14:37:33 »
Se prostituição fosse crime, as cadeias estariam ainda mais abarrotadas e as ruas praticamente vazias...para desespero de muita gente... ::)

Então porque é tão comum ver policiais prendendo prostitutas e travestis em pontos de prostituição aqui no RJ? Não há nada nas leis que fundamente essas prisões?
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Lua

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #16 Online: 27 de Maio de 2009, 15:44:56 »
Amém!!! Jesus seja louvado! :histeria: :ok:

Aleluia, irmão!  :histeria:

Se prostituição fosse crime, as cadeias estariam ainda mais abarrotadas e as ruas praticamente vazias...para desespero de muita gente... ::)

Então porque é tão comum ver policiais prendendo prostitutas e travestis em pontos de prostituição aqui no RJ? Não há nada nas leis que fundamente essas prisões?

Orbe, não posso descobrir os motivos que levam policiais a prender prostitutas e travestis onde quer que seja pelo simples fato de que não sei qual a situação concreta em que estão envolvidos. Posso afirmar que prostituição não é crime, embora não seja uma profissão legalizada. O que sei é que agenciar prostitutas ou manter local para que elas prestem seus serviços com habitualidade são crimes previstos no CP.

Sendo assim, fundamentar a prisão com base na prática de prostituição não é argumento válido, sendo facilmente resolúvel através de Habeas Corpus. Dessa forma, procure descobrir os motivos que fundamentam essa prisões ou que são 'inventados' pelos policiais para que prendam prostitutas e travestis pelo simples fato de serem preconceituosos em relação a esses profissionais do sexo.

Eu sempre acho interessante o preconceito que alguns homens e mulheres mantém em relação a prostitutas e travestis... Ou são excessivamente conservadores e pudicos ou profundamente hipócritas - Na maioria das vezes, a segunda opção.  ::)
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Offline Orbe

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #17 Online: 27 de Maio de 2009, 16:03:03 »
Orbe, não posso descobrir os motivos que levam policiais a prender prostitutas e travestis onde quer que seja pelo simples fato de que não sei qual a situação concreta em que estão envolvidos. Posso afirmar que prostituição não é crime, embora não seja uma profissão legalizada. O que sei é que agenciar prostitutas ou manter local para que elas prestem seus serviços com habitualidade são crimes previstos no CP.

Sendo assim, fundamentar a prisão com base na prática de prostituição não é argumento válido, sendo facilmente resolúvel através de Habeas Corpus. Dessa forma, procure descobrir os motivos que fundamentam essa prisões ou que são 'inventados' pelos policiais para que prendam prostitutas e travestis pelo simples fato de serem preconceituosos em relação a esses profissionais do sexo.

Eu sempre acho interessante o preconceito que alguns homens e mulheres mantém em relação a prostitutas e travestis... Ou são excessivamente conservadores e pudicos ou profundamente hipócritas - Na maioria das vezes, a segunda opção.  ::)

Que estranho...

Depois procuro saber com alguns conhecidos meus que são policiais.

Mas se prostituição não é crime, então não vejo problema. Por mim que prostitutas e travestis vendam seus corpos livremente. E se essas prisões estão acontecendo por puro preconceito, eles que procurem ONGs e a defensoria pública para ajudar a processar os policiais responsáveis.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Tupac

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #18 Online: 27 de Maio de 2009, 18:37:23 »
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Besteira porque o que ele diz é reducionismo puro: Tudo é culpa de fatores externos.
Isso me lembrou um certo país com um senhor amante de charutos... e um outro que tem relação com seriado das tardes do SBT...
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Offline Renato T

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #19 Online: 27 de Maio de 2009, 22:49:55 »
Citar
Besteira porque o que ele diz é reducionismo puro: Tudo é culpa de fatores externos.
Isso me lembrou um certo país com um senhor amante de charutos... e um outro que tem relação com seriado das tardes do SBT...

É... eu pensei nisso quando escrevi; mas deixemos essa discussão pra outro tópico.

Offline HFC

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #20 Online: 28 de Maio de 2009, 16:32:22 »
Então porque é tão comum ver policiais prendendo prostitutas e travestis em pontos de prostituição aqui no RJ? Não há nada nas leis que fundamente essas prisões?

Bem, o que vc vê é a polícia militar, que em termos jurídicos não é "polícia"  levar presas prostitutas e travestis, por conhecer ou suspeitar de tais pessoas, "presas" até delegacias, como forma de intimidação. Essa intimidação é efetiva para alguns crimes que ocorrem dentro desses grupos (tráfico de drogas, pequenos furtos, etc) .  Mas rigidamente, pela  atividade tais grupos/pessoas não estão cometendo crimes. Algumas vezes, policias tentam enquadrar os comportamentos de prostitutas dentro de contravenções, mas nem isso efetivamente pode ser juridicamente aceito. A questão é mais comportamental/social, não é uma questão jurídica. 
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Offline Moro

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #21 Online: 28 de Maio de 2009, 21:03:12 »
muito bom... muito bom

O que eu imagino é que bom senso é tão presente quanto falta de preconceito na sociedade humana, em particular na cética.

Uma vez eu estava fazendo um "workshop" e perguntei: Quem conhece um desenvolvedor ruim? Todos levantaram a mão. Depois perguntei: Quem é um desenvolvedor ruim... silêncio.

Se vocês não são iguais a mim que tiveram que lutar contra preconceitos, não tem preconceito nenhum... excelente. Mas a vida prática não está repleta de pessoas como as desse site. Eu por exemplo tive que lutar contra preconceito contra petistas, contra veados em minha juventude, contra uma série de outros.

Mas enfim, em conversa com pessoas de fora desse site eu vejo preconceito contra travestis. Um monte. E não conheço travestis ricos, e mais especificamente travestis ricos que se estrepam nas ruas para adquirir um troco, que é o que o Drausio está falando. O mundo que eu conheço não é esse, mas claro que posso estar enganado.

Travestis vivem em um vazio. Sem família, sem amigos fora do seu circuito, com rejeição da maior parcela (não cética) da sociedade. Eu sei que para alguns qualquer referência a sofrimento é visto com uma postura, digamos, caga-regrianas de "só porque é coitadinho, ou tomou sua decisão que arque, etc...". Eu sinto muito por pessoas que não conseguem se colocar na pele de outras, eu sinto muito por pessoas que não entendem que as decisões de nossa vida são tomadas sob circunstâncias muitas vezes fora do nosso controle, e sinto muito pelos caga-regras.

A defesa para o travesti viver em alguma estabilidade? Perder a sanidade, entrar em um pseudo-autismo..  Sofrer, para muitos não quer dizer nada...

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Stéfano

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #22 Online: 29 de Maio de 2009, 09:01:07 »
A informação de que não há serviços de endocrinologia para orientá-los em relação aos hormônios é falsa. Na Unicamp, por exemplo, há um ambulatório de endocrinologia específico para isso. A informação de que em hospitais gerais os travestis geralmente não conseguem passar da portaria carece de fontes.

Quanto ao uso "doméstico" de silicone, é realmente um problema, mas que aparentemente está desaparecendo. Mas não por redução do preconceito, mas porque o acesso à cirurgia plástica estética aumentou muito para todos na última década. O auge do uso de injeções de silicone foi quando praticamente ninguém tinha acesso.

Do resto, acho que deveríamos tratar travestis com o mesmo respeito que tratamos qualquer outra pessoa. Eles não tem menos direitos que os outros - mas também não tem mais.

PS: para os que, digamos assim, apreciam o assunto em questão, cuidado. Como são a parcela mais marginalizada da prostituição, é comum que travestis façam "programas" sem preservativos. Isso faz com que tenham um índice elevadíssimo de DSTs
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Offline Moro

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #23 Online: 29 de Maio de 2009, 12:03:21 »
Do resto, acho que deveríamos tratar travestis com o mesmo respeito que tratamos qualquer outra pessoa. Eles não tem menos direitos que os outros - mas também não tem mais.

Esse é uma dúvida que tenho Stéfano.

Pega-se uma parcela da população que é claramente marginalizada e que tem, na prática, menos direitos.
E então não se faz nada para mudar a situação porque teoricamente ela não pode ter mais direitos.

Não arrumo a situação prática para não mudar a questão teórica, e não aceito que a teoria está falha a partir de uma evidência prática.

Eu tento ver as questões sob o ponto de vista prático: Existe uma camada da população não atendida decentemente, o mecanismo não está funcionando. Há que se fazer algo, há que se investir em alguns lugares para corrigir.
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Offline O Grande Capanga

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Re: Homens que são mulheres
« Resposta #24 Online: 29 de Maio de 2009, 12:07:54 »
Eu vi nesta semana no "Brasil Urgente" que um tal de Malhação (apelido do bandido) era uma espécie de chefão da cafetinagem (proxenetagem) de travestis na cidade de São Paulo. O sujeito buscava pivetes do norte e nordeste com jeito de viado e os convenciam a virar travecos. Tinha moleque de 12, 13 anos... Ele tinha o que era chamado de "Laboratório de Travestis". Lá ele transformava a molecada em traveco: silicone industrial e muito homônio feminino. Aí, depois, é aquela velha história: eles tinham que se prostituir e pegar pro cafetão. E o cara era violento: já matou não sei quanto na paulada. Ele morreu numa troca de tiros com a polícia.

 

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