Autor Tópico: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica  (Lida 853 vezes)

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Uma excelente iniciativa. Espero que dê resultados e não, como muita coisa, fique só no papel.

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Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica


25 May

Mídia : Agência Brasil

Data : 25/05/2009

Brasil deve ser autossuficiente em fertilizantes em dez anos, diz ministro

O governo federal apresentará, até o fim de junho, o detalhamento do Plano Nacional de Fertilizantes, uma consolidação da proposta do Ministério da Agricultura, em conjunto com outras pastas, para a redução da dependência externa do país no setor. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou nesta sexta-feira a meta de dez anos para que o país atinja a autossuficiência.

“Está comprovado que o Brasil tem jazidas, tem depósitos suficientes para se tornar autossuficiente. O que precisamos é, em alguns casos, dimensionar melhor isso e, em outros casos, pesquisar um pouco mais, e em outras jazidas, inclusive, retomar de quem está com direito de licença, tanto de pesquisa quanto de lavra, e não as realizou”, afirmou o ministro.

No detalhamento, devem estar definidas as modalidades de exploração escolhidas pelo governo e também datas para licitações nos casos da entrada de empresas privadas nas explorações, além das cassação das licenças de quem não explorá-las. Stephanes disse que algumas questões devem ser definidas em reunião, prevista para ocorrer em até duas semanas, com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Atualmente, o país importa, em média, 73% dos fertilizantes mais usados pelos agricultores. A produção de nitrogenados é feita pela Petrobras e, segundo Stephanes, a dependência das importações pode ser resolvida em cinco anos. De acordo com o agrônomo Ali Saab, assessor de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, a Petrobras já anunciou investimento de US$ 2,2 bilhões para uma nova fábrica de ureia.

Em fósforo e potássio, que com os nitrogenados compõem a lista dos três principais fertilizantes usados nas lavouras, a dependência brasileira é maior, de 75% e 91%, respectivamente, e a exploração está sendo feita por empresas privadas. Por isso, o tempo para chegar à autossuficiência deve ser maior, de seis a oito anos para o primeiro e de até dez anos para o segundo.

No caso do potássio, o país importou no ano passado cerca de 6,5 milhões de toneladas, o que representou um gasto de US$ 5 bilhões aos produtores. O problema é maior, segundo o ministro, porque a maior parte da produção está localizada em apenas quatro países e é controlada por três empresas multinacionais, que acabam determinando o preço final do produto independentemente das mudanças na economia.

Vulnerabilidade

O Brasil, segundo maior produtor agrícola do mundo, também é um dos mais vulneráveis. Num panorama mundial que leva em conta a produção de fertilizantes de grandes produtores em relação às suas necessidades de consumo, apresentado hoje pelo ministro, enquanto o Brasil produz 35%, a situação da França é um pouco pior (29%), mas outros concorrentes são bem mais privilegiados, como Argentina (77%), Estados Unidos (81%), China (97%) e Alemanha (140%).

O valor do mercado de fertilizantes no Brasil chega a US$ 15 bilhões. Cerca de US$ 300 milhões são pagos já na entrada do produto nos portos do país, com o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante. Os gastos gerados por causa da falta de estrutura e o tempo que se gasta nos portos brasileiros são estimados em US$ 140 milhões.

Atualmente, todos os fertilizantes estão numa lista de exceção que não paga a Tarifa Externa Comum (TEC) para produtos importados de países de fora do Mercosul. A dependência brasileira ganhou mais importância e preocupação nas discussões do governo quando os preços dos alimentos se elevaram no início do ano passado, impulsionados pelos altos custos de produção, principalmente de fertilizantes, que, em alguns casos, subiram mais de 100% em um ano.

“O que mudou foi que o governo tomou a decisão política de que essa é uma questão estratégica, de vulnerabilidade, e que o governo precisa assumir e decidir uma política em relação aos fertilizantes”, afirmou Stephanes.


http://defesabr.com/blog//25/05/2009/plano-nacional-de-fertilizantes-fim-da-vulnerabilidade-estrategica/

Offline Unknown

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #1 Online: 28 de Setembro de 2011, 01:40:11 »
Vale investe US$ 15 bilhões para ser a quinta do mundo em potássio

A Vale Fertilizantes quer ser a quinta maior produtora de potássio do mundo até 2020 e, para isso, está investindo US$ 15 bilhões. A afirmação foi feita hoje pelo diretor executivo de Fertilizantes da Vale, Mário Alves Barbosa Neto, que reiterou o foco da empresa na área de fertilizantes. 

Presente no 14º Congresso Brasileiro de Mineração, que acontece em Belo Horizonte até quinta-feira, o executivo afirmou ainda que o acordo com a Petrobrás no segmento “deve sair no curto prazo”.

A Vale e a Petrobras estão discutindo um acordo para explorar uma mina de carnalita – minério do qual se extrai o cloreto de potássio. Está em discussão, como antecipou o Valor, o arrendamento ou cessão à Vale de uma jazida que a Petrobras tem em Maruim (SE), o que destravaria um megaprojeto da mineradora para a produção anual de até 2,4 milhões de toneladas de potássio.

O empreendimento é estimado em US$ 4 bilhões, com início da operação em 2015, e prevê também uma unidade química de processamento de adubos.

http://www.valor.com.br/empresas/1021844/vale-investe-us-15-bilhoes-para-ser-quinta-do-mundo-em-potassio

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #2 Online: 28 de Setembro de 2011, 11:44:20 »
Boa iniciativa. Porém... eu era capaz de jurar que o Lula já tinha tornado o Brasil autossuficiente em fertilizantes. Afinal de contas, a experiência tem nos mostrado que basta colocar-se um microfone na mão do dito-cujo que abrem-se miraculosamente as comportas de um imenso reservatório de Bullshit de alto grau de pureza. Uma cascata de estrume retórico suficiente para fertilizar todo os campos do Centro-Oeste.
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Offline Titoff

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #3 Online: 28 de Setembro de 2011, 11:48:59 »
Estão levantando uma planta de fertilizantes pelo empreendimento do COMPERJ. Não sei a que pé está, mas acho que já na construção e montagem.

Offline uiliníli

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #4 Online: 28 de Setembro de 2011, 13:12:38 »
Boa iniciativa. Porém... eu era capaz de jurar que o Lula já tinha tornado o Brasil autossuficiente em fertilizantes. Afinal de contas, a experiência tem nos mostrado que basta colocar-se um microfone na mão do dito-cujo que abrem-se miraculosamente as comportas de um imenso reservatório de Bullshit de alto grau de pureza. Uma cascata de estrume retórico suficiente para fertilizar todo os campos do Centro-Oeste.

Esses fertilizantes que você está pensando são os orgânicos, mas as plantas precisam de nutrientes obtidos de fertilizantes inorgânicos também, baseados em nitrogênio, fósforo e potássio. Se eu não me engano o Brasil é autossuficiente em fertilizantes fosfatados, poderia ser em fertilizantes nitrogenados com mais investimento, e não produz um grama de fertilizantes a base de potássio atualmente. Eu cheguei a aprender na universidade que o Brasil simplesmente não tinha jazidas de onde estrair esses minérios de potássio e teria que se contentar eternamente em importar esse tipo de produto, para você ver como essa história da Vale é coisa nova.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #5 Online: 28 de Setembro de 2011, 14:05:23 »
Boa iniciativa. Porém... eu era capaz de jurar que o Lula já tinha tornado o Brasil autossuficiente em fertilizantes. Afinal de contas, a experiência tem nos mostrado que basta colocar-se um microfone na mão do dito-cujo que abrem-se miraculosamente as comportas de um imenso reservatório de Bullshit de alto grau de pureza. Uma cascata de estrume retórico suficiente para fertilizar todo os campos do Centro-Oeste.

Esses fertilizantes que você está pensando são os orgânicos, mas as plantas precisam de nutrientes obtidos de fertilizantes inorgânicos também, baseados em nitrogênio, fósforo e potássio. Se eu não me engano o Brasil é autossuficiente em fertilizantes fosfatados, poderia ser em fertilizantes nitrogenados com mais investimento, e não produz um grama de fertilizantes a base de potássio atualmente. Eu cheguei a aprender na universidade que o Brasil simplesmente não tinha jazidas de onde estrair esses minérios de potássio e teria que se contentar eternamente em importar esse tipo de produto, para você ver como essa história da Vale é coisa nova.

Sobre as medidas do governo: fico feliz de saber que nesse caso que a exploração estará aberta a empresas privadas. Sobre os fertilizantes nitrogenados, uma pergunta de leigo: eu achava que estes podiam ser sintetizados em escala industrial.
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Alan Watts

Offline uiliníli

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Re: Plano Nacional de Fertilizantes - Fim da Vulnerabilidade Estratégica
« Resposta #6 Online: 28 de Setembro de 2011, 18:49:54 »
E podem. E são. Você pode tirar nitrogênio do ar para isso, via destilação criogênica. O nitrogênio é usado para produzir amônia pelo famoso processo Haber-Bosch e a amônia por sua vez é insumo para produzir fertilizantes. Ou explosivos. Esse Haber, a propósito, é o mesmo judeu alemão que ganhou o Nobel da Química em 1910 e desenvolveu armas químicas para a Alemanha durante a Primeira Guerra, as mesmas armas que foram usadas para matar outros judeus alemães durante a Segunda Guerra.

 

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