http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1237721Parlamento britânico: Escândalo afasta líder da Câmara dos ComunsMartin era acusado de tentar esconder o caso das despesas irregulares
2009-05-20
RITA JORDÃO, CORRESPONDENTE EM LONDRES
O presidente da Câmara dos Comuns do Parlamento britânico pediu a demissão, esta terça-feira, depois dos fortes ataques que lhe foram dirigidos pela foram como lidou com o escândalo das despesas irregulares de vários deputados.
Num discurso que durou apenas 33 segundos, Michael Martin anunciou o abandono do cargo. A demissão foi a mais recente baixa num escândalo que tem vindo a abalar o sistema político britânico, afectando particularmente os dois grandes partidos: Trabalhistas e Conservadores.
Martin estava sob ataque desde a semana passada, devido à forma como conduziu o escândalo das despesas irregulares que vários deputados reclamaram, durante anos, e que foram agora denunciadas pelo "Daily Telegraph".
Durante os últimos dias, vários líderes políticos pediram o seu afastamento, incluindo o líder da Oposição, David Cameron, que afirmou que Martin tem "muitas questões para responder" e defendeu a votação de uma moção de censura. A crítica de Cameron surgiu mais de depois do forte ataque feito pelo líder do terceiro partido mais forte, o liberal democrata Nick Clerg.
A recente crise política foi levantada pelo diário inglês, que teve acesso à lista das despesas reclamadas pelos deputados, levando à suspensão e demissão de vários políticos trabalhistas e conservadores. O líder da Câmara batalhou, no entanto, contra a publicação das despesas e travou reformas progressistas que visavam combater situações como as de vários deputados que cobraram ao Estado contas de 1500 euros, em motoristas privados, ou reclamado ilegalmente milhares de euros em segundas residências.
Num curto discurso final na Câmara dos Comuns, Martin explicou que "desde que entrei nesta casa, há 30 anos, senti sempre que a Câmara funciona no seu melhor quando está unida. Para que essa união seja mantida, decidi que deixarei a minha posição como presidente".
A decisão foi tomada após uma reunião com o primeiro-ministro, Gordon Brown, e antes de um encontro agendado para a tarde de ontem com os três principais líderes políticos para discutirem a crise política. Martin tornou-se, assim, no primeiro presidente da Câmara dos Comuns a ser forçado a sair desde 1695.
O caso das despesas irregulares veio criar um ambiente de desconfiança entre o eleitorado britânico, em vésperas de eleições locais e europeias.
Sondagens recentes mostram que o partido do Governo voltou a perder apoio do eleitorado, baixando agora para os 23% das intenções de voto, enquanto que os Conservadores desceram também em seis pontos, mas mantêm-se confortavelmente na linha da frente, com 39% das intenções de voto.
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E o PT inglês também fazendo das suas... a diferença é que lá as cabeças rolam, aqui acaba tudo em pizza.
