Sendo imigrante, na Espanha, te respondo.
A questão da imigração é uma questão de luta de classe (entenda-se "não diminuição - já nem se contempla aumentos - dos salários"), e nenhum governo, esquerda liberal ou direita não autoritária pode fazer nada porque: 1) não lhes convém, economicamente, 2) qualquer solução não "genocida" é inviável a medio-prazo.
Há partes da esquerda que entendem isso e vem necessária uma política restritiva, que ao meu ver, não seria de muita ajuda estando a África a tão poucos kilometros. De todas formas, a pesar da influência sobre uma parte que eu diria que não é dominante das classes mais baixas, a xenofobia tem um teto eleitoral relativamente baixo, uns 20-30%, pelo menos nos países socialmente mais avançados da Europa (França, Alemanha).
Eu não sei o que você vê como partidos "centristas" na Europa. Essa radicalização que você supôs no seu segundo comentário não existe; você não tem mais que comparar as políticas dos Laboristas/Conservadores ou ver a "Grande Coligação" alemã entre a CDU e o SPD. Aliás, em que se diferenciaria um partido centrista dos partidos ditos de esquerda ou conservadores na maioria dos países europeus?
Em quanto ao Zapatero, é menos "de esquerda" que o Lula em todos os aspectos possíveis, tendo em conta as sociedades de ambos países. Reduziu os impostos dos ricos, manteve subvenções à escolas privadas religiosas, manteve tropas no Afeganistão - saiu do Iraque, sim - apoia o Tratado de Lisboa, completamente "neoliberal", etc. Certamente é mais palatável que a oposição do PP, mas essa oposição, tirando os poloneses e alguns outros, é a mais cavernícola da Europa.