Eu vejo a analogia no sentido de aplicar-se a teoria da seleção natural ao campo das idéias, não restrito apenas à cultura, mas às ciências humanas como um todo. Quando da formação de um conceito, por exemplo, quais são suas alterações, formas de propagações e, enfim, os efeitos num grupo social. Por enquanto é somente uma perspectiva, comparada ao gene somente pelo mecanismo de propagação e (acho!) manutenção deste, a seleção natural. Nada há ainda de concreto, mas uns poucos, como o Daniel Dennett, tem essa pretensão, é aguardar e ver no que dá. Ele defendeu bem a idéia no vídeo, por uma perspectiva muito interessante, comparando germes que controlam a mente das formigas, que tomam uma atitude sem nenhuma vantagem evolutiva pra formiga, com os “memes” do islamismo, que instigam seus hospedeiros, ao menos em algumas de suas vertentes, ao suicídio em nome do meme islâmico. (No caso da formiga, o germe faz aquilo pra completar seu ciclo de vida, no caso do Islã, talvez ajude nessa questão do mártir, na difusão de sua vertente mais fundamentalista, sei lá!).
Vejo a proposta apenas desta forma, e ao menos por enquanto, como perspectiva. Será difícil transformá-la em ciência, e eu não sei muito disso, como no caso da quantificação, ou a criação de um modelo passível a verificações. Por enquanto ela vai encontrando algum espaço apenas como perspectiva... Outro problema seria sua redução, como nos genes. Memes são idéias, e estas não comportam apenas uma definição, sequer a redução a um elemento básico o qual se pode fundamentar uma teoria científica.
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Algo como um “Projeto Memoma Humano”, seria uma forma (não a única e não a necessária, a princípio) de se desvendar a ideologia formadora da consciência humana, ou de alguns grupos...