mas é claro e cristalino que vai.
quando eu leio um texto deste (daquele, do Lee Gomes) fico um misto de feliz e profundamente decepcionado. Feliz em perceber que existe mediocridade num país como os EUA, e mais numa revista como a Forbes, provando que mediocridade não é prerrogativa terceiromundista. E profundamente decepcionado porque afinal somos todos humanos, humanos falam merda e é esse tipo de excremento que se propaga e é mantido como um cobertor quentinho que protege os cidadãos menos afortunados no quesito 'bom senso' das agruras do pensamento crítico.
O que está completamente fora de moda, sem a menor sombra de dúvida, não é nem de longe o interesse em fazer e/ou pesquisar uma AI (artificial Intelligence). O que foi (felizmente) abandonado, e isso deve-se às intensas e extensas pesquisas nas áreas de Física Estatística, Biologia Molecular e Neurofisiologia (entre outras relacionadas), que cansaram de mostrar que a mente humana não é um "programa" de computador. Essa bobageira Aristotélica (leia-se cristã-evangélica) de querer separar corpo da "alma" (mente), certo de errado, bom de mau, é que ficou para trás. Na Natureza é muito muito difícil corpos e fenômenos macroscópicos apresentarem senão uma extensa e praticamente contínua gradação de cores, sabores, texturas e composições. Justo a mente, a mais complexas da 'fábrica' da Natureza, teria que ser uma excessão, teria que ser "separável" do corpo que a mantém, teria que ser destacável, tal como Aristóteles gostaria que fosse. Puro delírio.
Mais do que nunca estamos perto de entender como o cérebro funciona, já existem pelo menos 3 boas candidatas à Teoria da Mente. Temos modelos simulacionais muito bons (Strogatz, com seus modelos de osciladores acoplados descreveu linda e soberbamente a geração e manutenção dos ritmos circadianos mantidos pelo cérebro humano há mais de 15 anos). Reproduzir uma AI não é uma questão de se fazer um bom programa. A mente tem-se mostrado dependente do "hardware", e todo mamífero que se preze tem um hardware respeitável. O cérebro sozinho não conhece a Natureza, ele depende da tradução feita pelos olhos, pela pele, músculos, tato, paladar, olfato. Um cérebro não é um computador no sentido de uma máquina de vonNeumann. Compará-lo a isso, em pleno século XXI é plenamente vexatório. É desconher completamente todos os avanços que temos conseguido. Hoje temos câmeras fotográficas que reconhecem rostos. Temos softwares capazes de reconhecer e comandar braços mecânicos para manipular formas geométricas.
Não me espanta tanto um profissional escrever um lixo de resenha daquele. O que me deixa de boca aberta é saber que um profissional que trabalha para uma revista tão conceituada tem uma visão tão estreita do mundo, tendo o acesso que temos à informação. O cidadão limita-se a fazer "pesquisa" (tem gente realmente acha que procurar por palavras no google seja de fato pesquisa) sem talvez sequer ler o que conseguiu como resultado. Seria cômico se não fosse trágico, que a mídia na qual Lee Gomes publicou sua opinião ridícula, seja justamente o canal de acesso a toda informação que temos hoje.