"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor. Porque o marido é a cabeça da mulher..." (Ef. 5: 22, 23)
"... assim também as mulheres sejam EM TUDO sujeitas a seus maridos." (Ef. 5: 24-b)
"ela era um ser acidental e falho e que seu destino é o de viver sob a tutela de um homem, por natureza é inferior em força é dignidade". (São Tomas de Aquino).
Pra quem já foi crente, sobretudo evangélico, sabe que o papel da mulher é limitado à vontade do homem. Muitos tentam ludibriar com uma série de argumentos, mas não conseguem fugir do óbvio. A mulher é sim um ser visto de forma preconceituosa e arrogante pela a maioria dos religiosos. Isso é fruto de uma crença que tem durado muito tempo.
A bíblia é clara quando diz que a mulher é um ser inferior e frágil. Os versículos acima são apenas alguns do vários que mostram isso. Essa concepção é bastante antiga. Hoje, embora elas tenham conquistado parte de seus objetivos, ainda são estigmatizadas como fonte de pecado e de maldade, assim como descreve o Gênesis na lenda de Adão e Eva.
Numa época em que a cultura era moldada por clérigos cristãos, cujos conhecimentos eram extraídos da bíblia, não seria outro resultado senão o preconceito e a intolerância contra o sexo feminino. Embora o machismo seja ainda mais velho, foi naqueles tempos em que as mulheres foram vistas como seres imorais; tachadas como pecadoras... É verdade que isso ainda acontece – tanto no cristianismo como em outras religiões.
“Hoje em dia ainda se queimam “bruxas” na África do Sul. As forças australianas de paz no Haiti libertam uma mulher amarrada a uma árvore; ela é acusada de voar de telhado em telhado e de sugar o sangue das criancinhas. (Carl Sagan)
“A Bíblia tinha aconselhado: “Não deves tolerar que uma bruxa viva”. Legiões de mulheres foram queimadas até a morte. E as torturas mais horrendas eram rotineiramente aplicadas a todas as rés, jovens ou velhas, depois que os padres abençoavam os instrumentos de tortura. O próprio Inocêncio morreu em 1492, após tentativas frustradas de mantê-lo vivo por meio de transfusões (o que resultou na morte de três meninos) e amamentação no peito de uma ama-de-leite”. (Carl Sagan)
A mulher tampouco significava, na perspectiva eclesiástica, algo de importância para a sociedade ou para a história. Basta ver que quase não se tem vestígios históricos sobre o papel feminino no âmbito social. Além de mãe, que cuidava dos filhos e da casa, quase nada mais se sabe. Ela era usada como objeto sexual, e pior, não podia demonstrar prazer. Isso era coisa de homem, e não de mãe de família. “Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher”.( do livro: ‘A mulher na idade média’ de José Reaver Macedo)
Ser amada verdadeiramente também era algo adverso às crenças e dogmas daquela época. O marido que demonstrasse profundo amor pela sua esposa era considerado adúltero. Frutos um tanto sinistros produzidos pela espiritualidade dos “homens de Deus”.
A ignorância e o preconceito faziam com que as mulheres fossem vistas como seres estranhos e diferentes. Foi esse o sentimento que levou à morte de centenas de mulheres (a caça às bruxas). Se as colheitas fossem ruins, eram elas as culpadas; se havia alguma praga, eram elas as responsáveis; se demônios invadissem o corpo de alguém, elas eram as culpadas.
Graças ao humanismo e ao livre pensamento; graças à coragem de homens e mulheres que lutaram e morreram pela sua liberdade; graças à coragem e a força de mulheres e homens com ideais de liberdade e democracia é, que aos poucos, essas aberrações do intelecto doentio de crenças em deuses, crenças cegas e intolerantes que perseguem mulheres, homossexuais e ateus; graças a tudo isso é que nós estamos começando a usufruir de nossos direitos, direitos conquistados com muito suor e inteligência.