Tópico: Mais uma enquete...

[Ratzinger]

Tive uma educação religiosa católica relativamente severa. Meus pais e meus avós eram católicos praticantes. Fui às missas todos os domingos até meus 14 anos. Estudei em colégio de freiras até os 17.

Sempre tive dúvidas, desde muito pequeno, mas de acordo com o que dizia a minha mãe eu não devia questionar. Tinha, então medo das dúvidas e, quando elas me ocorriam, eu pedia perdão por tê-las. Acho que isto é um sentimento comum nos crentes.

Comecei a pensar por mim mesmo aos 16 quando lia uma reportagem sobre deuses da mitologia antiga, me lembro perfeitamente. Pensei: Se isto tudo me soa absurdo. por que eu acredito em coisas semelhantes e igualmente absurdas. À partir daí segui um longo caminho me desvencilhando desta sujeira que é a religião. Quanto mais eu buscava, mais isto ficava claro pra mim.
Não foi fácil, levaram alguns anos até que eu conseguisse ficar totalmente livre. Era comum ter pensamentos de culpa e medo durante esta fase de transição.

Hoje eu tenho três filhos e tenho a opinião de que não se deve passar qualquer tipo de ensinamento religioso a eles. Tive uma experiência tão ruim em minha infância/adolescência que acho que às crianças nada deve ser dito. Nem que sim nem que não. Deixem eles que descubram o que querem quando tiverem idade suficiente para isto. Aí se decidirem ser religiosos a escolha foi deles, mas não imposta por alguém.

Tenho discussões ásperas com minha mãe quando ela tenta falar em bíblia, deus ou em JC com as crianças. Na minha opinião não deviam sequer saber da existência destas coisa. Afinal, você ensina política a uma criança? Tenta lhe convencer a ser de direita ou esquerda desde cedo? Acho que tentar passar-lhes qualquer conhecimento religioso é tão prejudicial à formação de seu caráter quanto tentar convencer uma criança a ser comunista.

Claro que já ouvi muitas barbaridades de pessoas crentes, mas sempre mantive firme minha opinião. O mais comum é ouvir que as crianças precisam aprender a seguir regras senão poderão ser bandidos, marginais, blá blá blá...
Ora, temos leis pra isso não? A própria sociedade nos ensina isto. Além disso, não é necessário que eu tenha religião para poder ter moral e caráter.
 

[Fabrício]

Eu acho que nao se deveria ensinar religião nem às crianças nem aos adultos ...

Mas na verdade eu acho até que para a maioria das pessoas, exceção feita aos fanáticos, a muleta das religiões faz até bem, ajuda a enfrentar as dificuldades da vida... é como uma droga leve.

[Stéfano]

Estou chegando ao momento de decidir isso. Provavelmente ensinarei sobre o coelhinho da Páscoa e o Papai Noel, mais pela questão lúdica e educativa. Sobre o Papai do Céu não tenho certeza.

[Leafar]

Penso que cada um deve colaborar com a força da própria opinião. Se é religioso, ensine a religião que acredita. Se é ateu, ensine o ateísmo, etc... O importante é que seja sincero e que não ensine apenas para cumprir tabela, e que não imponha que a criança desenvolva convicção semelhante à sua.

No final das contas, a criança, quando crescer, é que vai formar a própria opinião, e quanto mais elementos ela tiver para avaliar, melhor. Vai evitar que fique bitolada a somente um único ponto de vista.

Com os meus filhos, sempre que tenho oportunidade, eu explico quais são as diferentes opiniões e em que razões se apoiam, mas deixo bem claro a qual delas eu sou partidário e porquê eu penso ser ela a melhor; eu não fico em cima do muro. E sempre explico que eles, quando crescerem, terão que avaliar por si próprios esses problemas e decidirem que partido tomar, e que eu jamais ficaria magoado se eles optarem por opinião diferente da minha. Isso os tranquilizará e fará (assim espero) com que eles não tenham receio de futuramente admitirem para mim um eventual ateísmo ou uma eventual conversão a uma seita religiosa qualquer diferente do Espiritismo.

Um abraço.

[diego_h]

Não sei se é o caso dos demais amigos do forum, mas sou completamente contra religiões, e ainda sonho com o tal estado laico que ainda não vejo...

[Gaúcho]

Penso que cada um deve colaborar com a força da própria opinião. Se é religioso, ensine a religião que acredita. Se é ateu, ensine o ateísmo, etc... O importante é que seja sincero e que não ensine apenas para cumprir tabela, e que não imponha que a criança desenvolva convicção semelhante à sua.

No final das contas, a criança, quando crescer, é que vai formar a própria opinião, e quanto mais elementos ela tiver para avaliar, melhor. Vai evitar que fique bitolada a somente um único ponto de vista.

Com os meus filhos, sempre que tenho oportunidade, eu explico quais são as diferentes opiniões e em que razões se apoiam, mas deixo bem claro a qual delas eu sou partidário e porquê eu penso ser ela a melhor; eu não fico em cima do muro. E sempre explico que eles, quando crescerem, terão que avaliar por si próprios esses problemas e decidirem que partido tomar, e que eu jamais ficaria magoado se eles optarem por opinião diferente da minha. Isso os tranquilizará e fará (assim espero) com que eles não tenham receio de futuramente admitirem para mim um eventual ateísmo ou uma eventual conversão a uma seita religiosa qualquer diferente do Espiritismo.

Um abraço.

Você também diz para eles que, caso eles morram trágica e brutalmente, você ficará feliz?

PS: É uma pergunta séria.

[HFC]

Penso que cada um deve colaborar com a força da própria opinião. Se é religioso, ensine a religião que acredita. Se é ateu, ensine o ateísmo, etc... O importante é que seja sincero e que não ensine apenas para cumprir tabela, e que não imponha que a criança desenvolva convicção semelhante à sua.
...
Um abraço.

Com toda sinceridade Leafar, não tenho a mínima idéia de como se ensina uma criança a ser atéia.  Não pretendo ensinar meu filho a acreditar em algo, e sim a ter valores humanos, idependentemente do que ele acredite. Não sei o que é ensinar ele a ser "ateu". Prefiro ensiná-lo a pensar, a questionar.

[Dr. Manhattan]

Votei no nao. Isso ainda vai dar confusao, pois minha esposa acha que sim
(no sentido de falar de "papai do céu" e "espiritualidade").

Anedota:
Ela costuma mostrar um crucifixo na parede da casa de minha sogra para nossa sobrinha
de 1 ano, e diz: "Olha! O papai-do-céu! O papai-do-céu!".
Em seguida coloquei a pequena no braço e fiz a mesma coisa: "Olha! O papai-noel!"
Ela: "Nao confunda a menina!"
Eu: "Mas é a mesma coisa. Deus é o papai-noel dos adultos."
Ela: "Nao, a diferença é que deus existe, e..."
Eu: 
Ela: