Autor Tópico: Helter Skelter - A grande confusão  (Lida 1799 vezes)

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Offline West

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Helter Skelter - A grande confusão
« Online: 04 de Julho de 2009, 23:23:23 »
Charles Manson é considerado um dos maiores serial killers dos Estados Unidos. Fundador de uma mistura de sociedade alternativa hip com seita religiosa conhecida como "a família", acreditava ser Jesus Cristo e interpretava a bíblia em combinação com as letras das músicas dos Bettles, as quais acreditava tratarem-se de mensagens pessoais endereçadas a ele.

Interpretando Apocalipse 9, combinado com uma canção dos Bettles chamada Helter Skelter (http://www.law.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/manson/mansonrevelation.html), ele previu uma guerra mundial(espécie de armagedom) entre negros e brancos (também chamada Helter Skelter), na qual todos os brancos, com exceção da "família", seriam exterminados. Acreditava que os negros seriam idiotas demais para sobreviverem sem a ajuda dos brancos e, dessa forma, ele como lider dos únicos brancos remanescentes assumiria o controle do mundo. Os assassinatos por eles praticados foram uma tentativa de iniciar o Helter Skelter.


Charles Milles Manson (Cincinnati, 12 de novembro de 1934) foi o fundador, mentor intelectual e líder de um grupo que cometeu vários assassinatos, entre eles o da atriz Sharon Tate, esposa do diretor de cinema Roman Polanski.
Filho de uma prostituta e frequentador assíduo de reformatórios juvenis pelos crimes de falsificação e roubo, Charles Manson acabava de cumprir uma pena de dez anos, em 1964, quando formou uma comunidade estilo hippie em Spahn Ranch, perto de Los Angeles. Manson tinha idéias grandiosas e os seus seguidores, ou Família Manson como eram conhecidos, jovens homens e mulheres, consideravam-no a reencarnação de Jesus Cristo. O próprio Manson acreditava nisso e ainda dizia que os Beatles conversavam com ele através de suas canções.[1]
Em 9 de agosto de 1969, um grupo de seguidores de Manson invadiu a casa de Roman Polanski, em Cielo Drive, 10050, Bel Air, assassinando sua esposa Sharon — que estava grávida — e mais quatro amigos do casal. As vítimas foram baleadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, e o sangue delas foi usado para escrever mensagens nas paredes. Em uma delas foi escrito Pigs ("porcos", em inglês). Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Rosemary e Leno LaBianca, matando os dois. As mensagens escritas na parede da casa com o sangue das vítimas foram "Helter Skelter", "Death to pigs" e "Rising". Os assassinatos de Sharon , seus amigos e do casal LaBianca pela "Família Manson", ficaram conhecidos como o Caso Tate-LaBianca.
O objetivo dos assassinatos planejados por Charles Manson era começar uma guerra que, segundo ele, seria a maior já travada na terra, denominada de "Helter Skelter". O nome corresponde ao título de uma música dos Beatles onde, de acordo com Manson, havia uma maior quantidade de mensagens subliminares. Uma guerra entre negros e brancos, em que os brancos seriam exterminados. Ele acreditava que algum negro logo seria acusado pelos assassinatos, o que faria com que os confrontos explodissem logo. Como ele e sua "família" eram brancos, planejavam esconder-se em um poço, denominado por Manson como poço sem fundo, em algum lugar no deserto californiano, assim que a suposta guerra começasse.
Linda Kasabian, uma das integrantes da comunidade e testemunha ocular das mortes em Cielo Drive, resolveu fugir e denunciar Charles e os outros integrantes à polícia, além de depor em seu julgamento em troca de imunidade. Ela não concordava com os assassinatos, apesar de ter presenciado alguns.
Manson, então com 37 anos, foi acusado de seis assassinatos e levado à Justiça, juntamente com 'Tex' Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten, de 19 anos . Embora fosse o líder da "família", ele alegou não ter participado pessoalmente de nenhum deles. Manson declarou durante o julgamento o seu ódio profundo pela Humanidade, chamando os membros de sua família de rejeitados pela sociedade. A promotoria se referiu a ele como "o homem mais malígno e satânico que já caminhou na face da Terra" [2], e o quinteto foi sentenciado à morte em 1971. Mas, com a mudança nas leis penais do estado em 1972, a pena deles foi alterada para prisão perpétua.
Nas últimas décadas Manson vem tentando conseguir liberdade condicional, mas teve seus apelos negados em todas as ocasiões, continuando encarcerado na Corcoran State Prison, Califórnia, em unidade especial de isolamento da penitenciária, onde também se encontra cumprindo prisão perpétua o assassino do senador Robert Kennedy, Sirhan Sirhan. Sua última tentativa em audiência, negada novamente, foi em 2007.


REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Manson
http://historia.abril.com.br/gente/manson-pesadelo-hippie-433931.shtml
« Última modificação: 04 de Julho de 2009, 23:29:02 por West »
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Offline Moro

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #1 Online: 04 de Julho de 2009, 23:51:43 »
como será que pensa o quinteto agora? será que estão arrependidos?

Sei que Manson não, pois é pirado mesmo..
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Offline Contini

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #2 Online: 04 de Julho de 2009, 23:53:32 »
Não sei se é verdade, mas ouvi falar que o retardado do Manson tem fãs ainda que o acham "iluminado"!
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Offline Fernando Silva

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #3 Online: 05 de Julho de 2009, 13:08:36 »
Letra e música:
eurl=http%3A%2F%2Fwww.beatlestube.net%2Fvideo.php%3Ftitle%3DHelter%2520Skelter&feature=player_embedded

Offline Gaúcho

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #4 Online: 05 de Julho de 2009, 13:20:25 »
Eu nem sabia que esse cara ainda estava vivo.
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Offline West

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #5 Online: 17 de Julho de 2009, 10:47:08 »
Manson, o pesadelo hippie
Ele se achava o quinto beatle enviado por Deus para guiar a juventude que curtia muito rock, sexo e drogas. Mas Charles Manson e a violência de seu grupo de seguidores colocaram fim aos sonhos da geração paz e amor
por Dagomir Marquezi

Tudo o que Charles Manson queria era ser um popstar. Conseguiu. Trinta e cinco anos depois dos crimes que fizeram sua fama, sua expressão insana e a cicatriz em forma de suástica na testa fizeram dele um ícone. Como criminoso, não chegou a ser original. Mais um na lista de líderes messiânicos que passa por Antônio Conselheiro e Osama Bin Laden. A diferença é que a alucinação coletiva explorada por Manson estava embalada em rock, sexo, Hollywood e LSD.

Nem sua história é propriamente original. Violenta, mas comum a um monte de outros criminosos que infestam as prisões americanas. Filho de pai desconhecido, nasceu em 12 de novembro de 1934 no Ohio. Sua mãe, Kathleen, tinha 16 anos. Uma garota alcoólatra e promíscua, perdida na vida medíocre do Meio-Oeste americano. Aos 5 anos, Charlie viu a mãe ser presa por roubo e foi morar com os tios, fanáticos religiosos. A experiência foi fundamental na sua vida. Por intermédio deles, Charles conheceu o trecho da Bíblia que repetiria para sempre: “E o quinto anjo apareceu, e a ele foi entregue a chave do poço sem fundo”. (Apocalipse, capítulo 9, versículos 1, 2 e 3).

Três anos depois, ele foi levado de volta pela mãe para uma nova temporada em quartos de motel, entre os namorados bêbados dela. Em 1945, Kathleen se encheu do filho e o mandou para uma instituição juvenil. Ele tinha 10 anos de idade.

Seu comportamento a partir daí começou a seguir um padrão. Ele dava um jeito de fugir, se envolvia em crimes e era apanhado de novo. Na prisão, entre casos homossexuais e surtos de violência, aprendeu três coisas que definiriam seu futuro. A primeira foi um curso intensivo de gigolô que incluiu técnicas psicológicas para dominar mulheres. Depois aprendeu princípios de controle mental, numa espécie de versão primitiva da neurolingüística. O terceiro foco de estudo foi o violão. No meio dos anos 1960, tornou-se um guitarrista bem razoável e fanático pelos Beatles.

No dia 21 de março de 1967, Charles Manson acabou de cumprir sua pena num presídio da Califórnia e implorou para as autoridades que não o soltassem. Havia passado 17 dos seus 32 anos de idade em prisões e achava que não estava preparado para o mundo lá fora. Pedido negado. Às 8h15 da manhã daquela terça-feira, Charlie estava livre.

Pegou um ônibus e foi para São Francisco. Saltou direto do isolamento carcerário para o berço da revolução hippie. Adaptou-se. Deixou o cabelo crescer, tocou seu violão em troca de moedas, dormiu na rua. Num concerto ao ar livre do Grateful Dead – banda cujas músicas eram trilha sonora obrigatória entre a juventude dos anos 60 – tomou seu primeiro LSD. Ficou chorando no chão, braços abertos, dizendo que era Jesus Cristo sendo crucificado.

Naquele mágico verão de 1967, enquanto os Beatles lançavam o álbum Sgt. Peppers, Manson foi parar na cama de uma jovem bibliotecária pedante e pouco atrativa chamada Mary Brunner. Na cama, Charlie sussurrou a Mary: “Enquanto a gente estiver fazendo amor, feche os olhos e imagine que eu sou seu pai”. Ela fechou os olhos e gamou para sempre. Usando a mesma técnica, Manson levou uma segunda menina para a casa de Mary, e uma terceira. Logo tinha um harém de adolescentes hippies e morava em Haight-Ashbury, vizinho de Jerry Garcia (do Grateful Dead) e Janis Joplin (outro ícone daqueles loucos anos).

No fim de 1967 Charlie colocou sua “família” num ônibus escolar pintado de preto. No ônibus nasceu o filho dele com Mary Brunner. Charlie cortou o cordão umbilical com os próprios dentes. Viajaram sem parar por toda a costa americana do Pacífico, recrutando novos membros. Charlie destruía suas personalidades trocando seus nomes e usando drogas e sexo em altas doses.

No início de 1968 Charles Manson decidiu que era chegado o momento de sua “operação rock star”. Estacionou seu ônibus em Los Angeles e seguiu com a Família em busca de quem descobrisse seu talento como artista. Chegou a gravar um disco. Usando suas meninas como isca, começou a freqüentar os famosos de Hollywood. Em março, entrou com a Família na mansão de Dennis Wilson (um dos Beach Boys, outra banda de sucesso na época), na Sunset Boulevard (um dos endereços mais badalados da cidade). Alguns empresários ficaram impressionados com as possibilidades comerciais daquela trupe. Mas os maus modos do candidato a astro assustavam. Dennis Wilson teve que chamar a polícia para expulsar todo mundo de seu quintal.

Enquanto esperava pela fama, Manson levou sua turma para o Rancho Spahn, na periferia de Los Angeles. O Spahn era usado como cenário para faroestes de baixo orçamento. A essa altura, a Família já era um grande aglomerado com dezenas de jovens, alguns com passagem pela polícia. Cada criança que nascia era separada da mãe para “não criar raízes”. Documentos de identidade eram destruídos, e todos obrigados a trocar seus nomes. Ninguém podia comer antes de Charlie. Os homens eram servidos primeiro, depois os cães, e por fim as mulheres. Negros nem entravam. Grandes orgias eram organizadas em detalhes por Manson.

Gravou mais um disco. Segundo seu produtor, a fita foi apagada pois “as vibrações não eram deste mundo”. Manson não desistiu. Quanto mais esperava o contrato, mais agressivo ficava. Aderiu a cultos satânicos. Gangues de motoqueiros eram atraídas pelo sexo fácil com as garotas. O Spahn virou um foco de doenças venéreas.

No início de 1969, Charlie foi sozinho até a casa do empresário Terry Melcher (filho da atriz Doris Day) no numero 10050 da rua Cielo Drive, em Bel-Air. Entrou sem pedir licença na casa de hóspedes da mansão e deu de cara com o empresário Rudi Altobelli saindo do banho. Altobelli o convidou a sumir. A caminho da rua, o humilhado Charlie cruzou o olhar com uma linda e loura jovem atriz em ascensão em Hollywood. Foi apenas um segundo, mas o destino dos dois já estava ligado. O nome da atriz era Sharon Tate, casada com o diretor polonês Roman Polanski. Eram estrelas obrigatórias nas maiores festas de Hollywood. No início de 1969 Polanski foi preparar sua próxima produção na Europa. A mansão de Terry Melcher em Cielo Drive foi alugada para que Sharon passasse a gravidez na companhia de amigos fiéis.

"Helter Skelter"

Charlie voltou ao Spahn sem o contrato. Mas no caminho encontrou o sentido da sua vida: o célebre Álbum Branco dos Beatles. Ouvindo suas músicas, Manson desenvolveu seu evangelho de racismo e violência acreditando ter o aval de John, Paul, George e Ringo (leia quadro na página 36). A viagem era mais ou menos a seguinte: como no Apocalipse, haveria quatro anjos (os Beatles) aos quais se juntaria o quinto (ele, Manson). Quando eles estivessem juntos começaria a Helter Skelter, uma guerra civil em que brancos e negros se matariam. Enquanto isso, Charlie e sua turma esperariam no “poço sem fundo”. Quando tudo terminasse, eles sairiam do buraco para herdar a Terra. Manson pediu às suas meninas que telefonassem para os Beatles, na Inglaterra, e avisassem que o “quinto anjo havia entendido a mensagem”.

Enquanto os Beatles não respondiam às suas ligações, a Família foi se transformando de um bando de ripongos esquisitões numa tropa paramilitar. Charlie fez treinamento com armas brancas. Reuniu comandos para invadir casas em silêncio enquanto seus donos dormiam. Estudou as batalhas no deserto durante a Segunda Guerra. Começou a montar um esquadrão de motos e bugues armados.

O clima de paranóia foi crescendo em Spahn. A primeira vítima foi o professor de música Gary Hinman, vizinho e incentivador da Família. Depois de tomarem-lhe o dinheiro, ele teve a orelha arrancada e sangrou até morrer. Em seguida, um funcionário do lugar, Donald Shea, que ousou desafiar as ordens de Charlie, acabou esquartejado.

Em 8 de agosto de 1969, a uma semana do lendário festival de Woodstock, Charlie decidiu que havia chegado o dia de Helter Skelter. Juntou alguns dos seus ajudantes de confiança e deu uma faca a cada um. Ordenou que fossem à mansão da Cielo Drive 10 050 e matassem “quem estivesse lá dentro”. Com crueldade e muito sangue e que fizessem parecer que negros eram culpados. No início da madrugada do dia 9, o grupo chegou à mansão, cortou os fios de telefone e pulou o portão. A primeira vítima foi Steven Parent, 18 anos. Parent tentou vender um rádio-relógio ao caseiro e estava de saída quando cruzou com o bando. Levou um tiro por estar no lugar errado na hora errada. A seguir, os assassinos entraram pelos fundos e renderam seus quatro ocupantes.

O que se seguiu foi uma carnificina. Quando a empregada chegou na manhã seguinte encontrou o casal de amigos Abigail Folger (25 anos, herdeira de um império de café) e o polonês Voytek Frykovsky (escritor, 32 anos) caídos junto à piscina. Abigail tinha o vestido completamente empapado de sangue. Frykovsky, amigo de Polanski, tinha levado dois tiros na cabeça e 51 facadas.

Na sala o ambiente estava ainda mais macabro. Com uma toalha cobrindo a cabeça, jazia um dos mais prestigiados cabeleireiros da capital do cinema, Jay Sebring. Uma corda enrolada em seu pescoço passava por uma viga no teto e enforcava na outra ponta Sharon Tate, 26 anos. Só de biquíni, grávida de oito meses. Seu filho não recebeu nenhum ferimento, mas não sobreviveu. Na parede, a expressão “Helter Skelter” foi pintada com o sangue das vítimas.

Na manhã seguinte, Hollywood estava em pânico. Os estoques de armas das lojas se esgotaram. Todos os seguranças à disposição arranjaram emprego. Sem uma pista concreta e com uma certa incompetência da polícia de Los Angeles, os boatos começam a surgir. Alguns falavam em acerto de contas entre traficantes. Outros, num ritual de sexo e satanismo com final trágico.

Enquanto isso, no Rancho Spahn, Charles Manson decretou o segundo dia de Helter Skelter. No dia 10, foi pessoalmente com seus comandados e escolheu meio ao acaso a residência do casal LaBianca. Entrou sozinho, amarrou os dois, saiu e chamou seus comandados para completarem o serviço. Rosemary LaBianca foi esfaqueada 41 vezes na própria cama. Leno LaBianca teve ainda um garfo enfiado na barriga. Antes de sair tomaram um lanche e escreveram de novo “Helter Skelter” na geladeira.

Impunes, Charlie e sua Família haviam partido nos seus bugues para o deserto em busca do “poço sem fundo”. Alguns deles acabaram presos sem querer numa batida por roubo de carro. Denunciado por seus amigos, Manson foi encontrado escondido debaixo de uma pia e se entregou sem qualquer resistência.

Ninguém suspeitava que seus crimes eram muito maiores, quando Susan Atkins, uma das mais fiéis seguidoras de Charlie, ficou íntima de uma colega de cela. Confessou a ela rindo que entrou em êxtase sexual enquanto esfaqueava Sharon Tate. O quebra-cabeça começou a ser montado. O mais difícil foi incriminar Manson, já que ele matava por controle remoto. Charles Manson transformou o julgamento num circo da “luta contra o sistema” para a mídia “alternativa”. As garotas provocavam escândalos no tribunal e Manson tentou matar o juiz com um lápis. Depois de um longo processo a promotoria conseguiu a condenação à morte de Charles Manson e de seis de seus seguidores, em 19 de abril de 1971, 618 dias depois do crime em Cielo Drive.

No ano seguinte, a pena de morte foi abolida na Califórnia e todos os condenados tiveram sua pena trocada automaticamente por prisão perpétua. Os mais fiéis seguidores de Charlie renegaram o líder e se converteram a igrejas evangélicas. Os crimes que eles cometeram continuam sendo lembrados em livros, músicas, filmes e programas de TV.

Atualmente, Charles Manson cumpre sua pena no presídio de Corcoran, na Califórnia, sem chance de condicional. Em novembro ele completou 70 anos de idade. Deve morrer da maneira que pediu naquele distante março de 1967: atrás das grades.

 
O album branco de Mason
Como o assassinose inspirou nos Beatles paracometer seus crimes
Ivan Finotti

Em janeiro de 1971, quando Charles Manson era julgado pelo assassinato de sete pessoas, o promotor Vincent Bugliosi levou uma vitrola ao tribunal e colocou para tocar o Álbum Branco dos Beatles. Bugliosi tentava mostrar aos jurados o nível de alucinação de Manson, que entendia cada uma das músicas como um recado pessoal para ele. Manson achava que os Beatles eram os Quatro Cavaleiros do Apocalipse tentando encontrar o quinto: ele mesmo, Charles Jesus Cristo Manson. Pensava que “Helter Skelter”, nome de uma das músicas, era o juízo final, quando negros matariam todos os brancos, com exceção de seu grupo. Uma das mensagens aparece na música “Revolution 1”.Ali, Lennon canta “But when you talk about destruction/ Don’t you know that you can count me out” (“Mas quando você fala em destruição/ Não sabe que pode me excluir dessa?”). Logo após o término da frase, pode-se ouvir a palavra “in”, o que mudaria o sentido da frase para “Não sabe que pode me incluir nessa?” Para Manson, isso significava que os Beatles ficaram indecisos quanto à revolução, mas que, enfim, haviam se decidido.

Honey Pie

O que os Beatles cantaram - Oh honey pie my position is tragic/ Come and show me the magic/ of your Hollywood song/...Oh honey pie you are driving me frantic/ Sail across the Atlantic/ To be where you belong

O que quer dizer - Oh, meu bem, minha posição é trágica/ Venha me mostrar a magia/ De sua canção de Hollywood/ Oh, meu bem, você está me deixando louco/ Atravesse o Atlântico/ Para estar no lugar ao qual pertence

O que Manson entendeu - Que os Beatles sabiam que Jesus Cristo, agora reencarnado em Manson, estava em Los Angeles, Hollywood. E o chamavam para ir à Inglaterra confabular. Manson realmente tentou telefonar aos Beatles, mas não passou dos assessores

I Will

O que os Beatles cantaram - And when at last I find you/ Your song will fill the air/ Sing it loud so I can hear you/ Make it easy to be near you

O que quer dizer - E quando finalmente eu o encontrar/ sua canção preencherá o ar/ Cante alto para que eu possa ouvi-lo/ Facilite estar perto de você

O que Manson entendeu - Que os Beatles, os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, tinham perdido contato com o quinto, Charles Manson. E pediam para que Manson gravasse um disco para poder ser localizado na América

Revolution 1

O que os Beatles cantaram - You say you got a real solution/ Well you know/ We·d all love to see the plan

O que quer dizer - Você diz que tem uma solução real/ Bem, você sabe/ Nós todos adoraríamos ver o plano

O que Manson entendeu - Que os Beatles estavam pedindo para que Manson revelasse logo seus planos de dominação do mundo

Blackbird

O que os Beatles cantaram - Blackbird singing in the dead of night/ Take these broken wings and learn to fly/ All your life/ You were only waiting for this moment to arise

O que quer dizer - Melro cantando na calada da noite/ Bata essas asas quebradas e aprenda a voar/ Por toda a vida/ Você esteve apenas esperando esse momento chegar

O que Manson entendeu - Que os Beatles estavam conclamando os negros a se revoltarem contra os brancos. O plano de Manson era fazer seus crimes serem atribuídos a negros, que seriam perseguidos, lutariam e acabariam com os brancos.

Piggles

O que os Beatles cantaram - In their styes with all their backing/ They don·t care what goes on around/ In their eyes there·s something lacking/ What they need·s a damn good whacking

O que quer dizer - Nas pocilgas, com seus traseiros enormes/ Eles não se preocupam com o que acontece/ Em seus olhos, há algo faltando/ O que eles precisam é de uma bela pancada

O que Manson entendeu - Que os porcos (piggies) deveriam ter o que mereciam. Porcos são as autoridades, empresários, trabalhadores, tudo o que Manson e seu bando não eram. “Death to pigs” (morte aos porcos) apareceu escrita com sangue nas parede da casa das vítimas

Helter Skelter

O que os Beatles cantaram - Helter skelter/ Look out helter skelter/ She·s coming down fast/ Yes she is

O que quer dizer - Confusão/ Cuidado com a confusão/ Está chegando depressa/ Está sim
O que Manson entendeu - Que os Beatles avisavam a chegada do juízo final. “Helter Skelter” foi escrito com sangue na geladeira de uma vítima

 


FONTE:http://historia.abril.com.br/gente/manson-pesadelo-hippie-433931.shtml
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Offline Spitfire

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #6 Online: 17 de Julho de 2009, 11:26:45 »

Offline Mr. Mustard

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #7 Online: 17 de Julho de 2009, 16:51:06 »
Bom, sou extremamente suspeito para falar, pois gosto muito dos Beatles. Quando ao Manson... É um idiota, mas seus pupilos que mataram a Sharon Tate (pior, grávida) mereciam pena de morte... Mas ainda tiveram sorte.

Offline Lua

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #8 Online: 10 de Setembro de 2009, 12:16:20 »
Outro dia vi um documentário a respeito da "Família Manson". Pelo que vi, todos foram condenados à morte, mas tiveram a pena convertida em perpétua após a declaração de inconstitucionalidade da pena de morte no estado. Ou seja, escaparam por pouco... Também houve tentativa de conseguirem condicional, que também foi negada. Um louco como Manson não tem condições de voltar às ruas nunca...

E aproveitando o que o Contini disse: até hoje o Manson tem seguidores. O documentário que vi mostra isso claramente. No dia do julgamento, muitas pessoas aguardavam fora do tribunal, declarando a inocência e venerando o Manson.

Aliás, até hoje vendem acessórios com a foto do psicopata:


Alguns artistas também chegaram a usar acessórios com a foto dele. Que eu lembre, tem o Axl Rose, mas não consegui achar a foto.  :(
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline SnowRaptor

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #9 Online: 10 de Setembro de 2009, 14:23:39 »
Charles Manson é considerado um dos maiores serial killers dos Estados Unidos. Fundador de uma mistura de sociedade alternativa hip com seita religiosa conhecida como "a família", acreditava ser Jesus Cristo e interpretava a bíblia em combinação com as letras das músicas dos Bettles, as quais acreditava tratarem-se de mensagens pessoais endereçadas a ele.

Quem escreveu isso?!?
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline West

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #10 Online: 10 de Setembro de 2009, 15:18:39 »
Charles Manson é considerado um dos maiores serial killers dos Estados Unidos. Fundador de uma mistura de sociedade alternativa hip com seita religiosa conhecida como "a família", acreditava ser Jesus Cristo e interpretava a bíblia em combinação com as letras das músicas dos Bettles, as quais acreditava tratarem-se de mensagens pessoais endereçadas a ele.

Quem escreveu isso?!?

A segunda foi erro de digitação.
A primeira foi deslize mesmo.  :vergonha:
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
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Offline LIAN

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Re: Helter Skelter - A grande confusão
« Resposta #11 Online: 10 de Setembro de 2009, 16:49:33 »
Bom, sou extremamente suspeito para falar, pois gosto muito dos Beatles. Quando ao Manson... É um idiota, mas seus pupilos que mataram a Sharon Tate (pior, grávida) mereciam pena de morte... Mas ainda tiveram sorte.

Adoro Beatles. A grande "Helter skelter" foi na cabeça demente do Manson! Na cabeça de um maluco até uma canção de ninar pode ser uma potencial arma de destruíção em massa.
"Não consigo me convencer de que um Deus caridoso e onipotente teria propositalmente criado vespas parasitas com a intenção expressa de alimentá-las dentro de corpos vivos de lagartas." Charles Darwin

 

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