Autor Tópico: Ayn Rand - Entrevista legendada  (Lida 2217 vezes)

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Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Ayn Rand - Entrevista legendada
« Online: 10 de Julho de 2009, 00:45:31 »
<a href="http://www.youtube.com/watch/v/oncyKMSAbqI" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/watch/v/oncyKMSAbqI</a>

<a href="http://www.youtube.com/watch/v/3bofJMwOdAQ" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/watch/v/3bofJMwOdAQ</a>

<a href="http://www.youtube.com/watch/v/OvhCvF4NQzo" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/watch/v/OvhCvF4NQzo</a>

Offline JohnGalt

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #1 Online: 10 de Julho de 2009, 07:35:38 »
Nós estamos linkando esta entrevista no nosso site também!

Se alguém quiser conhecer melhor a Filosofia de Ayn Rand, é só entrar em www.objetivismo.com.br

Saudações

Offline Stéfano

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #2 Online: 10 de Julho de 2009, 08:00:42 »
O Michel Shermer é ex-objetivista e descreve, no Why People Believe in Weird Things, como o Objetivismo virou um culto.
"Alternative and mainstream Medicine are not simply different methods of treating ilness. They are basically incompatible views of reality and how the material world works." Arnold S. Relman

Offline JohnGalt

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #3 Online: 10 de Julho de 2009, 18:09:06 »
Prezado Stéfano,

Há acusações de cultismo no objetivismo, mas elas devem ser analisadas em profundidade. Hoje em dia, por exemplo, muitos acusam Richard Dawkins de formar um culto do ateísmo. Essa tipo de crítica é uma tática usual.

O objetivismo defende a razão; qualquer dogma é incompatível com ele!

Um objetivista pode admirar Ayn Rand. Isso não é cultismo. Cultismo é assumir todo posicionamento de Ayn Rand como verdadeiro, só porque foi proclamado por ela.

Só como exemplo: Stephen Hawking é um grande admirador de Sir Isaac Newton. Isso não impede, no entanto, que ele questione as teorias do fundador da física moderna. É esse tipo de admiração que um objetivista deve ter por Ayn Rand.

Offline Stéfano

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #4 Online: 10 de Julho de 2009, 18:37:59 »
Eu preciso ler o texto de novo. Incluia o fato dela expulsar do culto qualquer pessoa que questionava qualquer um de seus dogmas.
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Offline Moro

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #5 Online: 11 de Julho de 2009, 00:05:10 »
1o vídeo
ela não foi  bem em minha opinião. Ela criticou o fato de se sacrificar pelos outros mas a partir da aceitação desse tipo de atitude como corriqueira e natural. Então pareceu um pouco estranho aos ouvidos ela criticar o fato dessa preocupação com o restante das pessoas, que pode ser visto como saudável.

Ela deveria ter entrado mais na questão de que tal sentimento, ao ser imposto como expressão única da bondade, é impossível, gera uma hipocrisia indiscritível, um bando de lunáticos que se comparam contra um paradigma de perfeição e que se flagelam por isso. Hipocrisia que nos torna presa fácil para padres/pastores/mediuns/monges bastardos.



*modificado a parte em negrito
« Última modificação: 12 de Julho de 2009, 17:14:27 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Moro

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #6 Online: 11 de Julho de 2009, 00:06:39 »
no segundo vídeo falou um monte de merda. na boa a mulher fala uma penca de groselhas
« Última modificação: 11 de Julho de 2009, 00:09:50 por Agnóstico »
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Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #7 Online: 12 de Julho de 2009, 10:57:23 »
Objetivismo. 1º vídeo. Filosofia baseada na realidade objetiva, fim absoluto da existência. Moral verdadeira (ela afirma isso no minuto 3:03) baseada na racionalidade, passível de demonstração lógica,  inquestionável e necessária, que considera a vida humana como seu maior padrão de valor. Utiliza-se da razão como orientação para ação, que permite a vida somente pelo julgamento independente de sua própria mente. Maior propósito moral é a felicidade. É, em termos razos, imoral pensar no próximo. Auto sacrfício, definição proposta: preceito para justificar nossa existência.
.

(Crítica)
É, como inúmeras outras idéias, dogmática. É normativa ao propor, nesse breve trecho, que o homem feliz é aquele conduzido pelo fio da racionalidade, como se ela fosse em tudo translucida e isenta de caprichos e vícios. É mais normativa ainda quando pretende fazer da sua moral, apenas por ser lógicamente demonstrável, a despeito de como concluiu isso, verdadeira. Posso estar enganado, mas a lógica demonstra a falibilidade ou não de um argumento, não alguma verdade por acaso implicita ou explicita numa lógica. Considerando as idéia da autora, um grande problema do homem é o outro, que periga sempre transforma-lo numa criatura sacrificável, isso porque ela acredita que ajudar, ou qualquer consideração que valorize o próximo é deixar de lado a si, nesse sentido: se eu ajudar minha família esterei me prejudicando, pois deixo de pensar em mim e penso neles, o que é uma desperdício de raciocínio e humanidade, justificar a minha existência pela existência deles. Eu prefiro essa perspectiva: eu ajudo minha família, caso eu não faça isso, vou ficar mal comigo mesmo, ou seja, eu faço o que faço pra não me prejudicar.
A moral, que foi “concebida”, em termos, pra aplacar o egoísmo humano inverte-se, passa a partir desse momento, a incentivá-lo. E mais, a depender desses conceitos, o contado entre os homens deveria ser o máximo possível burocrático: apenas apertos de mão, cerveja juntos já não pode, isso pode gerar vículos de afeto e um homem afetivo não pode ser um objetivista.
Enfim, o objetismo é dogmático, pois depende de premissas pra ser sustentado, premissas repetidas, aliás, que a moral não baseada na fé não é invenção dele. É um filosofia da salvação, “cada homem deve viver como um fim em si mesmo e seguir seu próprio interesse racional” (amém!), que acredita soberbamente na racionalidade e no livre-arbítrio. Aquele homem biológico cheio de vícios e respostas “instintivas” não existe, que consome e come desmioladamente, é torcedor fanático do Curinthia, acredita em deus, obedece à ordens insensatas, não resiste a uma bunda e vive com preguiça, é somente um homem que não encontrou ainda a luz da racionalidade.

No more groselha!

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #8 Online: 12 de Julho de 2009, 12:53:35 »
Posso estar enganado, mas a lógica demonstra a falibilidade ou não de um argumento, não alguma verdade por acaso implicita ou explicita numa lógica.
Na verdade a lógica pode sim garantir alguns teoremas, o que depende de qual sistema de lógica foi adotado. E.g.:

Entre uma proposição p e sua negação, ao menos uma delas é verdadeira.
Não é o caso de p e sua negação serem ambas verdadeiras.
Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva.


Assim como alguns metateoremas:

Nenhum sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de provar sua própria consistência.
Nenhum sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de decidir para toda proposição geral da aritmética se esta é verdadeira ou falsa.
Um sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de decidir para toda proposição particular da aritmética se esta é verdadeira ou falsa.


Mas concordo que existem certas dificuldades em extrapolar isto para o campo moral. Aparentemente ela adotou algum axioma do tipo "todo humano é um fim em si mesmo"

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #9 Online: 13 de Julho de 2009, 20:17:45 »
Dante, pelamordedeu!, mas pra não dizer que não fiz sequer um esforço, ajudaí...
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Na verdade a lógica pode sim garantir alguns teoremas, o que depende de qual sistema de lógica foi adotado. E.g.:
Entre uma proposição p e sua negação, ao menos uma delas é verdadeira.
Não é o caso de p e sua negação serem ambas verdadeiras.
Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva.
Hum... Gostei do final (se é que eu entendi): toda correspondência entre conceitos, idéias, argumentos, quando por significado ou consequência, mesmo se divergentes é reflexiva? Ou seja, forma uma idéia nova? Ou uma relação de significado? O sim e o não?
As duas primeiras entendi.
Citar
Assim como alguns metateoremas:
Nenhum sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de provar sua própria consistência.
Nenhum sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de decidir para toda proposição geral da aritmética se esta é verdadeira ou falsa.
Um sistema de lógica forte o bastante par abarcar a aritmética é capaz de decidir para toda proposição particular da aritmética se esta é verdadeira ou falsa.
O “par” ali significa “para”? Se não for, não entendi. Aliás, que é meteorema? Num tem na wikipédia nem na sua página. Aliás, tem uns joguinhos massas lá.
Continuando, nenhum sistema lógico escrito numa forma específica pode comprovar sua própria consistência, ou seja, por isso o windows dá tanto pau, ele não se entende!? Ainda, um conjunto de regras explicativas restringe um conhecimento ao objeto que estuda e analisa, pretende ou entende, nem extrapolações sequer generalidades são permitidas? um sistema aritimético específico não decide uma proposição geral, somente as particulares que lhe dizem respeito?  :|
Citar
Mas concordo que existem certas dificuldades em extrapolar isto para o campo moral. Aparentemente ela adotou algum axioma do tipo "todo humano é um fim em si mesmo".
Todo homem é um fim em si mesmo, todo homem é provido de razão, sem a razão o homem é um animal, assim, somente a razão salva, que é o que nos torna humanos! :stunned:

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #10 Online: 13 de Julho de 2009, 22:01:09 »
Dante, pelamordedeu!, mas pra não dizer que não fiz sequer um esforço, ajudaí...
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Na verdade a lógica pode sim garantir alguns teoremas, o que depende de qual sistema de lógica foi adotado. E.g.:
Entre uma proposição p e sua negação, ao menos uma delas é verdadeira.
Não é o caso de p e sua negação serem ambas verdadeiras.
Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva.
Hum... Gostei do final (se é que eu entendi): toda correspondência entre conceitos, idéias, argumentos, quando por significado ou consequência, mesmo se divergentes é reflexiva? Ou seja, forma uma idéia nova? Ou uma relação de significado? O sim e o não?
Uma relação é uma propriedade entre indivíduos. Exemplo:
x é maior que y
x é parente de y
x divide y
x é amigo de y
x está à direita de y

Uma relação R é simétrica quando, se x R y, então y R x.
Exemplos de relações simétricas:
igualdade: Se x=y, então y=x
irmandade: Se x é irmão de y, então y é irmão de x
congruência: Se x é congruente a y, então y é congruente a x

Exemplos de relações assimétricas:
maior: Se x>y, então não é o caso de y>x
paternidade: Se x é pai de y, então não é o caso de y ser pai de x

Uma relação R é transitiva quando, se x R y e y R z, então x R z.
Exemplos:
igualdade: Se x=y e y=z, então x=z
ancestralidade: Se x é ancestral de y e y é ancestral de z, então x é ancestral de z
maior: Se x>y e y>z, então x>z

Uma relação R é reflexiva se, para qualquer x, xRx
Exemplos:
igualdade: x=x
congruência: x é congruente a x

É um teorema da Lógica de primeira ordem com predicados relacionais que toda relação transitiva e simétrica é reflexiva.
Prova:

Seja R simétrica e transitiva, ou seja:
1) Se x R y e y R z, então x R z.
2) Se x R y, então y R x.
E vamos assumir que R não é vazia, ou seja, existem ao menos um x e um y tais que:
3) x R y
De (2) e (3) segue que:
4) y R x
Considere o caso no qual x=z. Então temos de (1):
5) Se x R y e y R x, então x R x
De (3), (4) e (5) segue que
6) x R x
Quod erat demonstrandum.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #11 Online: 13 de Julho de 2009, 23:15:26 »
O “par” ali significa “para”?
Sim.

Aliás, que é meteorema?
Um teorema é uma afirmação do sistema. Um metateorema é uma afirmação sobre o sistema.

Por exemplo, um sistema desenvolvido pelo matemático alemão Frege, aprimorado pelo filósofo polaco Lukasiewicz e pelo matemático Mendelson consiste em três axiomas:

I) Se p, então p ainda que q.
II) Se (se p, então (se q, então r)), então (se (se p, então q), então (se p, então r))
III) Se (se não-p, então q) e (se não-p, então não-q), então p. (Isto é, se da negação de p eu tiro uma contradição, então deve-se afirmar p).

E uma regra de inferência:
se p, então q.
p.
Logo, q.

Neste sistema, chamemos de LFM, podemos derivar vários teoremas, como:
Se p, então p.
Se (se não-p, então p), então p.
(se p, então q) equivale a (se não-q, então não-p).
não-não-p equivale a p.

E uma infinidade de outros.   

Mas não apenas podemos falar a partir de FLM, como podemos falar sobre FLM. O que provarmos sobre FLM são metateoremas. Alguns exemplos notáveis são:

Metateorema da Corretude: Todo teorema de FLM é uma verdade lógica (clássica).
Metateorema da Completude: Toda verdade lógica (proposicional clássica) pode ser derivada em FLM.
Metateorema da Dedução: "se p, então q" é um teorema se, e somente se, "p. Logo q" é um argumento válido. Exemplos:
"Se p, então p" é teorema. Portanto "p. Logo p" é um argumento válido.
"Se (se não-p, então p), então p" é teorema. Portanto "Se não-p, então p. Logo p" é um argumento válido.


Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #12 Online: 16 de Julho de 2009, 23:11:18 »
Esclareci, Mabumbo?

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #13 Online: 17 de Julho de 2009, 09:48:28 »
Cara, quase lá. Não é sempre que eu consigo vir aqui e, com calma e tempo, analisar as proposições. O que melhor percebi foi meu total desconhecimento acerca de lógica.
.
Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva. A prova lógica, perfeito, entendi. Agora, existe alguma aplicação dessa idéia que não a aritimética ou a lógica? Por curiosidade...
.
Da segunda parte, a distinção entre teorema e metateorema, entendi. Tenho algumas dúvidas na continuação... Eu chego lá...

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #14 Online: 17 de Julho de 2009, 13:40:24 »
Cara, quase lá. Não é sempre que eu consigo vir aqui e, com calma e tempo, analisar as proposições. O que melhor percebi foi meu total desconhecimento acerca de lógica.

Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva. A prova lógica, perfeito, entendi. Agora, existe alguma aplicação dessa idéia que não a aritimética ou a lógica? Por curiosidade...

Bem... imagino que você sempre possa formalizar com a lógica uma teoria de um assunto não matemático (mas matematizável).

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #15 Online: 17 de Julho de 2009, 22:41:47 »
Cara, quase lá. Não é sempre que eu consigo vir aqui e, com calma e tempo, analisar as proposições. O que melhor percebi foi meu total desconhecimento acerca de lógica.

Toda relação simétrica e transitiva é reflexiva. A prova lógica, perfeito, entendi. Agora, existe alguma aplicação dessa idéia que não a aritimética ou a lógica? Por curiosidade...

Bem... imagino que você sempre possa formalizar com a lógica uma teoria de um assunto não matemático (mas matematizável).


Sim. Eu pensava nalguma idéia quanto ao "toda relação simétrica e transitiva...".

.

O que eu consegui por enquanto foram algumas dúvidas de tradução...

A linha I posso ler como se fosse, “Se afirmo, é isso, ainda que haja contradição”?

A linha II é do tipo: p R q, q R r, então p R r? E eu posso ler ela como se fosse: “Se, quando da afirmação p, admito q que afirma r, então, na afirmação p afirmo q e r”? Esse axioma me lembrou o “toda relação simétrica e transitiva é reflexiva”. Ela é transitiva e reflexiva, só não sei se reflexiva. Ou, sei lá, “quando afirmo p tenho uma contradição, então (dialeticamente????) tenho uma conclusão r. Então, toda vez que tenho p, consigo a conclusão r”? Ou, todo argumento p que contenha uma contradição q, permite, por conta de q, um argumento r, assim, o argumento p admite uma contradição q e uma conclusão r...
Dúvidas sobre termos: se (é a suposição), então (é o desencadeamento lógico ou a consequência)?


Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #16 Online: 18 de Julho de 2009, 23:54:51 »

O que eu consegui por enquanto foram algumas dúvidas de tradução...

A linha I posso ler como se fosse, “Se afirmo, é isso, ainda que haja contradição”?

“Se afirmo, é isso, o que quer que venha a ser afirmado.”

A linha II é do tipo: p R q, q R r, então p R r? E eu posso ler ela como se fosse: “Se, quando da afirmação p, admito q que afirma r, então, na afirmação p afirmo q e r”?
Sim. "Se x, então y" é uma relação transitiva entre proposições. E sua leitura do axioma está correta.

Ou, sei lá, “quando afirmo p tenho uma contradição, então (dialeticamente????) tenho uma conclusão r. Então, toda vez que tenho p, consigo a conclusão r”? Ou, todo argumento p que contenha uma contradição q, permite, por conta de q, um argumento r, assim, o argumento p admite uma contradição q e uma conclusão r...
OK... você poderia ser mais claro?

Dúvidas sobre termos: se (é a suposição), então (é o desencadeamento lógico ou a consequência)?

É "antecedente" e "consequente", respectivamente. Vale lembrar que o consequente não é necessariamente consequencia do antecedente. Ele é justamente, como você bem observou, desencadeamento lógico. Exemplo: "Se há fogo, então há oxigênio" é uma implicação verdadeira. Só que o oxigênio é causa do fogo.

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #17 Online: 20 de Julho de 2009, 21:39:41 »
Citar
Citação de: Mabumbo.P  em  17 Jul 2009, 22:41:47Ou, sei lá, “quando afirmo p tenho uma contradição, então (dialeticamente????) tenho uma conclusão r. Então, toda vez que tenho p, consigo a conclusão r”? Ou, todo argumento p que contenha uma contradição q, permite, por conta de q, um argumento r, assim, o argumento p admite uma contradição q e uma conclusão r...
OK... você poderia ser mais claro?

Se de uma afirmação tenho uma contradição, logo alcanço uma conclusão. É que esse desencadeamento me lembrou a dialética... Não é assim que ela funciona??

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #18 Online: 21 de Julho de 2009, 01:59:04 »
Citar
Citação de: Mabumbo.P  em  17 Jul 2009, 22:41:47Ou, sei lá, “quando afirmo p tenho uma contradição, então (dialeticamente????) tenho uma conclusão r. Então, toda vez que tenho p, consigo a conclusão r”? Ou, todo argumento p que contenha uma contradição q, permite, por conta de q, um argumento r, assim, o argumento p admite uma contradição q e uma conclusão r...
OK... você poderia ser mais claro?

Se de uma afirmação tenho uma contradição, logo alcanço uma conclusão. É que esse desencadeamento me lembrou a dialética... Não é assim que ela funciona??

Isto é raciocínio por absurdo.
"Se de p eu derivo uma contradição, então não-p".
"Se de não-p eu derivo uma contradição, então p".

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #19 Online: 23 de Julho de 2009, 10:23:47 »
“Se p, então não-p” não faz sentido por que não se conclui de uma afirmação a sua contradição? Acho que entendi.
Dei uma olhada (breve) na wikipédia pra tentar montar uma estrutura lógica pra dialética, fundamentada naquele esquema básico: tese, antítese, síntese... Os chutes, “Se p e q, então r” ou “se p e não-p, então r”...
.
Enfim, voltando ao assunto inicial, a lógica garante alguns teoremas (ou afirmações) desde que seus pressupostos sejam válidos, não simplesmente que façam sentido. Certo?

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #20 Online: 23 de Julho de 2009, 14:45:46 »
“Se p, então não-p” não faz sentido por que não se conclui de uma afirmação a sua contradição?
Faz todo o sentido. Quer dizer que p era um absurdo desde o início. Portanto, não-p.
É assim que, por exemplo, é provado que a raiz de 2 é irracional

Acho que entendi.
Dei uma olhada (breve) na wikipédia pra tentar montar uma estrutura lógica pra dialética, fundamentada naquele esquema básico: tese, antítese, síntese... Os chutes, “Se p e q, então r” ou “se p e não-p, então r”...
Esqueça a dialética. Esta tem nada a ver com lógica. Lógicos odeiam "dialética".

Enfim, voltando ao assunto inicial, a lógica garante alguns teoremas (ou afirmações) desde que seus pressupostos sejam válidos, não simplesmente que façam sentido. Certo?
O sentido de um teorema da lógica é ser uma estrutura universalmente válida, ou seja, qualquer que seja as interpretações que dermos aos termos, ela vale.

E.g.
"p ou não-p" é válida (na lógica clássica)
Se entendermos "p" por "2 é racional", temo "2 é racional ou dois é irracional", o que é válido.
Se entendermos "p" por "está chovendo", temo "está chovendo ou não está chovendo", o que é válido.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #21 Online: 26 de Julho de 2009, 17:51:36 »
Sobre a dialética, Mabumbo...
Enquanto Lógica é o estudo da validade formal de argumentos, a dialética seria o estudo do do conflito de teses antagônicas.

O que a Dialética contribui para a Lógica? Nada. Fazer lógica é fazer demonstrações, aplicar algoritmos, fazer manipulações algébricas. O que há de "humanidades" na Lógica é o questionamento filosófico "por que um certo sistema de manipulações de símbolos é legitimamente uma lógica, ou seja, formaliza raciocínio, e não apenas um sistema arbitrário de álgebra?".

O que a Lógica contribui para a Dialética? Depende! Se o conflito de teses antagônicas gera uma síntese que consiste na intersecção destas teses, então a lógica vai servir para dizer "A proposição p é comum à todas as teses em conflito, então p faz parte da síntese".
Agora, se o conflito de teses antagônicas gera uma síntese que consiste nas idéias levantadas pelos proponentes de cada tese, aí fica difícil dizer qual o papel da lógica nisto.

Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #22 Online: 26 de Julho de 2009, 23:26:35 »
Dante,
Antes de voltarmos ao assunto, toda vez que eu quiser criar um link como este que vc criou, é só utilizar o link ?

provado que a raiz de 2 é irracional


Offline _tiago

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #23 Online: 26 de Julho de 2009, 23:28:08 »
Aliás, abre ...url=... e fecha .../url...

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ayn Rand - Entrevista legendada
« Resposta #24 Online: 26 de Julho de 2009, 23:43:57 »
Código: [Selecionar]
[url=http://www.algumacoisa.com]como o link vai aparecer na tela[/url]

 

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